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Aos heróis refugiados de 1914

Século XIX. A Itália, dividida, ainda buscava sua unificação. O norte, em processo de revolução econômico-industrial contrastava com o sul, agrícola e feudal.  Os camponeses do norte italiano, perdendo espaço para a sociedade fabril, foi atraída por propagandas de esperança no continente americano.

A maior parte dos imigrantes italianos se alocaram nas regiões sul e sudeste do país, fundamentalmente no estado de São Paulo, nos bairros do Brás e Mooca. Nessa época, os operários em momentos de lazer conheceriam aquele que seria o esporte nacional, o futebol.

Foram anos de criações de clubes por todo o país. Juventus, na Mooca, Palestras mineiro e paranaense. Em 1914, nascia, fundado pelos jovens Luigi Cervo, Luigi Marzo, Vincenzo Ragognetti e Ezequiel Simone,  o Palestra Italia.

1942. Segunda Guera Mundial colocava frente a frente os países fascistas, totalitários, preconceituosos frente à resistência. Era época de Eixo x Aliados. Itália,  Alemanha e Japão contra o mundo.

O exército brasileiro, honrado pelos Pracinhas, participou da guerra contra a ascensão do ódio e do massacre. O Palestra deveria esconder suas raízes italianas que poderia se confundir com apoio a Mussolini e mudou de nome para Sociedade Esportiva Palmeiras.

2018. 104 anos após a fundação do Clube, 150 anos após toda a batalha dos italianos pela sobrevivência e um lugar de terra no Brasil, se veem representados por um fascista novamente.

Descendente de italianos, Jair Bolsonaro é eleito presidente do país com uma agenda preconceituosa. “OS REFUGIADOS SÃO A ESCÓRIA DO MUNDO”, brada o futuro presidente, ainda enquanto deputado. “AS MINORIAS DEVEM SE CURVAR À MAIORIA”. Ignorando o fato de que seus antepassados eram minorias refugiadas no Brasil dos séculos XIX e XX.

Decacampeão brasileiro, o maior campeão nacional, os comandantes do Palmeiras se sujeitaram ao ódio e convidaram o presidente que, com suas falas, massacram os heróis de 1914. Por eles, este domingo, dia 02 de dezembro de 2018 jamais será esquecido. A luta palestrina começa hoje, agora. Vamos devolver o clube ao italiano, refugiado, minoria. AVANTE PALESTRA!

José Eduardo

A Semana do Preconceito

Semana de clássicos estaduais se aproximando, ingresso na mão, expectativa alta e… BICHA! PUTA! Assim podemos resumir o que foram os dias 8/03, Dia Internacional da Mulher, e 11/03 de 2018 no futebol.

Primeiramente, no clássico paulista, Palmeiras e São Paulo se enfrentavam no Allianz Parque. Nada de novo, bicha pra cá, Bambi pra lá. O que surpreendeu foi a atitude de William de Lucca e, principalmente, a repercussão dela.

William, homossexual e palmeirense, não necessariamente nesta ordem, estava na arquibancada palestrina quando, novamente, se depara com xingamentos homofóbicos ao rival. Indignado, provoca no Twitter, dizendo que também há viados palmeirenses, como ele.

O que se viu após isto foi uma enxurrada de matérias nos principais veículos nacionais e tão logo iniciou-se o ritual odioso da internet. William foi atacado de diversas formas, inclusive em uma matéria deplorável de Cosme Rímoli, da Record, que em uma tentativa de confrontar material jornalístico da Globo, “desmascarou” William com xingamentos homofóbicos por parte deste em sua conta no Twitter.

Só esqueceu de um detalhe, as publicações de William foram em 2010. 8 anos se passaram, o palestrino amadureceu e entrou na causa LGBT, lutando exatamente contra o que pronunciara.

Por fim, no domingo, Grenal no Beira-Rio. Primeiro, uma repórter é chamada de puta por um colorado por aparentemente ser gremista. A repórter saca seu celular e filma o agressor, pedindo para ele repetir o xingamento. Eis que o troglodita a agride fisicamente.

