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O Vasco é o time da virada, não do racismo

1904. Primeiro presidente não branco dos clubes do Brasil. 1923. Abertura do clube para todos o brasileiros, independentemente de profissão, crença ou cor. Eram os camisas negras, negros e operários campeões cariocas no ano de estreia do clube na competição. Entra em rota de colisão com o quarteto poderoso à época (América, Botafogo, Flamengo e Fluminense). Juntamente com o Bangu, estabelece resistência contra o racismo. 1927. O maior estádio do país, à época, é fundado por torcedores de todas as origens. Este é o Vasco da Gama.

2018. Paulão, zagueiro, negro. Após péssimas atuações, o zagueiro é alvo da ira dos racistas que se escondem por trás de telas de computadores e do anonimato. Não são vascaínos. O vascaíno tem orgulho de sua origem, das três cores de seu uniforme, o branco, o vermelho e o negro.

Ao longo do tempo, a denominação ao seu rival, Mulambo, foi sendo expandida ao passo que seu significado foi se perdendo e caindo na ignorância. Mulambo é um termo que surgiu na Angola, referindo-se pejorativamente aos negros escravizados. No Brasil atual, adotou-se apenas como sinônimo de pobre. Qualquer seja o sentido, o termo Mulambo é ofensivo e esbarra na história bonita do clube cruz-maltino.

Seja Mulambo, seja o que ocorre com Paulão, o Vasco é único e deve combater, como sempre combateu o racismo. Sua torcida tem orgulho da história do clube e canta a plenos pulmões aquela que é a mais bonita das músicas de arquibancada do país, talvez do mundo. Deixo aqui este rito:

Eu vou torcer
Aqui eu ergui meu templo para vencer
Eu já lutei por negros e operários

Te enfrentei, venci, fiz São Januário
Camisas Negras que guardo na memória
Glória, lutas, vitórias esta é minha história

Que honra ser
saiba eu sou vascaíno, muito prazer
Jamais terás a Cruz, este é meu batismo
Eu tive que lutar contra o teu racismo
Veja como é grande meu sentimento
E por amor ergui este monumento

José Eduardo

Tradição Sulamericana

Cruzeiro, Universidad de Chile, Racing e, possivelmente, Vasco. O grupo da morte é composto apenas por campeões continentais. Cruzeiro e Vasco disputaram final de campeonato brasileiro. Cruzeiro e Racing disputaram duas finais de Supercopa. La U e Vasco a semi da Sul-americana. O grupo dá a tônica da nova Libertadores.

Durante os últimos dois anos, a Libertadores da América vem tentando mudar sua cara. Apesar do amadorismo característico dos dirigentes da Conmebol, que resistem no poder após escândalos de corrupção, incontáveis casos de racismo nas partidas e violência exacerbada, parece que a Libertadores tomou um caminho acertado.

À primeira vista, desgostei e critiquei o novo formato: competição ao longo de todo o ano, com, pelo menos, sete vagas a times brasileiros (este número podendo crescer a nove), mesmo número de vagas a equipes argentinas.

Agora, com tantas equipes tradicionais, me vejo obrigado a concordar com a Conmebol. Palmeiras e Boca, Flamengo e River,, Santos e Estudiantes, Corinthians, Independiente e Atlético Nacional e Colo-Colo. Todos confrontos de campeões da Libertadores e tudo isso na primeira fase.

Se compararmos com o grupo do atual campeão, Grêmio, podemos ver que este sim é um grupo que ilustra a antiga Libertadores: um time venezuelano, um uruguaio, um paraguaio e um brasileiro. Entretanto, não por coincidência, foi este o considerado mais fácil grupo para os brasileiros.

A Libertadores ganha muito com confrontos entre grandes equipes. O inchaço de pequenos clubes venezuelanos, mexicanos, bolivianos e peruanos acabou por quase garantir os times brasileiros na segunda fase. Exceções feitas às campanhas do Flamengo e um ou outro desvio, como do Internacional, campeão em 2010, em 2011.

