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A Semana do Preconceito

Semana de clássicos estaduais se aproximando, ingresso na mão, expectativa alta e… BICHA! PUTA! Assim podemos resumir o que foram os dias 8/03, Dia Internacional da Mulher, e 11/03 de 2018 no futebol.

Primeiramente, no clássico paulista, Palmeiras e São Paulo se enfrentavam no Allianz Parque. Nada de novo, bicha pra cá, Bambi pra lá. O que surpreendeu foi a atitude de William de Lucca e, principalmente, a repercussão dela.

William, homossexual e palmeirense, não necessariamente nesta ordem, estava na arquibancada palestrina quando, novamente, se depara com xingamentos homofóbicos ao rival. Indignado, provoca no Twitter, dizendo que também há viados palmeirenses, como ele.

O que se viu após isto foi uma enxurrada de matérias nos principais veículos nacionais e tão logo iniciou-se o ritual odioso da internet. William foi atacado de diversas formas, inclusive em uma matéria deplorável de Cosme Rímoli, da Record, que em uma tentativa de confrontar material jornalístico da Globo, “desmascarou” William com xingamentos homofóbicos por parte deste em sua conta no Twitter.

Só esqueceu de um detalhe, as publicações de William foram em 2010. 8 anos se passaram, o palestrino amadureceu e entrou na causa LGBT, lutando exatamente contra o que pronunciara.

Por fim, no domingo, Grenal no Beira-Rio. Primeiro, uma repórter é chamada de puta por um colorado por aparentemente ser gremista. A repórter saca seu celular e filma o agressor, pedindo para ele repetir o xingamento. Eis que o troglodita a agride fisicamente.

Ainda neste jogo, um grupo de mulheres, gremistas, que assistiam ao clássico em camarote no estádio são surpreendidas por um homem que, por mais de um minuto, as provoca com simulações de sexo oral.

Na semana do Dia Internacional da Mulher, casos de violência, abuso, desrespeito ocorrem contra elas. A internet busca defender os homens e os clubes ao passo que as discussões se tornam coadjuvantes do clubismo.

Os comportamentos se repetem torcida a torcida. Não se trata de clube, se trata de cidadãos. Seguimos imbecis.

José Eduardo

Por um futebol com mais estádios lotados

A elitização dos estádios brasileiros é inegável. Os grandes estádios, principalmente após a Copa do Mundo de 2014, se modernizaram e o preço dos ingressos subiu consideravelmente. Junto a isso, os times brasileiros passaram a apostar de vez nos sócios-torcedores.

Mas ser sócio não significa que os preços dos ingressos passam a ser exatamente acessíveis. Muitas categorias são de pagar uma mensalidade e ainda precisar comprar um ingresso, ainda que com desconto. No final, o dinheiro acaba pesando, sim.

Precisamos de medidas que tragam as camadas populares para os estádios de novo, mas o futuro parece não se caminhar para isso. Não é raro vermos torcedores comemorando mais uma renda alta do que um estádio lotado e debochando de times que fazem promoções de ingresso para ter mais público. E daí se fazem promoções? Não é demérito nenhum colocar à venda ingressos a preços mais baratos.

Não me leve a mal: o futebol, apesar de toda a sua história e tudo o que o cerca, é um negócio e os clubes precisam de dinheiro para se sustentar. Mas é melhor ter uma renda X com 50.000 torcedores no estádio do que arrecadar a mesma quantia com 15.000, certo?

O Cruzeiro está fazendo, desde o início da temporada, promoções para os jogos do Campeonato Mineiro. Na estreia do clube na temporada, mais de 42 mil torcedores foram prestigiar a partida contra o Tupi. Diante do América, foram mais de 50 mil no Mineirão. O sócio que comprasse ingresso poderia levar convidados de graça para assistir às partidas. É uma medida que privilegia apenas quem é sócio, mas já é um começo.

O São Paulo, na luta contra o rebaixamento em 2017, também lotou o Morumbi em várias partidas com ingressos a preços populares. O Atlético Mineiro também já fez ações interessantes no sentido. O Grêmio tirou as cadeiras que ficariam atrás dos gols na Arena para caber mais gente e manter a cultura da Geral. Exemplos não faltam.

Em meio a essa elitização dos estádios e com o fim das gerais, o preço do pay-per-view diminuiu e a tendência é o rico ir aos estádios e o pobre assistir aos jogos sentado no sofá de casa ou na cadeira de um bar. O documentário “Geraldinos”, de 2015, ilustra bem essa nova realidade.

