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Grita Torcedor: Times “pequenos”

O que define o tamanho de um clube? Títulos, estrutura, jogadores, história? É um assunto que cada vez vem mais a tona no futebol brasileiro. Clubes antes considerados grandes hoje em dia já não são considerados por muitos jornalistas ou “entendedores” de futebol. Mas e aqueles times que sempre foram considerados pequenos o que são hoje?

Para a grande mídia, eles nem deveriam existir e seus campeonatos regionais deveriam acabar ou serem diminuídos porque é um absurdo, na visão deles, que os chamados times grandes se misturarem com os pequenos.

Mas o que a maioria dos profissionais do jornalismo esportivo não percebe é que na verdade são os clubes grandes que atrapalham os pequenos, sim não se assuste com isso eu explico.

Claro, cada estado tem sua particularidade e eu posso falar por meu estado São Paulo, sempre morei no interior mais precisamente em São José dos Campos. E a realidade do estado de São Paulo hoje, é a seguinte: a FPF tem em suas competições no ano de 2018 o número de 92 equipes divididas em quatro divisões.

Para você que consome o futebol de elite do Brasil e pouco sabe sobre as divisões inferiores, já deve ter ouvido várias vezes que apenas quatro times são importantes (Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo). Isso é um absurdo tão grande para nós, torcedores das 88 equipes restantes, e essa mensagem é repetida tantas vezes que você deve concordar com ela sem mesmo conhecer a realidade do futebol em São Paulo.

Agora imagine essas 88 equipes jogando um campeonato ou divisões, você acha que seria um campeonato fraco por não contar com as quatro equipes grandes de São Paulo? Sinto informar, mas isso não é verdade, dentre essas equipes existem atrativos como tradição e a rivalidade entre cidades ou até mesmo dentro do seu município, sem falar no mercado que isso move nas cidades do interior.

Existem várias rivalidades vou citar algumas apenas para ilustrar meu texto São José x Taubaté (Vale do Paraíba), Comercial X Botafogo (Ribeirão Preto), Marília x Noroeste (Marília e Bauru), Velo Clube x Rio Claro (Rio Claro), Rio Branco x União Agrícola (Americana x Santa Barbara do Oeste) e o maior deles pra mim Guarani x Ponte Preta (Campinas).

Esses clássicos pelo formato atual dos campeonatos paulistas às vezes ficam anos sem acontecer e esse pra mim é o maior mal que os clubes grandes fazem aos pequenos de SP, outro fato é a tradição, por exemplo, quando um time como Guarani campeão brasileiro vai jogar em uma cidade menor ele sim é uma atração por mais que não possua jogadores de alto nível.

Não vou entrar no mérito financeiro porque até nisso acredito que os clubes menores poderiam ganhar mais e vou dar um exemplo em 2001 existiu um campeonato chamado copa Coca-Cola apenas com equipes pequenas e que empresa não gostaria de ter seu nome vinculado a um campeonato que mobilizaria tantas cidades importantes em SP.

Esse texto é apenas uma introdução a essa tese que deve, sim, ser mais discutida e não é. Por motivos óbvios, os clubes de SP ganham bem para jogar o Paulistão então deixam do jeito que está.

Além deles, os dirigentes dos clubes pequenos, que sabem do seu potencial, preferem manter o quadro atual, pois podem muitas vezes lucrar com isso. Caso claro são as inversões de mando de jogos que os presidentes dos clubes pequenos abrem mão de um título em troco de um dinheiro a mais e com isso continuar com o processo de elitização do futebol brasileiro.

André Donizetti, 28 anos, Auxiliar administrativo, torcedor São José / São Paulo, amante do futebol e apoiador do futebol para o povo

 

 

Guia do Brasileirão Subindo a Linha – Parte 2

José Eduardo

Os times de hoje são os supostos 16º,15º,14º,13º e 12º colocados. Os famosos coadjuvantes. Confira:

Chapecoense
Chapecoense
(A Arena Condá terá de funcionar para a Chape ficar na primeirona)

Ponto forte: fator mandante
Ponto fraco: fator visitante
Fique de olho: Camilo
Time base: Danilo – Apodi – Vilson – Rafael Lima – Dener Assunção – Abuda – Elicarlos – Gil – Camilo – Ananias – Roger

Após se salvar do rebaixamento no ano passado, a Chape vem para se firmar. Apostando em medalhões como Vilson, Apodi, Ananias, Roger, Edmilson, Abuda, Elicarlos e Gil e mantendo os maiores ídolos da atualidade do clube, Danilo, Camilo e Bruno Rangel, o time mostra que pode se manter de novo na primeira divisão.