Ainda neste jogo, um grupo de mulheres, gremistas, que assistiam ao clássico em camarote no estádio são surpreendidas por um homem que, por mais de um minuto, as provoca com simulações de sexo oral.

Na semana do Dia Internacional da Mulher, casos de violência, abuso, desrespeito ocorrem contra elas. A internet busca defender os homens e os clubes ao passo que as discussões se tornam coadjuvantes do clubismo.

Os comportamentos se repetem torcida a torcida. Não se trata de clube, se trata de cidadãos. Seguimos imbecis.

José Eduardo

Em que mundo estamos?

O clássico entre Corinthians e Palmeiras, válido pelo campeonato paulista, no Itaquerão no dia 24/02 contou mais uma vez com algumas polêmicas. Apesar de dois pênaltis marcados para o Timão e a expulsão de Jaílson no primeiro deles, o maior debate pós-clássico foi sobre Jaílson e sua família. Maria Antônia e Laura, mãe e irmã de Jaílson, respectivamente, foram ao estádio apoiar seu time do coração. O debate se deu por causa do fato de elas torcerem para um grande rival do alviverde paulista.

Tudo começou com uma excelente reportagem feita pelo repórter da Globo Marco Aurélio de Souza sobre a reação da mãe do goleiro ao clássico. Quando começou a semana após o jogo, conselheiros palmeirenses insistiram em alguma punição ao goleiro, assim como alguns torcedores.

Fica aqui minha congratulação a Maurício Galiotte, atual presidente do Verdão, que garantiu não haver punição ao jogador e ainda defendeu o excelente atleta que ele é. Sobre os famosos conselheiros, resta-me apenas tristeza por acharem que o atleta deve ser punido por uma ação de sua mãe, percebendo ainda que, mesmo que sua mãe tivesse que ser julgada, não teria como avaliar a atitude como certa ou errada, pois o mundo não é feito de certos e errados. Parece, ás vezes, que a função dos conselheiros de time de futebol é causar polêmica e intriga dentro dos clubes.

Sobre a divulgação midiática do fato, é um grande exemplo de como é possível viver em paz no futebol. Pessoas que convivem diariamente se respeitando, apesar de torcerem para times rivais, é algo raro no cotidiano brasileiro. Cenas de violência são muito mais comuns nos estádios e na sociedade brasileira do que essas maravilhosas cenas de respeito. Mesmo assim, é triste ver esse tipo de discussão causada pelo ato dos conselheiros no cenário midiático. A situação deveria não ser comentada por ser algo completamente comum e rotineiro, o que não acontece no Brasil atualmente. Não é uma crítica à imprensa, mas sim a algo maior, que é a comunidade brasileira.

Fica a esperança de que, um dia, o que acontece dentro do campo tenha mais importância e visibilidade do que acontece fora dele. Sendo assim, aquela famosa frase “o futebol tá ficando chato” vai fazendo algum sentido, apesar de seus diversos usos errôneos.

 

Lucas de Moraes

Por um futebol com mais estádios lotados

A elitização dos estádios brasileiros é inegável. Os grandes estádios, principalmente após a Copa do Mundo de 2014, se modernizaram e o preço dos ingressos subiu consideravelmente. Junto a isso, os times brasileiros passaram a apostar de vez nos sócios-torcedores.

Mas ser sócio não significa que os preços dos ingressos passam a ser exatamente acessíveis. Muitas categorias são de pagar uma mensalidade e ainda precisar comprar um ingresso, ainda que com desconto. No final, o dinheiro acaba pesando, sim.

Precisamos de medidas que tragam as camadas populares para os estádios de novo, mas o futuro parece não se caminhar para isso. Não é raro vermos torcedores comemorando mais uma renda alta do que um estádio lotado e debochando de times que fazem promoções de ingresso para ter mais público. E daí se fazem promoções? Não é demérito nenhum colocar à venda ingressos a preços mais baratos.

