Em que mundo estamos?

O clássico entre Corinthians e Palmeiras, válido pelo campeonato paulista, no Itaquerão no dia 24/02 contou mais uma vez com algumas polêmicas. Apesar de dois pênaltis marcados para o Timão e a expulsão de Jaílson no primeiro deles, o maior debate pós-clássico foi sobre Jaílson e sua família. Maria Antônia e Laura, mãe e irmã de Jaílson, respectivamente, foram ao estádio apoiar seu time do coração. O debate se deu por causa do fato de elas torcerem para um grande rival do alviverde paulista.

Tudo começou com uma excelente reportagem feita pelo repórter da Globo Marco Aurélio de Souza sobre a reação da mãe do goleiro ao clássico. Quando começou a semana após o jogo, conselheiros palmeirenses insistiram em alguma punição ao goleiro, assim como alguns torcedores.

Fica aqui minha congratulação a Maurício Galiotte, atual presidente do Verdão, que garantiu não haver punição ao jogador e ainda defendeu o excelente atleta que ele é. Sobre os famosos conselheiros, resta-me apenas tristeza por acharem que o atleta deve ser punido por uma ação de sua mãe, percebendo ainda que, mesmo que sua mãe tivesse que ser julgada, não teria como avaliar a atitude como certa ou errada, pois o mundo não é feito de certos e errados. Parece, ás vezes, que a função dos conselheiros de time de futebol é causar polêmica e intriga dentro dos clubes.

Sobre a divulgação midiática do fato, é um grande exemplo de como é possível viver em paz no futebol. Pessoas que convivem diariamente se respeitando, apesar de torcerem para times rivais, é algo raro no cotidiano brasileiro. Cenas de violência são muito mais comuns nos estádios e na sociedade brasileira do que essas maravilhosas cenas de respeito. Mesmo assim, é triste ver esse tipo de discussão causada pelo ato dos conselheiros no cenário midiático. A situação deveria não ser comentada por ser algo completamente comum e rotineiro, o que não acontece no Brasil atualmente. Não é uma crítica à imprensa, mas sim a algo maior, que é a comunidade brasileira.

Fica a esperança de que, um dia, o que acontece dentro do campo tenha mais importância e visibilidade do que acontece fora dele. Sendo assim, aquela famosa frase “o futebol tá ficando chato” vai fazendo algum sentido, apesar de seus diversos usos errôneos.

 

Lucas de Moraes

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