A intenção da Conmebol em deixar o calendário cheio durante todo o ano era se assemelhar com a Champions League. Entretanto, com a adesão de mais clubes argentinos e brasileiros, posso dizer que a primeira fase sul-americana é mais atrativa que a europeia.

Enquanto na Champions, há confrontos como Qarabag e Chelsea, Maribor e Spartak de Moscou, Real Madrid e Legia Varsóvia, na Libertadores, os clássicos dão a tônica. Esperemos que continue assim.

Que comece a Libertadores 2018!

Uma doença chamada Eurico Miranda

Por Lucas de Moraes

O Vasco voltava à série A do campeonato brasileiro. Era necessário reforçar o time para montar um elenco que representasse a força do Vasco da Gama e tivesse ambições dentro do brasileirão. Agora na série A, o Vasco está em uma péssima fase. O time está em último na tabela com a pior defesa e o pior ataque da competição. Sua média de gols é de 0,44 gols por partida (menos de um gol a cada duas partidas). O erro da diretoria foi manter um elenco de nível de série B. O técnico Doriva foi uma boa aposta, mas ele precisava de elenco para conseguir alguma meta nesse ano. O pior veio nas eleições para presidente no fim de 2014. Em dezembro, uma doença gravíssima infectou o pobre cruzmaltino. Essa doença é chamada de Eurico Miranda.

 

Já estamos no segundo semestre do ano e o Vasco ainda não mostrou um bom futebol. Contratações que não deram certo são o que mais aparecem no time carioca. Riascos, Marcinho, Dagoberto, Diguinho, Júlio César e por aí vai. São tantas contratações que não é possível colocá-las aqui. Problemas também não faltam. O clube contratou mais atacantes (8) do que marcou gols no campeonato. Apesar do apoio do presidente do clube, o técnico Celso Roth tem sua vaga ameaçada pela maioria dos dirigentes. Agora chegam Jorge Henrique, Nenê e Felipe Seymour na tentativa desesperada de fazer o time subir na tabela. A péssima fase do time sub-20 (lembre-se que o diretor de futebol do time júnior é o filho do Eurico) do Gigante da Colina realça a raiz de todo o problema: a diretoria. A culpa não é apenas só dos jogadores e do técnico.

 

Portanto, procura-se um remédio para essa enfermidade que atingiu o Vasco. Todos esperam que a saúde volte e o time continue brigando por títulos como os já conquistados em sua história de 114 anos. Meus parabéns adiantados pelos 115 anos que serão completados no dia 21 de agosto vêm acompanhados pelo desejo de saúde ao clube e pelo fim da doença que tanto o preocupa. Boa recuperação, Clube de Regatas Vasco da Gama.

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Eurico chegou a dizer que o Carioca é mais importante que o Brasileiro. Então o Vasco já conquistou seu maior título de 2015. Foto: ANTONIO SCORZA / Agência O Globo

O papelão de Leo Moura e o sentimento do torcedor

Pedro Abelin

“Oooooo… Léo Moura eterno!” Este foi o grito que Leo Moura ouviu da torcida em sua despedida do Flamengo. Em um amistoso contra o Nacional do Uruguai que contou com a presença de mais de 30 mil torcedores, Leo Moura deu adeus ao clube que torcia desde criança. Uma justa e rara homenagem para um jogador que vestiu a camisa rubro-negra por quase dez anos.

“Não me vejo vestindo outra camisa”, disse Leo Moura em sua despedida do Flamengo.

Leonardo Moura marcou história no Flamengo. O jogador, que encerrou sua passagem como capitão do Flamengo, entrou em campo 519 vezes pelo clube carioca e teve sua passagem marcada por diversos títulos, como o Campeonato Carioca, Copa do Brasil e o inesquecível Brasileirão de 2009. Dessa forma, Leo Moura adquiriu o status de ídolo inquestionável da torcida flamenguista. Como já foi abordado em outro texto por aqui, o futebol brasileiro, na sua carência de ídolos, obriga suas torcidas a desenvolverem relações imediatistas de idolatria com os jogadores. Muitos atletas se consideram ídolos com apenas dois anos de passagem no clube. Não é o caso de Leo Moura. A relação do jogador com a torcida flamenguista foi louvável e fora do comum, e me arrisco a dizer que todos os torcedores gostariam de ter um ídolo como a torcida do Flamengo tem Leo Moura (ou teve).