Não me leve a mal: o futebol, apesar de toda a sua história e tudo o que o cerca, é um negócio e os clubes precisam de dinheiro para se sustentar. Mas é melhor ter uma renda X com 50.000 torcedores no estádio do que arrecadar a mesma quantia com 15.000, certo?

O Cruzeiro está fazendo, desde o início da temporada, promoções para os jogos do Campeonato Mineiro. Na estreia do clube na temporada, mais de 42 mil torcedores foram prestigiar a partida contra o Tupi. Diante do América, foram mais de 50 mil no Mineirão. O sócio que comprasse ingresso poderia levar convidados de graça para assistir às partidas. É uma medida que privilegia apenas quem é sócio, mas já é um começo.

O São Paulo, na luta contra o rebaixamento em 2017, também lotou o Morumbi em várias partidas com ingressos a preços populares. O Atlético Mineiro também já fez ações interessantes no sentido. O Grêmio tirou as cadeiras que ficariam atrás dos gols na Arena para caber mais gente e manter a cultura da Geral. Exemplos não faltam.

Em meio a essa elitização dos estádios e com o fim das gerais, o preço do pay-per-view diminuiu e a tendência é o rico ir aos estádios e o pobre assistir aos jogos sentado no sofá de casa ou na cadeira de um bar. O documentário “Geraldinos”, de 2015, ilustra bem essa nova realidade.

Mas essa realidade é o que devemos combater. Acredito que não faltem mecanismos ou possibilidades para os clubes oferecerem ingressos mais baratos. O que acontece é que o lucro acaba falando mais alto, mas há de se encontrar um equilíbrio.

O futebol no Brasil se desenvolveu como um espaço democrático que unia todas as classes, cores e credos. Não eram baratos todos os ingressos, mas eles ainda estavam lá. Quem apoiou os clubes desde o início foi a classe trabalhadora. E o estádio de futebol deve ser ocupado pelos torcedores – de todos os tipos – pois sem eles, um time não é nada.

 

João Miguel

Tradição Sulamericana

Cruzeiro, Universidad de Chile, Racing e, possivelmente, Vasco. O grupo da morte é composto apenas por campeões continentais. Cruzeiro e Vasco disputaram final de campeonato brasileiro. Cruzeiro e Racing disputaram duas finais de Supercopa. La U e Vasco a semi da Sul-americana. O grupo dá a tônica da nova Libertadores.

Durante os últimos dois anos, a Libertadores da América vem tentando mudar sua cara. Apesar do amadorismo característico dos dirigentes da Conmebol, que resistem no poder após escândalos de corrupção, incontáveis casos de racismo nas partidas e violência exacerbada, parece que a Libertadores tomou um caminho acertado.

À primeira vista, desgostei e critiquei o novo formato: competição ao longo de todo o ano, com, pelo menos, sete vagas a times brasileiros (este número podendo crescer a nove), mesmo número de vagas a equipes argentinas.

Agora, com tantas equipes tradicionais, me vejo obrigado a concordar com a Conmebol. Palmeiras e Boca, Flamengo e River,, Santos e Estudiantes, Corinthians, Independiente e Atlético Nacional e Colo-Colo. Todos confrontos de campeões da Libertadores e tudo isso na primeira fase.

Se compararmos com o grupo do atual campeão, Grêmio, podemos ver que este sim é um grupo que ilustra a antiga Libertadores: um time venezuelano, um uruguaio, um paraguaio e um brasileiro. Entretanto, não por coincidência, foi este o considerado mais fácil grupo para os brasileiros.

A Libertadores ganha muito com confrontos entre grandes equipes. O inchaço de pequenos clubes venezuelanos, mexicanos, bolivianos e peruanos acabou por quase garantir os times brasileiros na segunda fase. Exceções feitas às campanhas do Flamengo e um ou outro desvio, como do Internacional, campeão em 2010, em 2011.

A intenção da Conmebol em deixar o calendário cheio durante todo o ano era se assemelhar com a Champions League. Entretanto, com a adesão de mais clubes argentinos e brasileiros, posso dizer que a primeira fase sul-americana é mais atrativa que a europeia.

