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A derrota do Inter em Bogotá

Alexandre Falcão

Nesta quarta-feira tivemos um confronto decisivo na Copa Libertadores. O Internacional visitou o Santa Fé pra disputar vaga nas semi-finais da Copa. Foi com o time titular praticamente todo descansado pra segurar o tranco lá em Bogotá. O Santa Fé tem uma equipe difícil de ser batida no El Campín, sendo sua única derrota em casa para times brasileiros contra o Atlético Mineiro.

Depois de conseguir os 3 pontos contra o Avaí no campeonato brasileiro, o Inter vinha focado na partida, sabendo que decidiria em casa. Foi com uma proposta mais defensiva em campo, semelhante à primeira partida contra o Atlético. Marcava atrás, recuava as linhas e fazia pressão com Lizandro Lopez e D’Alessandro na frente pra forçar o erro na saída de bola do Santa Fé. Ficava pouco com a bola no pé e quando tinha a posse de bola faltava um pouco de velocidade, já que o esquema priorizava a defesa, o Inter saia na maioria das vezes em contra-ataque, enquanto o time da casa trabalhava a bola no meio campo com calma, esperando os espaços que a defesa do Inter oferecia, que na opinião deste torcedor eram um oferecimento de: Colchões Rodrigo Dourado, tire um cochilo!

Não foram muitas chances de gol. Do lado do Santa Fé: 5. Do lado do Internacional: 3. Nilmar perdeu gol na cara do goleiro, Valdívia tentou ousar e dar de cobertura no goleiro aonde a melhor opção seria Eduardo Sasha que passava o facão do lado direito.

Com um esquema tao defensivo o Inter tinha esperanças de sair de Bogotá com um 0x0 e quando teve a oportunidade de marcar o, tão valioso, gol fora de casa, perdeu.

O Inter se encolheu até tomar o gol no final da partida. Leva pro Beira-Rio a desvatagem do 1 x 0, mas tem em seu favor o excelente retrospecto no Beira-Rio na Libertadores e vai ter mais uma vez o apoio do seu torcedor e que faz o Gigante pegar fogo. Nada esta decidido.

A busca pelo tri continua

José Eduardo

Após os duros combates nacionais nas oitavas, Cruzeiro e Internacional viajam para Argentina e Colômbia, respectivamente, para continuar em busca do tricampeonato.

Na fase anterior, o Cruzeiro venceu o São Paulo nos pênaltis, depois de jogar muito mal no Morumbi e se superar à base da raça, no Mineirão, e garantir a vaga com as rotineiras defesas de Fábio nos pênaltis.

O Inter também não teve vida fácil. Empatou com o Atético-MG em Belo Horizonte e venceu no Beira-Rio num agitado 3 a 1, com duas pinturas de Valdívia e D’alessandro.

Mas esta rodada promete manter o nível de dificuldade e emoção para os brasileiros que restam na Copa Libertadores.

O Cruzeiro vai ao Monumental de Nuñez encarar o rival – e freguês – River Plate. A partida tem histórico amplamente favorável ao time celeste, que venceu os Millonários na final da Libertadores 1976, na final da Supercopa 1991, nas quartas da Supercopa 1992 – que teve o Cruzeiro bicampeão – pela Mercosul nas edições 1998 e 1999, este último confronto, com direito a 3 a 0 celeste no Monumental.

Mas o River promete dar trabalho, já que eliminou o rival Boca Juniors em um confronto marcado pela violência da torcida Xeneize na Bombonera contra os jogadores dos Millonários.

Já o Colorado terá, teoricamente, mais facilidade. Pega o Independiente Santa Fé, na altitude de Bogotá. O Independiente ficou na nona colocação do Apertura e nem, sequer, se classificou para as quartas no colombiano. Quanto a altitude, o Galo já mostrou que não há o que temer. Na primeira fase foi à Colômbia e venceu. Pela lógica, uma vez que o Internacional já eliminou o Galo, dará Inter na semi. Mas a lógica nem sempre prevalece, conforme o Corinthians demonstrou ao perder para o fraco Guarani do Paraguai.