O futebol vive de ídolos. O futebol é extremamente passional. Nós, amantes do esporte bretão, somos capazes de odiar e amar um mesmo jogador em um curto espaço de tempo. E é por isso que o futebol é tão fantástico, pois ele torna possível e real o caminho da redenção. A jornada de jogadores que passam de vilões a heróis são intrínsecas ao futebol e contribuem para tornar o esporte mais emblemático. Entretanto, o futebol também permite que o caminho inverso seja feito. O ídolo que se torna vilão.

Após cerca de três meses fora do Flamengo, Leonardo Moura foi anunciado pelo Vasco da Gama, o maior rival do seu ex-clube. Depois da péssima repercussão entre os torcedores rubro-negros, o lateral desistiu de jogar no clube cruzmaltino. Será que a reação dos torcedores flamenguistas foi inesperada ou desmedida? Leonardo Moura acreditou que os torcedores do clube pelo qual jurou amores iriam aceitar bem que o jogador vestisse a camisa do rival?

Estamos mais do que acostumados a ver jogadores dos nossos times se transferirem para clubes rivais, isso se tornou normal no futebol. No entanto, isso também indica o quanto a revolta dos torcedores flamenguista não é banal, pois o torcedor apenas se incomoda com essa situação quando o jogador que vai para o rival é um ídolo. No caso de Leo Moura, um ídolo fora do comum. O sentimento de muitos flamenguistas é de traição. E olha que o jogador desistiu de ir para o rival, o que gerou uma situação extremamente desconfortável para todas as partes. O resultado disso tudo é que Leo Moura, em apenas dois dias, conseguiu a proeza de ficar em maus lençóis com as torcidas de Flamengo e Vasco.

Não proponho aqui uma crucificação de Leo Moura. Creio que sua bonita história no Flamengo não será apagada, mesmo que agora possa ser ofuscada na lembrança de alguns flamenguistas. Também repudio qualquer tipo de manifestação violenta direcionada ao jogador.  Entretanto, creio que os torcedores têm total direito de mostrar sua insatisfação. Da mesma forma, os jogadores precisam considerar e respeitar o sentimento daqueles que os fizeram ídolos. Afinal, como falado inúmeras vezes nesse blog, o futebol vive de ídolos, e assim como os clubes devem ter a sabedoria e sensibilidade de valorizar os seus ídolos, os atletas também necessitam cuidar melhor da relação com os torcedores. Esse caso apenas demonstra o quão mal assessorados são alguns jogadores. Leonardo Moura desistiu da transferência para o Vasco e diversos torcedores não perdoam o ex-flamenguista. Outros não consideram tão grave a quase transferência para o rival. Respeitando as mais variadas posições, que não nos esqueçamos de prezar pelo sentimento e pela identidade que nos torna amantes do futebol: o ser passional.

Dois Maracanãs

“Será” que o público do Maracanã mudou?