Enquanto na Champions, há confrontos como Qarabag e Chelsea, Maribor e Spartak de Moscou, Real Madrid e Legia Varsóvia, na Libertadores, os clássicos dão a tônica. Esperemos que continue assim.

Que comece a Libertadores 2018!

A derrocada de Marcelo Oliveira

Bicampeão brasileiro, campeão da Copa do Brasil, penta finalista do torneio. O currículo de Marcelo Oliveira nos últimos 6 anos são de dar inveja em qualquer treinador do Brasil. Mas, ao contrário do que seus resultados práticos mostram, a carreira do mineiro de Pedro Leopoldo parece estar em queda livre.

O sucesso de Marcelo começou com um bi vice-campeonato da Copa do Brasil, em 2011 e 2012, pelo ótimo time do Coritiba. Com ele no comando, o Coxa emplacou 24 vitórias consecutivas e bateu o recorde nacional no quesito.

O plantel contava com Éverton Ribeiro, Robinho e Rafinha, que brilhariam com a camisa do Cruzeiro,  Gil, falecido no acidente com o avião da Chapecoense, Tcheco, além de Lincoln, Júnior Urso e Leandro Donizete, destaques do Galo na história recente.

O futebol ofensivo e criativo de Marcelo Oliveira o credenciaram a alçar vôos maiores. Em 2013, ele assinaria com o Cruzeiro, maior rival do Atlético-MG, clube em que foi ídolo como jogador. Chegou com desconfiança, mas logo calou a boca da torcida celeste. O brilho de Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart proporcionaram um histórico bicampeonato brasileiro 2013-14, um campeonato mineiro e um vice da Copa do Brasil, que, em caso de título, garantiria a segunda tríplice coroa para a Raposa.

Em 2015, a primeira etapa do declínio de Marcelo. A diretoria celeste se desfez dos principais destaques das campanhas vitoriosas anteriores e o treinador se viu obrigado a improvisar com peças menos valiosas durante a Libertadores. A equipe chegou às quartas de final. Na primeira partida, vitória do Cruzeiro sobre o River, em pleno Monumental de Núñez. Entretanto, a derrota por 3 a 0 no Mineirão o fizeram ser demitido.

Deixando de lado toda a injustiça que envolve a demissão de Marcelo, a partir daí sua carreira viveu alguns altos e muitos baixos. O treinador foi contratado ao poderoso e rico Palmeiras e, após três vice-campeonatos, conquistou a Copa do Brasil. Mas, o futebol apresentado pela equipe era muito aquém daquele apresentado no Cruzeiro e o investimento feito era muito alto.

Após eliminação ainda na primeira fase da Libertadores 2016, Marcelo foi demitido. Para seu lugar, veio Cuca que, com o mesmo plantel, sagrou-se campeão brasileiro. Estava ali explícita a fragilidade do mineiro.

Ainda em 2016, prestigiado pelos títulos recentes, foi contratado pelo clube em que é ídolo, o Galo. Na equipe, Marcelo exerceu sua principal característica: um forte ataque. Entretanto, com claros descuidos defensivos, o Atlético oscilou no campeonato e terminou na quarta posição. A equipe teve o segundo melhor ataque, com 61 gols marcados e a incrível  quinta pior defesa, com 53 gols sofridos.

O técnico chegou, inclusive, a disputar outra final de Copa do Brasil. Mas, a derrota na primeira partida, em casa, para o Grêmio, culminou na sua demissão antes mesmo da partida de volta. Ali, as credenciais de técnico bicampeão brasileiro se transformaram em técnico ofensivo, mas irresponsável defensivamente.

Chegamos a 2017, com Marcelo Oliveira desempregado até meados de julho.  Assumiu o Coxa em condição confortável, 13º colocado, 4 pontos acima da zona de rebaixamento. O clube estava com 19 pontos e 42,2% de aproveitamento.