Mas essa realidade é o que devemos combater. Acredito que não faltem mecanismos ou possibilidades para os clubes oferecerem ingressos mais baratos. O que acontece é que o lucro acaba falando mais alto, mas há de se encontrar um equilíbrio.

O futebol no Brasil se desenvolveu como um espaço democrático que unia todas as classes, cores e credos. Não eram baratos todos os ingressos, mas eles ainda estavam lá. Quem apoiou os clubes desde o início foi a classe trabalhadora. E o estádio de futebol deve ser ocupado pelos torcedores – de todos os tipos – pois sem eles, um time não é nada.

 

João Miguel

Tradição Sulamericana

Cruzeiro, Universidad de Chile, Racing e, possivelmente, Vasco. O grupo da morte é composto apenas por campeões continentais. Cruzeiro e Vasco disputaram final de campeonato brasileiro. Cruzeiro e Racing disputaram duas finais de Supercopa. La U e Vasco a semi da Sul-americana. O grupo dá a tônica da nova Libertadores.

Durante os últimos dois anos, a Libertadores da América vem tentando mudar sua cara. Apesar do amadorismo característico dos dirigentes da Conmebol, que resistem no poder após escândalos de corrupção, incontáveis casos de racismo nas partidas e violência exacerbada, parece que a Libertadores tomou um caminho acertado.

À primeira vista, desgostei e critiquei o novo formato: competição ao longo de todo o ano, com, pelo menos, sete vagas a times brasileiros (este número podendo crescer a nove), mesmo número de vagas a equipes argentinas.

Agora, com tantas equipes tradicionais, me vejo obrigado a concordar com a Conmebol. Palmeiras e Boca, Flamengo e River,, Santos e Estudiantes, Corinthians, Independiente e Atlético Nacional e Colo-Colo. Todos confrontos de campeões da Libertadores e tudo isso na primeira fase.

Se compararmos com o grupo do atual campeão, Grêmio, podemos ver que este sim é um grupo que ilustra a antiga Libertadores: um time venezuelano, um uruguaio, um paraguaio e um brasileiro. Entretanto, não por coincidência, foi este o considerado mais fácil grupo para os brasileiros.

A Libertadores ganha muito com confrontos entre grandes equipes. O inchaço de pequenos clubes venezuelanos, mexicanos, bolivianos e peruanos acabou por quase garantir os times brasileiros na segunda fase. Exceções feitas às campanhas do Flamengo e um ou outro desvio, como do Internacional, campeão em 2010, em 2011.

A intenção da Conmebol em deixar o calendário cheio durante todo o ano era se assemelhar com a Champions League. Entretanto, com a adesão de mais clubes argentinos e brasileiros, posso dizer que a primeira fase sul-americana é mais atrativa que a europeia.

Enquanto na Champions, há confrontos como Qarabag e Chelsea, Maribor e Spartak de Moscou, Real Madrid e Legia Varsóvia, na Libertadores, os clássicos dão a tônica. Esperemos que continue assim.

Que comece a Libertadores 2018!

Por que torci para o Grêmio?

Desde minha primeira memória sobre o Grêmio, confesso que nunca fui simpático ao clube. Como cruzeirense morando em Brasília, foram várias vezes que pessoas confundiram os clubes azuis. Além disso, durante a década de 90, os clubes se encontraram em épocas importantes, como a final da Copa do Brasil 93 e a semifinal da Libertadores 97.

Mas o desgosto pelo tricolor gaúcho, de fato, veio na semifinal da Libertadores 2009, quando Maxi López, atacante gremista, foi acusado de racismo pelo volante Elicarlos, do Cruzeiro. Para piorar a situação, parte da torcida gaúcha comprou a briga e xingou nosso jogador na partida em Porto Alegre, tal qual fez com Aranha, do Santos, na Copa do Brasil 2014.

Apesar de todos estes motivos para desgostar do Grêmio, ontem me vi torcendo fortemente para o tricolor. Os motivos são vários. A começar pelo que representa um jogo de um clube gaúcho ser transmitido em TV aberta para todo o Brasil.

Em tempos de dualidade Flamengo e Corinthians na televisão, com Palmeiras e um ou outro carioca de coadjuvante, uma final entre um time do sul do país e um argentino ser transmitida no Amapá ou Roraima representam a importância do futebol brasileiro em seu conjunto e não por time A ou B.

