Demissão de Marcelo Oliveira: mais um erro de uma diretoria amadora

José Eduardo

O ano de 2015 parece não acabar para o Cruzeiro. E mal começou. Desde a saída de Alexandre Mattos da diretoria de futebol do clube, a gerência celeste parece tentar apagar todas as glórias dos anos anteriores.

O Cruzeiro é o atual bicampeão brasileiro, finalista da Copa do Brasil, participou das últimas três finais do campeonato mineiro e chegou às quartas-de-final na Libertadores nos últimos dois anos. Parece um currículo invejável para qualquer equipe. Mas os erros da diretoria em horas decisivas e o ano de 2015 fazem o torcedor perder a cabeça e as esperança.

Sem Mattos, o Cruzeiro não conseguiu manter um grupo competitivo. Desfez-se das principais estrelas do grupo, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart, Lucas Silva, Dagoberto, Marcelo Moreno, Borges, Egídio, Nilton, e contratou pouco e mal. Damião, Gabriel Xavier, Willians e De Arrascaeta foram as principais novidades. O último foi incumbido de ser o craque do time. Mas, com apenas 20 anos e jogando fora de posição, não conseguiu produzir o que se espera dele. As más contratações foram, na verdade, desastrosas. A começar por Riascos, já mencionado pelo Subindo a Linha como a pior contratação da história do Cruzeiro. Depois, jogadores medianos que vieram para compor elenco e encareceram a folha salarial: Fabiano, Douglas Grolli, Henrique Dourado, Felipe Seymour, Mena e Pará. Paulo André, Fabrício e Joel são um caso a parte. Jogadores que mostraram ter qualidade e pareciam dar certo no Cruzeiro, mas falharam e ainda encareceram muito o time.

Para piorar, o clube perdeu o patrocínio com a BMG e não consegue substituto. E os erros dos anos anteriores continuam. Ingressos caros afastavam a torcida do estádio. As cotas de televisão continuam infinitamente menores que a dos rivais do eixo Rio-São Paulo, por pura falta de companheirismo com a diretoria atleticana

As vitórias na Libertadores à base de raça, que faltava no elenco anterior, escondiam o mal futebol e a gerência amadora. O Cruzeiro sucumbiria em breve.

25 de maio. Começava ali o inferno celeste. A mãe de Marcelo Oliveira falece e o treinador mal consegue treinar o time para a batalha contra o River Plate.

27 de maio. O Cruzeiro é humilhado em casa, para um público de mais de 54 mil pessoas, em um silêncio fúnebre de uma torcida acostumada a ver o time campeão.

31 de maio. O Cruzeiro perde para o Figueirense fora de casa e cai para a penúltima posição do campeonato.

Mas a constatação do amadorismo ainda estaria por vir. No dia 2 de junho, uma semana após a perda da mãe, Marcelo Oliveira, técnico bicampeão brasileiro, está demitido. O clube ainda há de arcar com a multa recisória do treinador.

O novo técnico deve ser Luxemburgo. Obsoleto desde 2003, com passagens vergonhosas por Real Madrid, Grêmio, Flamengo, Atlético-MG. O salário é alto e a competência mínima.

O Cruzeiro ainda não conta com diretor de futebol, continua sem um meia-armador, o craque está jogando fora de posição e agora está sem técnico. O clube continua sem patrocínio, com folha salarial cara, inclusive pagando multas e salários para ex-funcionários: Marcelo Oliveira e Riascos, por exemplo. A torcida não crê em recuperação, o estádio não tem alma e o dinheiro não chega. O fundo do poço parece não estar tão distante.

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