Mais uma chance, mais uma tragédia

José Eduardo

2004, campeão brasileiro com o Santos. Este foi o último título de expressão de Vanderlei Luxemburgo. E mesmo assim, 11 anos depois, é só um time grande do Brasil demitir seu treinador que o nome do Pofexô é ventilado. Foi assim com Santos (2006, 2009), Palmeiras (2008), Atlético-MG (2010), Flamengo (2010, 2014), Grêmio (2012), Fluminense (2013) e agora, Cruzeiro.

11 anos, nenhuma Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil, Mundial. Apenas 5 estaduais e péssimas passagens pelas equipes.

Seguindo o lema “Eu venci, nós empatamos, eles perderam”, Luxemburgo plantou discórdia nos clubes por onde passou e colheu péssimos resultados. Vale lembrar a passagem desastrosa pelo Real Madrid, onde o ponto forte foram suas entrevistas em péssimo – e cômico – portunhol.

Seu trabalho se destaca por uma boa arrancada quando assume os times em que passa, algumas partidas irregulares e a derrocada.

Em seus trabalhos mais recentes, foi demitido do Galo, em 2010, deixando o clube na zona de rebaixamento após goleada sofrida contra o Fluminense por 5 x 1.

No Flamengo, em suas últimas duas passagens, conseguiu um carioca e salvar o time do rebaixamento, mas nenhum campeonato de destaque, mesmo treinando seu clube do coração e em sua zona de conforto.

Em 2013, no Grêmio, o Pofexô se envolveu em confusão contra o Huachipato, do Chile, e foi suspenso por 6 partidas. Foi eliminado, nas oitavas, pelo Santa Fé, da Colômbia, ainda durante sua suspensão e, por isso e por ter perdido o Gaúcho para o maior rival, foi demitido.

Ainda em 2013, Luxemburgo assumiu o atual campeão brasileiro, Fluminense e admitiu que salvar o tricolor do rebaixamento seria uma conquista. Saiu do comando com 7 vitórias em 26 jogos e uma sequência final de 9 jogos sem triunfos.

A situação em 2015 é idêntica. Assumiu o atual (bi)campeão brasileiro, Cruzeiro, e já chegou com moral. 3 vitórias seguidas, inclusive vencendo o Atlético-MG, no Independência, quebrando dois longos tabus, de vitórias (11 jogos) e de vitórias na casa do rival, fato que não aconteceu desde a reinauguração do estádio.

Mas a face de Luxemburgo começou a cair imediatamente. 3 derrotas seguidas. E então, começa a derrocada do ultrapassado treinador.

Sem nenhuma criatividade e renovação, Luxemburgo imediatamente mudou o esquema tático celeste. Tirou o 4-2-3-1 consagrado no bicampeonato e foi à zona de conforto 4-3-1-2, tática que deu a Tríplice Coroa ao Cruzeiro em 2003. A diferença são apenas 11 anos de atraso da tática. E jogadores com características completamente diferentes.

A partir de então, o Cruzeiro assumiu o DNA Luxemburgo: derrotas em jogos facílimos, vitórias em jogos difíceis que ajudam a mascarar o mau trabalho e a enaltecer a figura do técnico, a figura do “EU VENCI”.

Hoje, o bicampeão brasileiro encontra-se na 14º colocação, 3 acima da zona de rebaixamento. O discurso de “tentaremos o tri” já mudou para “o foco é a Copa do Brasil”, como se o Brasileiro fosse luxo.

Luxo mesmo seria poder vencer algum time catarinense. Sob o comando de Luxa, o Cruzeiro perdeu em casa para a Chapecoense, empatou, em casa, com o Avaí e conseguiu ser goleado pelo Joinville.

Fato é, Luxemburgo é um bom motivador. Consegue vitórias em jogos importantes. Mas está ultrapassado. Acumula derrotas em jogos ridiculamente fáceis. Cria rachas nos times por onde passa, tem salário altíssimo e, incrivelmente, possui respeito por todos os dirigentes do Brasil. Por quê? Este texto deixa bem claro que não é pelo retrospecto recente.

*Em negrito, o destaque: REBAIXAMENTO, a tônica dos trabalhos de Luxemburgo

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