Raphael Felice

O Maracanã, um dia, foi o maior estádio do mundo. Desde a sua construção, passou por uma série de obras. Por um bom tempo teve as famosas gerais, cadeiras azuis (no lugar do antigo setor de geral) colocadas para os jogos Pan Americanos, mas até aí, o estádio tinha sua identidade intacta.
Eis que 2014 o Brasil é escolhido para sediar a Copa do Mundo e claro, mais uma vez o emblemático Maracanã fora escolhido para ser o palco da final e novamente, passou por mais uma recauchutagem. As obras, tinham tudo para fazer o templo do futebol mundial ainda mais bonito e imponente. Mas a recauchutagem, se revelou uma mutilação e numa multiplicação ao mesmo tempo. O Maracanã havia virado dois. Após ficar pronto, ele se tornou o Novo Maracanã. O antigo foi mutilado, as únicas “semelhanças com o Maraca original são as lembranças, histórias e claro, sua localização. O estádio mais representativo do futebol brasileiro, (quiçá mundial) detentor do recorde de público em uma partida de futebol, teve sua essência perdida, por conta de exigências com fins totalmente corrupto-financeiros da FIFA e aceitas prontamente pela também nada honesta e incompetente CBF.
Mas isso não é o mais grave. As obras superfaturadas (assim como todos os estádios da Copa) do Maracanã, juntamente a administração “gourmetizada” do estádio foram sentidas. E advinha quem pagou, ou melhor, não está podendo pagar o pato de tamanho descaso e corrupção? O torcedor, os “geraldinos” os frequentadores “eternos” do Maracanã não podem mais acompanhar seu time do CORAÇÃO de forma assídua no estádio, devido ao preço elevado dos ingressos. Já não bastasse o futebol de baixo nível, o torcedor que mora nas favelas cariocas (que sempre foi grande frequentador dos estádios) muitas vezes não dispõe de 60 reais o ingresso mais barato) para ir ao jogo do seu time. O mesmo cara que pagava menos (bem menos) para assistir um jogo em épocas onde o campeonato brasileiro era o melhor ou um dos melhores do mundo, é “obrigado” a pagar um valor muito superior para assistir o seu time, num campeonato taticamente atrasado e de nível técnico baixo se comparado aos grandes centros da Europa.

Não estou dizendo que rico não sabe torcer e nem que os estádios não devam ser modernizados. O que eu, e todos os amantes do futebol queremos é que nossos costumes e a história dos nossos estádios sejam respeitados. Acima disso, desejamos que todo o torcedor tenha mínimas condições de prestigiar a sua grande paixão. Futebol não é apenas um espetáculo que as pessoas vão para admirar e aplaudir, não é uma peça de teatro ou um filme. Futebol envolve paixão, amor e todos os sentimentos existentes no mundo. “Apenas” por isso, cobrar preços justos e acessíveis para que todos nós, APAIXONADOS possamos apoiar, sentir e viver a emoção de jogar junto com nossos times do coração em qualquer estádio. Por um futebol com menos fãs e mais TORCEDORES.

Guia do Brasileirão Subindo a Linha – Parte 1

José Eduardo
Durante esta semana, o Subindo a Linha publica o Guia do Campeonato Brasileiro, para você acompanhar as previsões, táticas, pontos forte e fraco das 20 equipes da primeira divisão

Serão quatro postagens  com cinco equipes em ordem crescente de posição provável. Hoje começaremos com os 5 últimos, que julgamos os mais prováveis rebaixados. Confira:

Coritiba:
Van Damme
(Van Damme, em ação publicitária foi a única atração do Coxa até aqui)

Ponto forte: Ataque de nome
Ponto fraco: Meio-campo
Fique de olho: Rafhael Lucas
Time base: 4-4-2, com Bruno, Norberto, Luccas Claro, Leandro Almeida, Henrique, Helder, João Paulo Ruy, Thiago Galhardo, Wellington Paulista e Rafhael Lucas

O Coritiba foi longe no estadual, chegando à final jogando um futebol muito melhor que seu arquirrival, Atlético, que teve que decidir sua permanência no quadrangular do descenso.

Mas a decisão contra o Operário de Ponta Grossa fez o time ruir e descer em queda livre. Duas derrotas, com direito a um 3 a 0, no Couto Pereira, colocaram o Coxa na condição de favorito à queda no campeonato brasileiro. E as 6 primeiras rodadas da competição reforçaram a esta condição.

Com reforços de peso para o ataque, o Coxa deu pinta de que ia fazer um bom campeonato paranaense. Com 25 gols nas primeiras 15 partidas e líder da primeira fase, o time se mostrou forte em casa e inteligente fora.

