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Rafael Montenegro

Nesta quinta-feira, Boca e River fazem, em La Bombonera, o jogo de volta das oitavas de final da Libertadores. O River tem o 1×0 da ida e o Boca tem a seu favor o melhor time e o fato de jogar em casa. Como em qualquer bom clássico, previsões são meros chutes e tudo pode acontecer. Certeza mesmo, só temos uma.

O recibimiento. Os Millonários fizeram no Monumental semana passada, os Xeneizes farão amanhã. Uma das mais lindas tradições do futebol, cunhada no íntimo de cada torcedor sulamericano. Um espetáculo que nos põe de frente para as modernas arenas brasileiras e nos questiona que caralhos estamos fazendo com nosso futebol.
No entrar dos times em campo, as arquibancadas, apinhadas de gente, transcendem em fumaça, poeira, sinalizadores, toneladas de fogos de artifício, guarda-chuvas, bandeiras, faixas, trapos, serpentinas, confetes, cores, barulhos, mãos para o alto, cabeças para trás, gargantas roucas e alma.

A entrada em campo é o ritual de concentração para os 22 que vão jogar bola. Há quem use esse momento para recibir o espírito do estádio, para pintar o escudo do time no céu. Por aqui, a digníssima* CBF põe os times para entrarem juntos em campo, constrangidos, melancólicos, buscando um protocolo como o da Champions League e conseguindo algo parecido com uma gincana de colégio.

Claro que as torcidas gritam e dão o apoio em diferentes intensidades. Mas as mãos dos torcedores estão atadas sem uma bandeira de bambu e com um pau de selfie. Sem o sinalizador e com o celular com flash. Com as cadeiras e sem a arquibancada.

Por isso, passatempo de quinta-feira é ver a loca hinchada de Boca inflamar a arquibancada e engolir a seco lembrando do Maracanã, do Morumbi, do Mineirão, do Olímpico, do Beira-Rio, da Fonte Nova (…) de outrora.

*Doravante, digníssima é a alcunha que usarei para me referir à CBF.

Grandes recibimientos:
Peñarol em 2011

River 96

Boca 2012

Racing (y el trapo más grande del mundo)