A conta vai chegar

Fred: R$10 milhões. David: R$10 mi. Mancuello: R$6 mi. Bruno Silva: R$4 mi. 30 milhões de reais apenas em contratações, fora os salários, como o de Fred, que girava em torno de 800 mil no Atlético-MG e não deverá sofrer reduções. O Cruzeiro investe o que não tem e a conta, um dia, chega.

As contas do clube celeste já andam mal desde os astronômicos investimentos para formar a equipe bicampeã brasileira 2013-14. À época, a medida mercantil do Clube não era vista como loucura, uma vez que as finanças eram saudáveis e as contratações visavam manter-se competitivo no mercado, uma vez que seu grande rival acabara de contratar Ronaldinho, Jô e, assim, formaria o grande plantel campeão da Libertadores 2013.

De lá para cá, o Cruzeiro conquistou os dois brasileiros e vendeu grande parte de sua equipe. Entretanto, o dinheiro recebido não foi capaz de cobrir o rombo nos cofres do clube. Júlio Baptista, que ganhava R$1 mi/mês, Willian, Tinga, Ceará e Borges foram algumas das contratações que saíram por menos do que o investido.

Nos anos seguintes, o Cruzeiro continuou agressivo, apesar das dificuldades em conseguir parceiros econômicos. A situação dentro de campo fez com que medidas drásticas fossem tomadas para evitar os rebaixamentos de 2015 e 2016. Enquanto isso, o rival brigava pelos títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro.

Foi nesse período que vieram Rafael Sóbis, Ábila, Arrascaeta, La Torre, Caicedo, Riascos, Pisano e Denílson. Todos eles sem pagamento. O Cruzeiro, em bom português, deu calote nas outras equipes e, de acordo com matéria publicada no UOL, deve R$ 49,52 milhões.

Para completar a sinfonia, as eleições presidenciais do clube, no final do ano passado, colocaram a presidência anterior, de Gilvan de Pinho Tavares, em conflito com a nova, de Wagner Pires de Sá. Ou seja, os parceiros econômicos de Gilvan não são os mesmos de Wagner, ao mesmo tempo em que condições de contratos são revistos e a dívida só cresce.

É bem verdade que dever não é o problema. O problema, financeiramente, é não pagar por falta de fundos ou não haver margem para renegociação de dívida. Como disse o novo vice de futebol do Clube, Itair Machado, em mencionada reportagem, o pagamento não é prioridade.

Presidentes entram e saem dos clubes. Gilvan, por exemplo, será eternamente lembrado como o presidente que alcançou dois títulos brasileiros e um da Copa do Brasil pelo Cruzeiro, conquistas que jamais serão esquecidas e nunca, na história do Cruzeiro, foram obtidas por um mesmo presidente.

Entretanto, a irresponsabilidade financeira e a não continuidade dele no clube faz com que a dívida que ele acumulou passe para as presidências seguintes. Wagner está mantendo esta política. A conta, um dia chega. Provavelmente, não chegará enquanto Wagner estiver no governo. Mas o futuro, em 5, 6 anos, será difícil para o Cruzeiro. É o que acontece no Fluminense, hoje. É o que aconteceu no Flamengo no início da década passada. É o que acontece com Vasco e Botafogo.

José Eduardo

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