Sob seu comando, o Coritiba despencou. Novamente com defesa inconstante, mas com ataque pouco criativo, o Coxa foi perdendo posições rodada a rodada até, enfim, ser rebaixado do Campeonato Brasileiro. Com Marcelo Oliveira, o Coxa disputou 23 partidas, perdeu 11, empatou 6 e venceu apenas 5 partidas. Um aproveitamento de 30,43%.

Antes vitorioso, Marcelo Oliveira agora não parece ser mais técnico de primeiro escalão no cenário nacional. Seu futebol ofensivo, porém pouco criativo, foi presa fácil diante do não-futebol praticado em 2017, com defesas sólidas e ataques tímidos. Quando o treinador teve de se reinventar, não conseguiu.

Agora, resta a Série B para que ele consiga se reerguer. É possível, o Coritiba tem time para se sagrar campeão e o treinador já mostrou qualidades para ser campeão. Resta saber se ele conseguirá propor alternativas ao seu futebol.

José Eduardo

Guia do Brasileirão Subindo a Linha – Parte 4

José Eduardo

Corinthians
Tite
(Tite vai ter trabalho difícil para remontar o time)

Ponto forte: Defesa
Ponto fraco: Ataque
Fique de olho: Malcom
Time base: Cássio, Fagner, Gil, Felipe (Edu Dracena), Fábio Santos, Ralf (Bruno Henrique), Elias, Renato Augusto, Jadson, Mendoza (Malcom), Vagner Love (Romero)

O sonho do corintiano durou pouco. Melhor time do Brasil no início, o Timão sofreu baixas irreparáveis e sofre para manter os craques que faltam.

A justificativa é simples: acabou o dinheiro. A conta dos gastos exorbitantes que o time fez para construir e manter o estádio e para fazer um time competitivo chegou. O dinheiro investido em Pato, Guerrero, Tite e outros faz falta agora.

Os heróis do glorioso ano de 2012 já foram embora, juntos, para o Flamengo. Ralf e Elias também podem sair.

Mas o Corinthians continua com três trunfos. O primeiro, o fator casa. O corintiano soube transformar Itaquera em sua casa. Tirar pontos do Timão lá será quase impossível.

O segundo trunfo é a zaga. Mantida a base desde 2011, mesmo com a troca de Alessandro e Paulo André por Fagner e Felipe, respectivamente, o time continuou com a mesma solidez e o mesmo espírito de jogo. E a dupla de volantes Ralf e Elias se conhecem muito bem e ainda apoiam o ataque. Fazer gols no Corinthians será quase impossível.

Por fim, no banco de reservas está Tite. Talvez o maior conhecedor dos meandros do clube, Tite teve um ano sabático, aprendeu, estudou, e vem ainda melhor para voltar a dar glórias ao Timão.

O ponto fraco é o ataque. O desmanche que tirou Sheik e Guerrero deixou Mendoza, Malcom, Vagner Love e Romero. À exceção dos dois primeiros, o ataque é mediano para ruim. Vagner Love não é mais o mesmo, lento e impreciso. E Romero é ainda mais impreciso.

Se mantiver Malcom, joia da base, o Corinthians pode fazer seus golzinhos. Mas deve desfalcar o Timão por mais algumas semanas, porque está no mundial sub-20. Mendoza é rápido e tático. Um bom ponta.

Se não vender ninguém, poucos gols, vitórias por 1 a 0 e jogos sonolentos serão, novamente, a tônica do Corinthians. Se vender, poucos gols e derrotas.

Aproveitando a fragilidade dos outros clubes, por enquanto, ficaria em um quinto lugar, torcendo para o Internacional vencer a Libertadores para abrir uma vaga na competição sulamericana.

Palpite: BRIGA PELA LIBERTADORES

Palmeiras

(A torcida abraçou o time)

Ponto forte: Dinheiro
Ponto fraco: Retrospecto
Fique de olho: Dudu
Time base: Fernando Prass, Lucas, Victor Ramos (Jackson), Vitor Hugo (Tobio), Egídio (Zé Roberto), Gabriel (Amaral), Arouca (Robinho), Zé Roberto (Cleiton Xavier), Dudu (Valdívia), Rafael Marques (Leandro Pereira), Kelvin (Alecsandro)

Incrível o que a diretoria alviverde fez neste início de ano. Foram nada mais, nada menos que 22 jogadores contratados. Dois times completos.