A questão escondida era a fragilidade dos adversários, que ficou clara quando começou o campeonato brasileiro.

Após a derrota na final do paranaense, a torcida abandonou o time. O ataque só marcou 4 gols em 6 partidas e a defesa é a segunda mais vazada. O time desandou.

O time perdeu as principais peças: Alex, Joel, Vanderlei e Germano, além da passagem relâmpago de Pedro Ken. A zaga continua a mesma mas os problemas são outros. Sem a genialidade de Alex, O problema fica, em suma, no meio de campo. Volantes que falham na marcação e falta de criação. O Coxa aposta na chegada do experiente Lúcio Flávio para servir mais os atacantes.

O Coritiba acabou de mudar de técnico. Sai Marquinhos Santos, que conhece tudo de Coxa, entra Ney Franco. As expectativas não são boas e, sem o apoio da Nação Coxa Branca, será difícil a permanência do Coritiba na primeira divisão.

Palpite: REBAIXADO

Joinville:
JEC
(A torcida tricolor quer continuar sua ascensão)

Ponto forte: Arena Joinville
Ponto fraco: Ataque
Fique de olho: Os folclóricos Marcelinho Paraíba e Jael, o Cruel
Time base: Oliveira, Sueliton, Bruno Aguiar, Guti, Rogério, Anselmo, Augusto César, Marcelo Costa, Marcelinho Paraíba, Willian Henrique (Willian Popp), Tiago Luís (Kempes)

Após o título da série B, o Joinville parecia ser o grande favorito, dentre os catarinenses, a fazer a melhor campanha na série A. E o título do estadual reforçou esta condição.

O Joinville manteve as principais peças do título da segundona, com Bruno Aguiar, Marcelo Costa e Jael, mas com o início do Brasileirão, o time começou a desandar.
O técnico Hemerson Maria não conseguia escalar a mesma equipe e o time foi mudando muito nas cinco primeiras partidas.

Com 1 ponto em 15 disputados, 1 gol feito e 9 sofridos, a diretoria preferiu mudar o comandante.

Chegou Adílson Batista e, na única partida que esteve à frente do Joinville, o time fez a melhor exibição no campeonato brasileiro. Perdeu, é verdade, mas por 1 a 0, em casa, para o forte Corinthians. O time se mostrou valente e criou boas jogadas.

Com a torcida apaixonada ao seu lado, o JEC promete melhorar o pífio desempenho até aqui. Mas, ainda assim o time é fraco. Depende muito dos medalhões Marcelo Oliveira e Marcelinho Paraíba, que nem sempre estarão à disposição.

Palpite: REBAIXADO

Goiás
Serra Dourada
(Sem torcida será difícil se manter na elite)

Ponto forte: O goleiro Renan
Ponto fraco: Torcida
Fique de olho: Bruno Henrique
Time base: Renan, Everton, Felipe Macedo, Alex Alves, Rafael Forster, Péricles, Rodrigo, Patrick, Felipe Menezes, Bruno Henrique, Erik

O Goiás perdeu dois dos seus principais jogadores para o futebol paulista. As saídas de Amaral e Thiago Mendes abalaram a solidez defensiva do Esmeraldino.

Sem dinheiro para recompor o elenco, o Goiás teve que se virar com o que tinha, os jogadores da base. E foi assim que o time foi montado. Felipe Menezes ainda foi repatriado, mas o Goiás ainda é um time muito fraco.

Campeão goiano, o Esmeraldino não enfrentou adversários à altura e ainda viu sua torcida abandonar o time. Contra o Avaí, os borderôs registraram pífios 1105 torcedores, o pior público do campeonato.

Tudo parece estar encaminhado para dar errado para o Goiás. As salvações são o excelente goleiro Renan e o ataque jovem de Bruno Henrique e Erik, a revelação do campeonato passado.