O Grêmio representa a força dos excluídos. Uma vez que os jogos do Grêmio não são transmitidos nacionalmente, a difusão de informação à população impossibilita o aumento de torcedores. Desta forma, apenas em momentos de glórias, como a Libertadores, a marca Grêmio consegue chegar ao conhecimento de todo o país.

Concomitantemente a isso, existe o desequilíbrio de distribuição de renda de direitos de transmissão entre os clubes. Enquanto Flamengo e Corinthians recebem 170 milhões de reais da detentora dos direitos, Rede Globo, o Grêmio abocanha “apenas” 60 milhões¹. Quase um terço do que recebem os dois clubes de maior torcida.

É importante perceber que o desequilíbrio de renda não acompanha méritos dentro de campo. O Cruzeiro, por exemplo, bicampeão brasileiro e campeão da Copa do Brasil nos últimos 5 anos recebe os mesmos 60 milhões do Grêmio, enquanto o Flamengo ganhou apenas uma Copa do Brasil no período e chegou a um terceiro lugar no Brasileirão.

Ao analisar o que tais receitas podem representar, os clubes que possuem maior torcida e maior receita tendem a ganhar cada vez maior receita e privilégios e, desta forma, monopolizar os títulos a longo prazo.

A forma de se combater isso é justamente com vitórias dos “coadjuvantes”, em que a TV aberta se vê obrigada a transmitir seus jogos. E é por isso que, ontem, eu fui gremista. Pelo nosso futebol. Para difundir o Grêmio pelo Brasil, assim como foi com o Atlético-MG, em 2013 e 14, como foi com o Cruzeiro em 13, 14 e 17, como foi com o Sport em 2008 e o Inter, em 2006 e 2010. O futebol deve ser de todos.

Por fim, lembro do meu primo Alexandre. Se eu sou fanático pelo Cruzeiro, a influência é parte dele. A forma como ele torce me motiva a gostar ainda mais do meu próprio clube. Ele vibra, chora, grita, viaja para ver o clube. Já fui, inclusive, a Goiânia torcer para o Grêmio contra o Atlético-GO com ele.

Parabéns, tricolores! Foram anos de sofrimento para, enfim, gritar tri. O penta na Copa do Brasil, nós não deixamos barato. Espero conquistar o tri também!

Por José Eduardo

¹http://blogs.diariodepernambuco.com.br/esportes/2016/12/11/a-distribuicao-dos-milhoes-das-cotas-de-televisao-nas-series-a-e-b-de-2017/

Sul-Minas-Rio: O fio de esperança para o futebol brasileiro

José Eduardo

Em meio a tantas controvérsias, falcatruas, desonestidades, desvios de verba e conduta e muitas outras falhas na CBF e nas direções de clubes e federações, surge a Sul-Minas-Rio, liga interestadual que almeja um campeonato atraente ao torcedor e retira o poder dos velhos manda-chuvas do futebol.

Apesar da atratividade para o torcedor, o Sul-Minas-Rio vai muito além de um simples torneio. A importância deste é fazer com que os clubes voltem a deter o poder do futebol.

Desde a extinção do Clube dos 13, o futebol se tornou mercadoria das Federações, da CBF e, principalmente, da Globo. Com o alto valor que a rede de televisão paga aos clubes pelos direitos de transmissão de suas partidas, além, inclusive, dos patrocínios em suas camisas, os clubes se tornaram refém dos horários dos jogos e seu calendário de jogos. Exemplo disso é o alto número de jogos nos desinteressantes campeonatos estaduais, desgastando jogadores e impedindo descanso durante o ano, inclusive em datas FIFA, onde as seleções nacionais jogam no mesmo dia que os clubes do Brasileirão.

Portanto, a estratégia é mostrar tanto para a Globo quanto para a CBF que os clubes são maiores que estas instituições. Porque enquanto estão acontecendo os estaduais, a bola também pela Sul-Minas-Rio, o que quer dizer que veremos times reservas, às vezes juniores em campo pelos grandes clubes nos estaduais. Outro ponto é que a transmissão do torneio interestadual será negociado com outras emissoras, retirando o poder definitivamente da Globo.

Mas nem tudo são flores. Há dois riscos para o futebol brasileiro com a criação desta liga. O primeiro seria o preterimento destes clubes em relação aos filiados estritamente aos campeonatos estaduais por parte tanto da CBF quanto por seus tribunais. O que quer dizer que possam acontecer denúncias e resultados, no mínimo, extravagantes no STJD prejudicando tais equipes, como punições desproporcionais a jogadores.