O clube vem com uma excelente campanha nos seus domínios e uma campanha ridícula fora deles. São 3 vitórias e 3 derrotas até aqui. A pulga atrás da orelha incomoda porque das vitórias em casa, uma foi contra os frágeis Joinville e Coritiba e uma das derrotas foi contra o Flamengo, momentaneamente sem vitórias no Brasileirão.

O time não empolgou no catarinense mas não fez feio. Foi o terceiro colocado, no campeonato que contava com 4 times da elite nacional.

Mas se continuar vencendo em casa e perdendo fora, a Chape fica com 57 pontos e se livra tranquilamente do rebaixamento. Com um tropeço ou outro e, como os jogadores dificilmente sairão do clube por serem velhos conhecidos dos grandes brasileiros e não terem tido boas passagens por eles, a Chape se salva, mas com dificuldades.

PALPITE: SE SALVA POR POUCO

Figueirense
Figueirense v Sport - Brasileirao Series A 2014
(A sintonia Argel-Figueirense deu liga)

Ponto forte: Argel Fucks
Ponto fraco: Inexperiência
Fique de olho: Carlos Alberto
Time base: Alex Muralha, Leandro Silva , Marquinhos, Thiago Heleno, Cereceda, Paulo Roberto, Fabinho, Marquinhos Pedroso, Yago, Clayton, Everaldo

De virtual rebaixado a um time seguro, o Figueirense mudou completamente após a chegada de Argel Fucks no decorrer do campeonato brasileiro de 2014.
Argel deu uma cara ao time, assumiu as limitações e montou uma equipe que joga de forma segura na defesa e sai bem para os ataques.

Não é um time de encher os olhos, mas, com a folha salarial e qualidade técnica do time, o Figueirense é uma grata surpresa.

A incógnita, por enquanto muito positiva, é Carlos Alberto. Com passagens apagadas e/ou vergonhosas por Botafogo, Goiás e Vaco, o campeão mundial de 2004 com o Porto tem a chance de se re-erguer.

Além disso, o Figueira finalmente aprendeu a fazer valer seu mando de campo. A torcida não faz do estádio um alçapão, mas o próprio time conseguiu se sentir em casa. Vai ser difícil conseguir pontos no Orlando Scarpelli.

O Figueira tem duas opções no campeonato: manter a base e, principalmente, o técnico ou, quando vierem as derrotas, demiti-lo e, assim, cair. Por via das dúvidas, uma provável 14ª colocação para o time do continente de Florianópolis parece apropriada.

PALPITE: SE SALVA SEM SUSTOS

Atlético-PR
Arena
(A Arena cinza cada vez mais vermelha)

Ponto forte: Arena da Baixada
Ponto fraco: Walterdependência
Fique de olho: Douglas Coutinho
Time base: Weverton, Eduardo, Gustavo, Kadu, Natanael, Otávio(Deivid), Hernani, Nikão, Marcos Guilherme, Walter, Douglas Coutinho

Surpresa do campeonato brasileiro até aqui, o Atlético fez um Campeonato Paranaense ridículo. Teve de disputar o quadrangular de descenso, mas saiu fortalecido.

A vitória de 7 a 0 sobre o Nacional ainda na primeira fase do estadual fez surgir uma pitada de esperança no torcedor rubro-negro. Mas o time não fez mais nada até a chegada do maior atacante do Brasil, Walter.

O ex-jogador do Fluminense mostrou a que veio. Ele gosta de ser protagonista. Não quer ficar de coadjuvante, tocando bola para o Fred, ele quer os holofotes. E no Atlético, ele conseguiu encontrar seu futebol.