Palpite: REBAIXADO

Vasco da Gama
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(O Ditador Voltou)

Ponto forte: O goleiro Martin Silva
Ponto fraco: O presidente Eurico Miranda
Fique de olho: Gilberto
Time base: Martin Silva, Madson, Rodrigo, Luan, Christianno, Guiñazu, Serginho,Julio dos Santos, Jhon Cley, Dagoberto, Gilberto

Primeiro clube dos chamados 12 grandes a cair sozinho e não ser campeão da Série B. Nem mesmo vice. Este é o Vasco da Gama.

Sob nova-velha direção, o Vasco vem com o lema “o respeito voltou” do presidente/ditador Eurico Miranda. Triste ver o clube ser dirigido, de novo, por esta máfia.

Falando de futebol, o Vasco foi campeão carioca mas com um time pra lá de questionável. O lateral Christianno não agrada a torcida, o meio de campo sofre com a inconstância dos jogadores e a escalação muda de jogo a jogo. Há quem duvide da integridade do campeonato estadual do Vasco por uma série de erros de arbitragem. Os holofotes foram para a Federação e para a diretoria.

O futebol, antes em segundo plano, agora parece mostrar o que é o time do Vasco. Um time que joga muito mal, com pouca criação e muitos problemas ofensivos. Foram 9 gols sofridos e 1 feito nas 6 primeiras partidas. A torcida abandonou o time. Contra a Ponte Preta, apenas 2499 torcedores compareceram em São Januário.

As incertezas sobre quem joga fazem a torcida ficar desconfiada. Há campeões nacionais, como Júlio César, Diguinho, Martin Silva, campeões da Libertadores, como Guiñazu e Nei, pentacampeão brasileiro, caso de Dagoberto. Mas nenhum dos títulos foi com o Vasco, o que aumenta a pressão sobre os jogadores.

Para piorar, o time ainda se desfez de Marcinho e afastou Bernardo, os jogadores de criação, tudo para abrir espaço para uma possível vinda de Ronaldinho Gaúcho.  Além disso, o ditador Eurico Miranda já deu o recado: “Nenhum jogador do Vasco tem uma opinião diferente da minha.”

É nesse clima que o Vasco entra na disputa do campeonato brasileiro. O técnico inexperiente Doriva terá muito trabalho para segurar os egos.

Palpite: REBAIXADO

Avaí
Avaí
(A bandeira na Ressacada vai continuar tremulando)

Ponto forte: Ressacada
Ponto fraco: Média de idade alta
Fique de olho: Hugo
Time base: Vagner, Nino Paraíba, Antônio Carlos, Emerson (Jeci), Eltinho, Renan, Uelliton, Renan Oliveira, Marquinhos(Pablo), Hugo(André Lima), Anderson Lopes

O Avaí iniciou o ano tragicamente. Teve que disputar o quadrangular de descenso no campeonato catarinense para se manter na primeira divisão estadual e se salvou por pouco.

Mas, com os mesmos jogadores, o time parece outro no Brasileirão. Jogando com muita vontade e valente, inclusive fora de casa, o Leão parece ter encontrado o futebol necessário para mantê-lo na primeira divisão.
Marquinhos continua brilhante, como sempre foi no clube e o ataque tem correspondido.

Ainda assim, o time se mostra longe de almejar alguma coisa além de sua permanência na elite.

A grande incógnita do Avaí é manutenção do time. Os principais jogadores estão com idade avançada e podem desfalcar o Leão em algumas partidas decisivas. São eles Jéci (35), Emerson (32), Eduardo Costa (32) e Marquinhos (33). Além disso, alguns jogadores ainda não vingaram além de apostas, como Renan Oliveira e Hugo.

Palpite: SE SALVA POR POUCO

Riascos: A pior contratação da história do Cruzeiro

José Eduardo

O que leva um clube a contratar um jogador? Há vários fatores que movem uma diretoria a fazer loucuras.

Pode ser uma estrela, como Ronaldinho Gaúcho no Flamengo, um craque, como Cristiano Ronaldo, que custou uma fortuna aos cofres do Real Madrid, uma promessa , como Ronaldo, que saiu do São Cristóvão para brilhar no Cruzeiro, ou até um ídolo do rival, para manchar a história do jogador no outro clube.