Outro problema é entregar o poder a um grupo tão seleto de clubes, o que nos faz lembrar diretamente do Clube dos 13. O caso mais clássico da interferência do Clube dos 13, entidade que aglomerava os times mais poderosos do Brasil, foi a final da Copa União de 1987, em que em um campeonato confuso, a entidade recomendou que o Flamengo não entrasse em campo para a disputa contra o Sport. Desta forma, os clubes do Clube dos 13 proclamaram o Flamengo campeão brasileiro, enquanto a CBF proclamou o Sport. Entretanto, em 2007, com o pentacampeonato brasileiro pelo São Paulo, a questão voltou à tona quando o tricolor paulista se autoproclamou o primeiro pentacampeão brasileiro, obviamente, com apoio do Sport. A CBF mantém o título para o Sport e, agora, o Flamengo advoga sozinho em causa própria.

É interessante aguardar a Copa Sul-Minas-Rio sair do papel, mas tirar o poder da Globo, detentora de quase todos os torneios mais importantes do Brasil, favorecendo a trasmissão desigual de jogos e dinheiro a certos clubes, e da CBF, com seus tribunais e calendários esdrúxulos já é um avanço.

Mais uma chance, mais uma tragédia

José Eduardo

2004, campeão brasileiro com o Santos. Este foi o último título de expressão de Vanderlei Luxemburgo. E mesmo assim, 11 anos depois, é só um time grande do Brasil demitir seu treinador que o nome do Pofexô é ventilado. Foi assim com Santos (2006, 2009), Palmeiras (2008), Atlético-MG (2010), Flamengo (2010, 2014), Grêmio (2012), Fluminense (2013) e agora, Cruzeiro.

11 anos, nenhuma Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil, Mundial. Apenas 5 estaduais e péssimas passagens pelas equipes.

Seguindo o lema “Eu venci, nós empatamos, eles perderam”, Luxemburgo plantou discórdia nos clubes por onde passou e colheu péssimos resultados. Vale lembrar a passagem desastrosa pelo Real Madrid, onde o ponto forte foram suas entrevistas em péssimo – e cômico – portunhol.

Seu trabalho se destaca por uma boa arrancada quando assume os times em que passa, algumas partidas irregulares e a derrocada.

Em seus trabalhos mais recentes, foi demitido do Galo, em 2010, deixando o clube na zona de rebaixamento após goleada sofrida contra o Fluminense por 5 x 1.

No Flamengo, em suas últimas duas passagens, conseguiu um carioca e salvar o time do rebaixamento, mas nenhum campeonato de destaque, mesmo treinando seu clube do coração e em sua zona de conforto.

Em 2013, no Grêmio, o Pofexô se envolveu em confusão contra o Huachipato, do Chile, e foi suspenso por 6 partidas. Foi eliminado, nas oitavas, pelo Santa Fé, da Colômbia, ainda durante sua suspensão e, por isso e por ter perdido o Gaúcho para o maior rival, foi demitido.

Ainda em 2013, Luxemburgo assumiu o atual campeão brasileiro, Fluminense e admitiu que salvar o tricolor do rebaixamento seria uma conquista. Saiu do comando com 7 vitórias em 26 jogos e uma sequência final de 9 jogos sem triunfos.

A situação em 2015 é idêntica. Assumiu o atual (bi)campeão brasileiro, Cruzeiro, e já chegou com moral. 3 vitórias seguidas, inclusive vencendo o Atlético-MG, no Independência, quebrando dois longos tabus, de vitórias (11 jogos) e de vitórias na casa do rival, fato que não aconteceu desde a reinauguração do estádio.

Mas a face de Luxemburgo começou a cair imediatamente. 3 derrotas seguidas. E então, começa a derrocada do ultrapassado treinador.

Sem nenhuma criatividade e renovação, Luxemburgo imediatamente mudou o esquema tático celeste. Tirou o 4-2-3-1 consagrado no bicampeonato e foi à zona de conforto 4-3-1-2, tática que deu a Tríplice Coroa ao Cruzeiro em 2003. A diferença são apenas 11 anos de atraso da tática. E jogadores com características completamente diferentes.

A partir de então, o Cruzeiro assumiu o DNA Luxemburgo: derrotas em jogos facílimos, vitórias em jogos difíceis que ajudam a mascarar o mau trabalho e a enaltecer a figura do técnico, a figura do “EU VENCI”.

Hoje, o bicampeão brasileiro encontra-se na 14º colocação, 3 acima da zona de rebaixamento. O discurso de “tentaremos o tri” já mudou para “o foco é a Copa do Brasil”, como se o Brasileiro fosse luxo.

