Subindo A Linha

Em defesa de Juan Carlos Osório

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Por Vinicius Prado Januzzi

 

Dia 06 de junho de 2015: estreia de Juan Carlos Osório como treinador do São Paulo. Contra o Grêmio, no Morumbi, 2 a 0 para os donos da casa, com gols de Luis Fabiano e Rogério Ceni.

Dia 23 de agosto de 2015: no Maracanã, derrota para o Flamengo, por 2 a 1. Pelo lado rubro-negro, Guerrero e Ederson. Pelo tricolor paulista, gol do zagueiro Luiz Eduardo, que subiu mais que taxa Selic e mandou a bola para o fundo da rede adversária.

Entre esses dois jogos, pouco mais de 11 semanas; para ser mais preciso, 78 dias. O técnico colombiano, que chegou com pompa à Barra Funda, hoje está entre a cruz e a espada. Osório fica ou não fica? É bom ou não? É apegado aos seus valores e pouco flexível ao futebol brasileiro?

Nesse meio tempo, o técnico teve tanto desmanchados tanto o time quanto a moral que tinha junto aos dirigentes. Culpa de quem? Deles próprios.

Quando o treinador foi contratado, após boa e segura passagem pelo Atlético Nacional-COL, a diretoria investiu em trabalho de longo prazo e apostou na ofensividade e criatividade de Osório. As cabeças pensantes do São Paulo prometeram que não iriam vender peças-chave do elenco e que o apoiariam ao longo das competições as quais viria disputar. Nem um, nem outro.

Que a situação financeira do clube não é das melhores, compreende-se. Que, a curto prazo, vender jogadores é necessário para equilibrar finanças mal planejadas e mal geridas, compreende-se. Que, diante de resultados negativos, o (bom) técnico balance…é incompreensível.

Juan Carlos Osório é profundo conhecedor de futebol, como há tempos não se via no Brasil (sua entrevista no Programa Bola da Vez, do canal ESPN, é não menos que brilhante). Sabe como armar, incentivar e aprimorar times. Já mostrou isso. Inúmeras vezes.

Pode ser que não consiga repetir isso no São Paulo. Não será culpa sua.

A mim parece que, felizmente, há uma coisa que Osório desconhece entre as muitas coisas que sabe. O técnico colombiano não partilha da lógica do é-melhor-não-perder-do-que-ganhar, tão bem conhecida pelos torcedores e dirigentes brasileiros. Nesse momento crítico do São Paulo, o técnico bem poderia fechar seu time, apostar em bolas aéreas, em ferrolhos defensivos e em jogadas baseadas no contato bruto e simples.

Em defesa de Juan Carlos Osório e contra o modelo hegemônico de administração dos clubes de futebol no Brasil, que não o faça.

 

Para ler mais:

http://espn.uol.com.br/videos/programas/boladavez

http://esportefinal.cartacapital.com.br/juan-carlos-osorio-sao-paulo/

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