Guia do Brasileirão Subindo a Linha – Parte 4

José Eduardo

Corinthians
Tite
(Tite vai ter trabalho difícil para remontar o time)

Ponto forte: Defesa
Ponto fraco: Ataque
Fique de olho: Malcom
Time base: Cássio, Fagner, Gil, Felipe (Edu Dracena), Fábio Santos, Ralf (Bruno Henrique), Elias, Renato Augusto, Jadson, Mendoza (Malcom), Vagner Love (Romero)

O sonho do corintiano durou pouco. Melhor time do Brasil no início, o Timão sofreu baixas irreparáveis e sofre para manter os craques que faltam.

A justificativa é simples: acabou o dinheiro. A conta dos gastos exorbitantes que o time fez para construir e manter o estádio e para fazer um time competitivo chegou. O dinheiro investido em Pato, Guerrero, Tite e outros faz falta agora.

Os heróis do glorioso ano de 2012 já foram embora, juntos, para o Flamengo. Ralf e Elias também podem sair.

Mas o Corinthians continua com três trunfos. O primeiro, o fator casa. O corintiano soube transformar Itaquera em sua casa. Tirar pontos do Timão lá será quase impossível.

O segundo trunfo é a zaga. Mantida a base desde 2011, mesmo com a troca de Alessandro e Paulo André por Fagner e Felipe, respectivamente, o time continuou com a mesma solidez e o mesmo espírito de jogo. E a dupla de volantes Ralf e Elias se conhecem muito bem e ainda apoiam o ataque. Fazer gols no Corinthians será quase impossível.

Por fim, no banco de reservas está Tite. Talvez o maior conhecedor dos meandros do clube, Tite teve um ano sabático, aprendeu, estudou, e vem ainda melhor para voltar a dar glórias ao Timão.

O ponto fraco é o ataque. O desmanche que tirou Sheik e Guerrero deixou Mendoza, Malcom, Vagner Love e Romero. À exceção dos dois primeiros, o ataque é mediano para ruim. Vagner Love não é mais o mesmo, lento e impreciso. E Romero é ainda mais impreciso.

Se mantiver Malcom, joia da base, o Corinthians pode fazer seus golzinhos. Mas deve desfalcar o Timão por mais algumas semanas, porque está no mundial sub-20. Mendoza é rápido e tático. Um bom ponta.

Se não vender ninguém, poucos gols, vitórias por 1 a 0 e jogos sonolentos serão, novamente, a tônica do Corinthians. Se vender, poucos gols e derrotas.

Aproveitando a fragilidade dos outros clubes, por enquanto, ficaria em um quinto lugar, torcendo para o Internacional vencer a Libertadores para abrir uma vaga na competição sulamericana.

Palpite: BRIGA PELA LIBERTADORES

Palmeiras

(A torcida abraçou o time)

Ponto forte: Dinheiro
Ponto fraco: Retrospecto
Fique de olho: Dudu
Time base: Fernando Prass, Lucas, Victor Ramos (Jackson), Vitor Hugo (Tobio), Egídio (Zé Roberto), Gabriel (Amaral), Arouca (Robinho), Zé Roberto (Cleiton Xavier), Dudu (Valdívia), Rafael Marques (Leandro Pereira), Kelvin (Alecsandro)

Incrível o que a diretoria alviverde fez neste início de ano. Foram nada mais, nada menos que 22 jogadores contratados. Dois times completos.

Reflexo disso é a dúvida de qual será o time titular do Palmeiras com a chegada de Marcelo Oliveira, que vem substituir o recém-demitido, Oswaldo de Oliveira

No início do ano, as expectativas não poderiam ser melhores. Ótimos jogadores, contratações atravessando os rivais, como o caso de Dudu, dirigente e técnico bicampeões brasileiros.

Mas o que se viu em campo com Oswaldo foi o oposto. O time não entrosou e a torcida, nervosa, espera pelos resultados. A defesa ainda comete erros bobos. O ataque não produz. O meio-campo não fornece jogadas para os homens de frente.

Com a chegada de Marcelo, o time volta a figurar entre os favoritos. A sintonia com Alexandre Mattos já deu resultado. O desafio do treinador é mostrar para a torcida palmeirense que é possível ser campeão. O palestrino mais otimista está cansado de fazer boas campanhas e morrer na praia. Ou pior, lutar contra o rebaixamento.

A torcida já abraçou o clube. A média de público é a mais alta do futebol brasileiro. E ela merece ambições maiores, assim como Marcelo Oliveira. Chutado após subir o Cruzeiro de patamar no futebol sulamericano, o competente treinador tem a faca e o queijo para continuar sua carreira de sucesso. Basta mostrar para os jogadores, como disse Zé Roberto, que o Palmeiras é grande.

Palpite: VAGA NA LIBEERTADORES

São Paulo
M1to
(O Mito quer se despedir com mais uma taça)

Ponto forte: Elenco
Ponto fraco: Diretoria
Fique de olho: Rogério Ceni
Time base: Rogério Ceni, Bruno, Rafael Tolói, Dória, Reinaldo (Carlinhos), Hudson (Wesley), Denílson, Michel Bastos, Souza, Ganso, Luís Fabiano (Pato)

Time de vídeo game. O São Paulo é, no papel, o melhor time do campeonato brasileiro. Tem jogadores de copa do mundo: Rogério Ceni, Michel Bastos, Luís Fabiano; tem jogadores de seleção Olímpica: Rafael Tolói e Dória; tem jogadores apontados como gênios mas que não vingaram: Ganso e Pato. Mas não tem tranquilidade.