Luxo mesmo seria poder vencer algum time catarinense. Sob o comando de Luxa, o Cruzeiro perdeu em casa para a Chapecoense, empatou, em casa, com o Avaí e conseguiu ser goleado pelo Joinville.

Fato é, Luxemburgo é um bom motivador. Consegue vitórias em jogos importantes. Mas está ultrapassado. Acumula derrotas em jogos ridiculamente fáceis. Cria rachas nos times por onde passa, tem salário altíssimo e, incrivelmente, possui respeito por todos os dirigentes do Brasil. Por quê? Este texto deixa bem claro que não é pelo retrospecto recente.

*Em negrito, o destaque: REBAIXAMENTO, a tônica dos trabalhos de Luxemburgo

Guia do Brasileirão Subindo a Linha – Parte 3

José Eduardo

Os times de hoje são Fluminense, Flamengo, Cruzeiro, Sport e Grêmio. Os times devem integrar a lista dos coadjuvantes da parte de cima da tabela. Vai ser difícil tirar pontos deles, mas não impossível.

Fluminense
Fred
(O ídolo Fred terá de comandar a meninada do Flu rumo ao topo)

Ponto forte: Fred
Ponto fraco: Dinheiro, ou falta dele
Fique de olho: Gerson
Time base: Diego Cavallieri, Renato, Gum, Antônio Carlos, Giovanni, Edson, Jean, Wagner, Gerson, Vinicius, Fred

Outro clube que viveu um início de temporada terrível por motivos financeiros foi o Fluminense. O tricolor encerrou uma parceria de 15 anos com a patrocinadora Unimed, principal aliada do clube para trazer jogadores.

Sem a Unimed, o Nense teve de vender grande parte do seu Time de Guerreiros. Conca, Sóbis, Chiquinho, Bruno, Valencia, Cícero e Walter deixaram o clube que encontrou dificuldades para contratar jogadores bons e baratos.

Uma dessas boas contratações foi Vinicius. O jogador ex-Náutico se encaixou bem no meio-de-campo. Unindo os ídolos restantes, como Cavallieri, Gum e Fred, com jogadores da base, o Flu, que poderia ser apontado como possível rebaixado no início do ano, busca a parte de cima da tabela.

O jovem Gerson é a promessa do clube. O jogador já está sendo procurado por Juventus e Barcelona e, se ficar pode ajudar bastante o time das Laranjeiras.

Palpite: MEIO DA TABELA

Grêmio
Roger
(Roger tenta repetir o sucesso que teve como jogador, agora no banco)

Ponto forte: Roger Machado
Ponto fraco: Banco de Reservas
Fique de olho: Luan
Time base: Marcelo Grohe, Rhodolfo, Pedro Geromel, Marcelo Oliveira, Walace (Fellipe Bastos), Maicon, Luan (Douglas), Giuliano, Pedro Rocha, Yuri Mamute

O tricolor gaúcho perdeu as principais peças para a temporada. Com a política de reduzir a folha de pagamento, o Grêmio negociou Barcos, Marcelo Moreno, Kléber (que estava afastado), Matias Rodríguez, Riveros, Werley, Bressan, Zé Roberto, Pará e Dudu.

A missão do ex-técnico Luiz Felipe Scolari era quase impossível. E o comandante do 7 a 1 fez jus ao passado recente. Abandonou o time e foi ao vestiário com a bola ainda rolando, contra o Veranópolis, pelo campeonato gaúcho, perdeu a decisão para o Inter e foi demitido.

Mas a chegada de Roger, campeão da Libertadores 1995 com o clube, deu ânimo o Imortal.
Considerando as limitações do time, Roger conseguiu incentivar os jogadores da base que, com velocidade, fazem do ataque sempre morno do Grêmio uma boa opção.

A zaga se manteve como no ano anterior. Sólida e difícil de ser penetrada.

O jovem Luan é quem controla as saídas de bola e criação do Grêmio, com ajuda do ex-colorado Giuliano. O experiente Douglas, com Roger, acabou sacado dos 11 titulares mas ainda é uma boa opção.

Mas a falta de cancha e rodagem dos jogadores pode pesar em jogos fora da Arena (confesso que havia escrito Olímpico e corrigi. Saudades!)