Os outros dois confrontos são Guarani-PAR x Racing-ARG e Emelec-EQU x Tigres-MEX. Quatro equipes mais fracas que River Plate e Santa Fé. Se passarem à semi, é a chance do tri, ou para Inter ou para Cruzeiro.

Atlético-MG x Internacional – Independência

Alexandre Falcão

Galo e Inter se enfrentaram nesta quarta feira (6.5.15) pelas oitavas da libertadores. O Atlético vinha de uma classificação relativamente complicada, sofrendo três derrotas na fase de grupos conseguindo passar o Colo-Colo apenas no saldo de gols fazendo a pior campanha entre os brasileiros da competição. No campeonato mineiro superou a Caldense em dois jogos, empatando no Mineirão e ganhando fora, e tudo isso tirava a confiança do time, que enxergava na partida contra o Internacional a oportunidade de se mostrar capaz em uma partida complicada frente a sua torcida.

Aliás, não seria nenhuma surpresa se o Atlético conseguisse a vitória na quarta, mas a vitória seria muito mais importante que apenas a vantagem pro segundo jogo, há a expectativa do torcedor de ver aquele Galo forte vingador brigando pra ser um dos melhores da América de novo.
Já o Internacional vinha com mais confiança que o adversário. Sua classificação para as oitavas veio antecipada, em uma rodada na fase de grupos, tendo goleado a Universidad de Chile em Santiago, naquela que foi sua melhor partida até então. No Campeonato Gaúcho, foi penta em cima do Grêmio, tendo Valdívia eleito o craque da competição. No Inter não faltava confiança.
Com duas situações opostas, o que se espera é um grande jogo. Com as duas equipes se impondo em campo, O Galo querendo ganhar a confiança de volta e o Inter querendo justificar sua posição de favorito no duelo.

E que partida. Logo de cara, aos 3 minutos, Marcos Rocha da uma verdadeira meninada em campo e entrega a paçoca pro Licha Lopez dominar a bola de frente pro gol, com Leonardo Silva já pra trás, e com um senso se oportunismo daqueles que desapareceu nos atacantes brasileiros, coloca a bola rasteirinha cruzada, deixando o Vitor praticamente sem reação.

0x1 Inter, bota na conta. O Atlético não ficou sem resposta. Aos 6 minutos Rafael Carioca, o Ousado dos Ousados meteu um petardo no travessão mas não empatou. O Galo tentava de todas as formas infiltrar a zaga do Inter, mas não dava, o esquema que o técnico do Inter, Aguirre, havia montado era justamente pra evitar o trabalho rápido e eficaz do meio campo do Galo , deixando Lucas Pratto sempre entre dois zagueiros, forçando em muitas vezes o argentino a procurar espaço quase na linha de meio campo.

Não tinha jeito, era bola na área ou chute de fora dela. E foi num chute rasteiro de fora da área que o Galo empatou com Douglas Santos. Pratto tentou se infiltrar na defesa, a bola bate no zagueiro do Internacional e sobra, Douglas Santos vem da ponta esquerda pra dominar a bola livre de marcação quase que de frente pra meia lua e pega de primeira, com jeito, aquela bola rasteira que tu já sabes que vai pro fundo da rede quando o cara se arma pra chutar.

1×1 Galo, bota na conta. Só tinham rodados 15 minutos de jogo e o Galo foi pra cima, lógico. Depois de tomar um balde de água fria com um gol entregado aos 3 min, o empate tirava o peso e a torcida volta a acreditar no time.

Ao todo, foram 18 finalizações do Atlético contra 5 do Internacional. E a posse de bola era de 63% do Galo. Se futebol fosse estatística, você pensa “Galo amassou o Inter” e a historia não foi bem assim. O Colorado se posicionou muito bem em campo, o Galo trocava passes tentando achar o espaço, mas quase nunca achava, e quando o tinha, era, na maioria das vezes, pelo lado esquerdo do ataque, conseguindo ir até o fim do campo, pra fazer a jogada na linha de fundo. Na retomada de defesa-ataque, buscava contra-ataque rápido, virava a bola, tentando achar a zaga mal posicionada.