Reflexo disso é a dúvida de qual será o time titular do Palmeiras com a chegada de Marcelo Oliveira, que vem substituir o recém-demitido, Oswaldo de Oliveira

No início do ano, as expectativas não poderiam ser melhores. Ótimos jogadores, contratações atravessando os rivais, como o caso de Dudu, dirigente e técnico bicampeões brasileiros.

Mas o que se viu em campo com Oswaldo foi o oposto. O time não entrosou e a torcida, nervosa, espera pelos resultados. A defesa ainda comete erros bobos. O ataque não produz. O meio-campo não fornece jogadas para os homens de frente.

Com a chegada de Marcelo, o time volta a figurar entre os favoritos. A sintonia com Alexandre Mattos já deu resultado. O desafio do treinador é mostrar para a torcida palmeirense que é possível ser campeão. O palestrino mais otimista está cansado de fazer boas campanhas e morrer na praia. Ou pior, lutar contra o rebaixamento.

A torcida já abraçou o clube. A média de público é a mais alta do futebol brasileiro. E ela merece ambições maiores, assim como Marcelo Oliveira. Chutado após subir o Cruzeiro de patamar no futebol sulamericano, o competente treinador tem a faca e o queijo para continuar sua carreira de sucesso. Basta mostrar para os jogadores, como disse Zé Roberto, que o Palmeiras é grande.

Palpite: VAGA NA LIBEERTADORES

São Paulo
M1to
(O Mito quer se despedir com mais uma taça)

Ponto forte: Elenco
Ponto fraco: Diretoria
Fique de olho: Rogério Ceni
Time base: Rogério Ceni, Bruno, Rafael Tolói, Dória, Reinaldo (Carlinhos), Hudson (Wesley), Denílson, Michel Bastos, Souza, Ganso, Luís Fabiano (Pato)

Time de vídeo game. O São Paulo é, no papel, o melhor time do campeonato brasileiro. Tem jogadores de copa do mundo: Rogério Ceni, Michel Bastos, Luís Fabiano; tem jogadores de seleção Olímpica: Rafael Tolói e Dória; tem jogadores apontados como gênios mas que não vingaram: Ganso e Pato. Mas não tem tranquilidade.

Desde o tricampeonato brasileiro 2006-08, o São Paulo não sabe o que é jogar tranquilo. A pressão veio das arquibancadas, da diretoria e dos próprios jogadores. O clube alcançou um patamar jamais igualado no futebol nacional. E é assim que o tricolor chega para mais uma tentativa de ser o melhor time brasileiro.

O presidente Carlos Miguel Aidar já havia dado o recado para o ex-técnico, e ídolo, Muricy Ramalho: “Nós vamos ser campeões com ele. Está devendo essa para gente. Nós montamos o time que ele quis. Ainda quer um “jogadorzinho”, mas com o que tem agora ele precisa ganhar. Quem vai cobrar publicamente dele sou eu. Não é mais ele que cobra da diretoria”.

Mas não é só com 11 jogadores que se faz um time. É com o apoio da torcida, confiança dos jogadores, alegria. E isso está difícil de se ver no São Paulo.

A fórmula é simples: se o time conseguir confiança, pode ser campeão. Se a diretoria continuar interferindo no moral dos jogadores, problemas à vista. Basta o melhor time no papel se transformar no melhor em campo.

Para isso, o papel da torcida é fundamental. Mas a diretoria também não enxerga isso. Preços exorbitantes afastam o torcedor, que comparecem em baixo número no Morumbi.

Rogério Ceni já disse que só joga até o final do ano. O maior jogador da história tricolor merece se aposentar com um título. Cabe à diretoria entender o que precisa ser feito.