Desde o tricampeonato brasileiro 2006-08, o São Paulo não sabe o que é jogar tranquilo. A pressão veio das arquibancadas, da diretoria e dos próprios jogadores. O clube alcançou um patamar jamais igualado no futebol nacional. E é assim que o tricolor chega para mais uma tentativa de ser o melhor time brasileiro.

O presidente Carlos Miguel Aidar já havia dado o recado para o ex-técnico, e ídolo, Muricy Ramalho: “Nós vamos ser campeões com ele. Está devendo essa para gente. Nós montamos o time que ele quis. Ainda quer um “jogadorzinho”, mas com o que tem agora ele precisa ganhar. Quem vai cobrar publicamente dele sou eu. Não é mais ele que cobra da diretoria”.

Mas não é só com 11 jogadores que se faz um time. É com o apoio da torcida, confiança dos jogadores, alegria. E isso está difícil de se ver no São Paulo.

A fórmula é simples: se o time conseguir confiança, pode ser campeão. Se a diretoria continuar interferindo no moral dos jogadores, problemas à vista. Basta o melhor time no papel se transformar no melhor em campo.

Para isso, o papel da torcida é fundamental. Mas a diretoria também não enxerga isso. Preços exorbitantes afastam o torcedor, que comparecem em baixo número no Morumbi.

Rogério Ceni já disse que só joga até o final do ano. O maior jogador da história tricolor merece se aposentar com um título. Cabe à diretoria entender o que precisa ser feito.

Palpite: BRIGA PELO TÍTULO

Atlético-MG
galo
(O Caldeirão do Horto vai embalar o Galo)

Ponto forte: Raça
Ponto fraco: Retrospecto
Fique de olho: Luan
Time base: Victor, Marcos Rocha (Patric), Leonardo Silva, Jemerson, Douglas Santos, Rafael Carioca, Giovanni Augusto (Guilherme), Dátolo, Luan, Lucas Pratto, Carlos(Thiago Ribeiro)

O Galo encantou o Brasil com decisões impressionantes, viradas espetaculares e títulos brilhantes. O futebol era ora vistoso ora dúbio. Mas em competições mata-mata, não tinha jeito, era Galo na cabeça.

Nos pontos corridos, entretanto, a raça não era suficiente. Pontos perdidos, erros bobos e irregularidade ameaçavam a supremacia do time alvinegro. E o Galo, que não é campeão brasileiro desde 1971, chega nesta edição do Brasileirão desconfiado.

A torcida já está impaciente após derrota para o Cruzeiro e empate com o Santos, em casa. A ideia de mais uma vez ter um timaço e passar em branco no campeonato assombra os atleticanos.

O time é excelente, novamente. Rápido e criativo, o time conta com Luan e Dátolo na criação e saída de jogo, uma zaga quase impecável e um lateral direito que já foi convocado para a seleção. Com uma lesão, Marcos Rocha não pode jogar e é seu substituto que sofre com a pressão da torcida.

Se o Galo se mantiver raçudo, consegue ir muito longe. E o trabalho de Levir Culpi dá esperanças ao torcedor.

Para facilitar seu trabalho rumo ao título, o atleticano pode estar torcendo para o Internacional vencer a Libertadores e deixar o caminho livre para o bicampeonato alvinegro.

Palpite: BRIGA PELO TÍTULO

Internacional
Valdivia
(Com o xodó Valdívia, este é o ano do Inter)

Ponto forte: Elenco
Ponto fraco: Libertadores
Fique de olho: D’alessandro
Time base: Alisson, William, Juan, Ernando, Geferson, Rodrigo Dourado, Aránguiz, D’alessandro, Eduardo Sasha, Nilmar(Valdívia), Lisandro López

O que é este Internacional? Semifinalista da Libertadores, pentacampeão gaúcho, o Colorado vem, mais uma vez, cotado como favorito ao título. Mas desta vez é diferente.

O Colorado realmente é o melhor elenco do país. Diferentemente do São Paulo, que tem o melhor time no papel, o Inter tem um excelente time no papel, e um melhor ainda em campo. E um banco de reservas invejável.

Imagine você em que colocação estaria este time no brasileiro: Muriel, Claudio Winck, Réver, Paulão, Alan Ruschel, Nicolás Freitas, Nilton, Wellington, Alex, Anderson, Valdívia. No banco, ainda, Dida, Alan Costa, Léo, Martin Luque, Jorge Henrique e Rafael Moura. Eu diria que no g4 ele estaria. E este é o time reserva.

Realmente, o elenco colorado é um esquadrão. A força na Libertadores, graças a esse calendário esdrúxulo, é o ponto negativo do Inter no Brasileirão. O time está nas semifinais e terá difícil batalha contra o Tigres do México, podendo chegar à final contra o River Plate. O desgaste e um possível relaxamento após um título provável Colorado podem inviabilizar a conquista nacional. Mas com um elenco tão forte, o time ainda pode sonhar alto. Ser campeão estadual, nacional e continental no mesmo ano. Quem sabe até ser campeão mundial.

A expectativa é alta e a torcida sabe disso. Colocou mais de 40 mil torcedores em pleno domingo às 11h da manhã. É o ano colorado.

O time ainda pode contar com uma torcida extra para a conquista da Libertadores. Isto porque, com o triunfo, abriria, assim, uma vaga para a competição do ano seguinte para o quinto colocado do Campeonato Brasileiro. E o Inter poderia acabar esquecendo da disputa do nacional.

O palpite não poderia ser diferente:

Palpite: FAVORITO AO TÍTULO

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