Palpite: MEIO DA TABELA

Sport
Leão
(O rugido do leão cada vez mais alto)

Ponto forte: Eduardo Baptista
Ponto fraco: Banco de Reservas
Fique de olho: Diego Souza
Time base: Magrão (Danilo Fernandes), Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Durval, Renê, Rithely, Wendel, Diego Souza, Élber(Neto Moura), Maikon Leite, Mike

Único representante do Nordeste na Série A, o Sport tem que estar confiante. A diretoria agiu com profissionalismo invejável e entra na competição empolgando o Brasil.

O primeiro acerto foi a manutenção do técnico Eduardo Baptista. O comandante entra na sua segunda temporada à frente do Leão com o sentimento de que se pode fazer história.

O Leão iniciou a temporada avassalando o Campeonato Pernambucano. O terceiro lugar após a final com o Salgueiro esconde a campanha do time na primeira fase (ou segundo turno, onde os times que disputam a Copa do Nordeste entram). Foram 10 jogos, com 8 vitórias, duas delas contra o Náutico e uma goleada pra cima do Santa Cruz.

Na Copa do Nordeste, o time chegou às semifinais, sendo eliminado pelo Bahia na Fonte Nova.

Mas no Campeonato Brasileiro, o time entra na 7ª rodada invicto e com um grande futebol. Diego Souza chama a responsabilidade e a experiência de Durval e Wendel segura a defesa.
A nota triste é a negociação do jovem Joelinton para o Hoffenheim, da Alemanha. Por isso, o Leão não chegará ao g4 mas fará uma excelente campanha, representando muito bem o Nordeste

Palpite: VAI DAR TRABALHO

Flamengo
Shiek
(Sheik volta para tentar, novamente, fazer história)

Ponto forte: Guerrero
Ponto fraco: Defesa
Fique de olho: Alan Patrick
Time base: Paulo Victor, Pará (Luiz Antônio), Wallace, Samir, Armero, Jonas, Márcio Araújo, Canteros, Alan Patrick (Gabriel), Emerson (Eduardo da Silva), Guerrero (Marcelo Cirino)

As contratações neste meio de ano elevaram o Flamengo de um possível rebaixado para um time que busca o topo.

O Fla iniciou a temporada criticado por ter contratado apenas Jonas e Marcelo Cirino para reforçar o time que passou dificuldades na temporada passada.

No Carioca, não convenceu. Chegou às semifinais mas foi eliminado pelo Vasco. Mas a diretoria, que vem fazendo um bom trabalho de re-estruturação financeira, resolveu abrir os cofres e contratar os herói da Libertadores do Corinthians – Sheik – e do mundial do Timão – Guerrero. Além deles, Alan Patrick promete dar um jeito no meio campo flamenguista que sofre dificuldades para criar jogadas.

O problema é que o trio deve demorar a estrear. Até lá, a maior torcida do mundo deve ficar preocupada com os gols bobos que o time vem sofrendo e com a falta de tentos marcados.

Se o time der liga, empolga. Se não, problemas à vista. Mas a lógica é o time demorar para entrosar mas ganhar respeito e pontos ao longo do campeonato.

Palpite: VAI DAR TRABALHO

Cruzeiro
Fábio
(O bicampeão brasileiro é passado)

Ponto forte: Retrospecto
Ponto fraco: Diretoria Amadora
Fique de olho: De Arrascaeta
Time base: Fábio, Mayke, Manoel (Dedé), Bruno Rodrigo, Mena (Fabrício), Henrique, Willians, Arrascaeta(Alisson), Marquinhos, Willian, Leandro Damião

O atual bicampeão brasileiro entra com o moral baixo no Brasileirão. Após ver a diretoria vender 5 titulares do bicampeonato e mais os principais reservas, e dispensar o técnico Marcelo Oliveira, o Cruzeiro busca fazer um papel digno na edição deste ano.

O destaque vai para o jovem de Arrascaeta, que, com apenas 20 anos, é o destaque das contratações, ao lado de Leandro Damião.

Outro ponto positivo foi o fim do tabu de 11 jogos sem vencer o rival, que foi findado na última rodada, em pleno Horto.

A vida do Cruzeiro será complicada neste campeonato, já que de Arrascaeta desfalca o Cruzeiro para vestir outro manto celeste, o do Uruguai pela Copa América.

Sem o craque, o recém-chegado Vanderlei Luxemburgo terá de quebrar a cabeça para montar o time.

O treinador campeão da tríplice coroa em 2003 com o clube já conseguiu 2 vitórias nas duas primeiras rodadas. Mas o trabalho será de recuperação, na tabela e do ego do time, acostumado com o topo.

Palpite: BRIGA PELA LIBERTADORES