Mas na contramão, obviamente, há contratações vergonhosas. Apostas que não deram em nada, jogadores que não corresponderam em campo, marketing falho, estrangeiros desconhecidos.

Somente no Cruzeiro, há desastrosas contratações, que poderiam competir com Riascos, não fosse este uma junção de todas as categorias de falhas.

Lembremos (tentemos lembrar) Reinaldo Alagoano, Vanderlei, Breno Lopes. Jogadores que, certamente, esquecidos pela torcida. Jogaram pouco, mal, muito mal, mas vieram com salários baixos. Foram emprestados ou vendidos e o custo não saiu muito mais caro que o lucro.

No marketing falho, o ícone é Rivaldo. O clube havia acabado de vencer a tríplice coroa e se desfizera de quase todos os craques. A disputa da Libertadores iria começar e o Cruzeiro estava mal. Então trouxeram o jogador, com status de pentacampeão com o Brasil em 2002. Uma vergonha. O salário alto e o péssimo desempenho em campo jogaram todo o trabalho de marketing no ralo. Não ficou nem até o final do campeonato mineiro.

Mas onde Cruzeiro é especialista em fazer péssimos negócios é no exterior. Depois do sucesso de Aristizábal e Maldonado, em 2003, o clube resolveu apostar em trazer estrangeiros desconhecidos, que jogavam na Europa, e que poderiam se tornar ídolos celestes. Tapia, Farías, Seymour, Ortigoza, Espinoza fracassaram com muita força. Prediger, Fidel Martinez e Diego Arias sequer entraram em campo.

Mas nada comparado com Riascos.

O primeiro erro: apostar em um jogador que não é um novato. Riascos já tem 28 anos, não é uma promessa. A chance de haver algum retorno financeiro para o clube era mínima.

Segundo erro: o jogador não havia tido boas passagens por nenhum clube. Em 10 anos de profissão, Riascos passou por 9 clubes até chegar no Cruzeiro. Enquanto jogava na Colômbia, foi emprestado para clubes da segunda divisão e até para a China, antes de o futebol chinês ser rico como é. Foi para o México e passou por 4 times. Mais um gringo desconhecido e perna-de-pau.

Até aí parece ser só uma péssima contratação, mas nada fora do normal.

Até agora. Riascos é “ídolo” do Atlético-MG. Mas pelas razões erradas. Foi ele quem errou a cobrança de pênalti, pelo Tijuana, nas quartas-de-final da Libertadores 2013, vencida pelo Galo. Ele que consagrou Victor com a defesa emblemática da conquista. Ele entregou o maior título da história do rival do Cruzeiro por um lance de FALTA DE HABILIDADE.

Riascos

Se a diretoria imaginou fazer marketing, na verdade ela entregou a faca e o queijo para o rival. E deu resultado. O jogador foi cobrado, entrou apenas quatro vezes em campo e reiterou a “idolatria” da torcida atleticana jogando pouco e mal.

Agora, o jogador foi emprestado ao Vasco da Gama. Engana-se quem pensa que o pesadelo acabou. O clube carioca arcará com apenas R$100 mil dos R$300 mil do salário do jogador. Ou seja, o Cruzeiro ainda pagará, aproximadamente, R$200 mil para manter um jogador em um time adversário, sem retorno algum.

Pobre Riascos, que nada tem a ver com isso. Continuará ganhando seu salário. Não teve culpa de ter sido comprado pelo Cruzeiro. A culpa é da diretoria celeste. Parabéns aos envolvidos.

Para os vascaínos, pode ser que Riascos dê certo. O jogador entrará em campo sem pressão e irá competir com jogadores de menor categoria que Alisson, de Arrascaeta, Gabriel Xavier, Judivan, Joel e Marquinhos. Por lá, Dagoberto, Gilberto e Rafael Silva devem se sobressair a ele, mas será uma opção no banco. E, se tudo der errado, ele volta ao Cruzeiro e finge que nem foi.