Palpite: BRIGA PELO TÍTULO

Atlético-MG
galo
(O Caldeirão do Horto vai embalar o Galo)

Ponto forte: Raça
Ponto fraco: Retrospecto
Fique de olho: Luan
Time base: Victor, Marcos Rocha (Patric), Leonardo Silva, Jemerson, Douglas Santos, Rafael Carioca, Giovanni Augusto (Guilherme), Dátolo, Luan, Lucas Pratto, Carlos(Thiago Ribeiro)

O Galo encantou o Brasil com decisões impressionantes, viradas espetaculares e títulos brilhantes. O futebol era ora vistoso ora dúbio. Mas em competições mata-mata, não tinha jeito, era Galo na cabeça.

Nos pontos corridos, entretanto, a raça não era suficiente. Pontos perdidos, erros bobos e irregularidade ameaçavam a supremacia do time alvinegro. E o Galo, que não é campeão brasileiro desde 1971, chega nesta edição do Brasileirão desconfiado.

A torcida já está impaciente após derrota para o Cruzeiro e empate com o Santos, em casa. A ideia de mais uma vez ter um timaço e passar em branco no campeonato assombra os atleticanos.

O time é excelente, novamente. Rápido e criativo, o time conta com Luan e Dátolo na criação e saída de jogo, uma zaga quase impecável e um lateral direito que já foi convocado para a seleção. Com uma lesão, Marcos Rocha não pode jogar e é seu substituto que sofre com a pressão da torcida.

Se o Galo se mantiver raçudo, consegue ir muito longe. E o trabalho de Levir Culpi dá esperanças ao torcedor.

Para facilitar seu trabalho rumo ao título, o atleticano pode estar torcendo para o Internacional vencer a Libertadores e deixar o caminho livre para o bicampeonato alvinegro.

Palpite: BRIGA PELO TÍTULO

Internacional
Valdivia
(Com o xodó Valdívia, este é o ano do Inter)

Ponto forte: Elenco
Ponto fraco: Libertadores
Fique de olho: D’alessandro
Time base: Alisson, William, Juan, Ernando, Geferson, Rodrigo Dourado, Aránguiz, D’alessandro, Eduardo Sasha, Nilmar(Valdívia), Lisandro López

O que é este Internacional? Semifinalista da Libertadores, pentacampeão gaúcho, o Colorado vem, mais uma vez, cotado como favorito ao título. Mas desta vez é diferente.

O Colorado realmente é o melhor elenco do país. Diferentemente do São Paulo, que tem o melhor time no papel, o Inter tem um excelente time no papel, e um melhor ainda em campo. E um banco de reservas invejável.

Imagine você em que colocação estaria este time no brasileiro: Muriel, Claudio Winck, Réver, Paulão, Alan Ruschel, Nicolás Freitas, Nilton, Wellington, Alex, Anderson, Valdívia. No banco, ainda, Dida, Alan Costa, Léo, Martin Luque, Jorge Henrique e Rafael Moura. Eu diria que no g4 ele estaria. E este é o time reserva.

Realmente, o elenco colorado é um esquadrão. A força na Libertadores, graças a esse calendário esdrúxulo, é o ponto negativo do Inter no Brasileirão. O time está nas semifinais e terá difícil batalha contra o Tigres do México, podendo chegar à final contra o River Plate. O desgaste e um possível relaxamento após um título provável Colorado podem inviabilizar a conquista nacional. Mas com um elenco tão forte, o time ainda pode sonhar alto. Ser campeão estadual, nacional e continental no mesmo ano. Quem sabe até ser campeão mundial.

A expectativa é alta e a torcida sabe disso. Colocou mais de 40 mil torcedores em pleno domingo às 11h da manhã. É o ano colorado.

O time ainda pode contar com uma torcida extra para a conquista da Libertadores. Isto porque, com o triunfo, abriria, assim, uma vaga para a competição do ano seguinte para o quinto colocado do Campeonato Brasileiro. E o Inter poderia acabar esquecendo da disputa do nacional.

O palpite não poderia ser diferente:

Palpite: FAVORITO AO TÍTULO