Mas deixa eu te contar o segredo do Inter: Juan, Alan Costa e Ernando faziam o trio de zaga. William (lateral de natureza) jogava como um ponta aberto pela esquerda, avançando poucos metros além da linha de meio campo.

Rodrigo Dourado e Aránguiz no meio campo, com o Rodrigo Dourado guardando mais a posição, preenchendo o meio-defesa, dando espaco pro Aranguiz se movimentar lá na frente se infiltrando entre os volantes adversários. Alex como meia armador, Sasha e Lizandro Lopez pra conferir e Jorge Henrique de ala, sendo o oposto do William. Lembra dele? Pois é, o segredo é que quando o Internacional perde a bola, o William volta como lateral, Ernando se posiciona mais pra esquerda da defesa Colorada. No meio campo, Eduardo Sasha volta pra fazer a posicao do William de ponta. O Dourado vira Xerife e sempre guarda a linha da bola, exceto quando ele resolve tirar um cochilo de leves.

Quando ataca o Internacional vem com um 3-1-3-1-2 e quando defende vira um 5-3-2, sendo que nessa formação, o objetivo é a retomada de bola soltando ela rapidamente pros pontas puxarem o contra ataque. Os atacantes rodam na frente procurando furar a defesa, e o meio armador no caso Alex, vem passando o meio campo sempre de frente pra grande área, acompanhando de forma razoável o ponta, ficando atras da linha da bola aproveitando sempre o vazio que deve existir no meio campo do adversário e esperando o passe. UFA!

Agora de volta ao jogo. O Inter ainda tinha uma carta na manga: D’alessandro e Valdivia estavam no banco. Ao passar pro segundo tempo, não demorou pro Aguirre colocá-los em campo. E, sem resposta de Levir Culpi,o Inter chegou ao segundo gol. Aliás, os dois entraram aos 14 minutos e em dois minutos participaram da jogada que levou ao 2×1. Bola parada, jogada aparentemente ensaiada,(correm os rumores de que foi tão ensaiada que até o Marcos Rocha participou dos ensaios. Seu papel era garantir que nao ia ter impedimento na jogada, desistir de ir na bola e contemplar o Alan Costa escorando a bola pra dentro da area pro Mago fazer magica e deixar o dele no jogo).

Valdivia, 1×2 Inter, bota na conta. Marcos Rocha confirma a legitimidade do gol, “Foi legal!”

Aí, meu amigo, só deu Galo. Mas daquele jeito. Bola parada pra dentro da área. Arma a jogada pela esquerda da defesa do Internacional, um-dois e bola pra área de novo. Limpou a jogada pelo meio campo e bola pra área. Lateral? Bola pra área. Não me leve a mal, não é como se o Atlético não tivesse bons jogadores que consigam fazer boas jogadas. O Galo tem um bom time. É que simplesmente era assim que o Internacional fazia o Atlético jogar! Não é fácil encarar esse time no Horto, você tem que fazer o Atlético jogar como você quer que ele jogue, e só se faz isso se tem um bom time em um bom momento, justamente o que o Internacional tem nesse momento.

O empenho do dois era gigantesco, mas o Atlético queria mais. Precisava do empate, e o Colorado se salvou muitas vezes graças à revelação Alisson.

Depois de um tempo, toda aquela mágica tática do Internacional foi indo com o cansaço, a partir de um certo momento o importante é garantir o resultado, então bola pro mato que o jogo é de campeonato. O Inter já praticamente nem tinha disposição pra contra-atacar. Leonardo Silva se ligou jogou uns 10 minutos como atacante. ESTava sempre na área. E foi ele mesmo que marcou o gol de empate aos 49. Vejam e revejam esse lance. Deus queria que esse gol saísse mas depois mudou de ideia. Decidiu que não ia ser gol, só que aí falou

“Quer saber? 2×2 Galo, bota na conta”. E foi assim que terminou a partida. Bom resultado pro Internacional que decide em casa tendo marcado 2 gols fora.

O cara do jogo? Leonardo Silva que não furou no primeiro chute, tentou dominar com ousadia e confundiu o Rodrigo Dourado, que dormiu ali mesmo.