O problema do Furacão é justamente a Walterdependência. Sem ele, o time pode voltar a jogar o futebol pífio do estadual. O ataque é inexperiente, mas muito talentoso. Douglas Coutinho(21) e Marcos Guilherme(19) são a demonstração de um trabalho magnífico da base atleticana.

A falta de jogadores no banco e uma zaga menos confiável que o ataque fazem do futuro do Furacão uma queda. E metade das partidas não serão na Arena da Baixada. O Atlético-PR não seguirá no topo mas não passará sustos.

Previsão: COADJUVANTE

Ponte Preta
Cajá
(Com Renato Cajá, a Ponte Preta é muito mais inflamente)

Ponto forte: Guto Ferreira
Ponto fraco: Assédio pelos jogadores
Fique de olho: Renato Cajá
Time base: Marcelo Lomba, Rodinei, Tiago Alves, Pablo, Gilson, Josimar, Fernando Bob, Renato Cajá, Biro Biro, Felipe Azevedo, Diego Oliveira(Borges)

Sensação do campeonato até aqui, a Macaca promete muito no campeonato. Conhecida por tirar pontos dos grandes no campeonato paulista, a Ponte vem com o melhor seu melhor time desde, pelo menos, o início dos pontos corridos.

O técnico Guto Ferreira ficou conhecido pelo excelente trabalho de recuperação na Lusa em 2013, que livrou o time do rebaixamento no campo (tapetão à parte). Antes disso, havia levado o Mogi Mirim à série C do campeonato brasileiro e fora campeão do interior paulista com a mesma Ponte.

Voltou à Ponte Preta ainda no ano passado, quando se sagrou vice-campeão da série B, perdendo o título na última rodada. No campeonato paulista, foi às quartas-de-final, eliminado em jogo polêmico contra o Corinthians.

No Brasileirão, a Ponte iniciou de forma avassaladora. Renato Cajá marcou três golaços, o time jogou bem em todas as partidas no Moisés Lucarelli, humilhou o Vasco em São Januário e a expectativa é alta.

Como todo time de pequeno e médio porte, os principais jogadores já estão sendo sondados pelas equipes maiores e a Macaca terá de se contentar com o meio da tabela. O trabalho de Guto Ferreira deve suportar as adversidades e o clube continuará na série A.

Previsão: COADJUVANTE

Santos
LUCASGEUVANIO
(O Santos depende da dupla para a seguir sonhando alto)

Ponto forte: Lucas Lima
Ponto fraco: Cofres do clube
Fique de olho: Geuvânio
Time base: Vanderlei, Daniel Guedes, David Braz, Werley, Victor Ferraz, Lucas Otávio, Elano, Lucas Lima, Geuvânio, Robinho, Ricardo Oliveira

Um ataque poderoso, uma zaga questionável, dinheiro em caixa negativo. O Santos viveu, no início do ano, uma realidade delicadíssima. Desde a venda de Neymar e Ganso, o clube, ironicamente, se afundou em dívidas, e as cifras que o Peixe deveria ter jamais foram vistas. A troca de direção deixou o presidente Modesto Roma Jr. em maus lençóis.

O clube teve de se desfazer de Arouca, Aranha, Edu Dracena, Mena, Leandro Damião e a pressão dos torcedores para usar jogadores da base fizeram Thiago Ribeiro procurar outro clube. Damião, que custou 40 milhões de reais ao Santos ainda saiu de graça para o Cruzeiro, após rescisão de contrato na justiça.

A expectativa é de venda dos principais jogadores, Lucas Lima, Geuvânio e Robinho. Este último, para piorar, ainda desfalca o time da Vila por, pelo menos, um mês, pois disputará a Copa América com a Seleção Brasileira.

Sem eles, o Peixe se torna comum. Com eles, um esquadrão.

Outra incógnita é a torcida, que não vai à Vila, e, por isso, a diretoria planeja vender algumas partidas para outros estádios, a fim de fazer caixa.

A expectativa para o Santos não poderia ser outra:

Previsão: COADJUVANTE