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Ex-Presidente da CBF, José Maria Marin, foi preso nesta quarta. Conheça sua história.

José Eduardo

José Maria Marin, nasceu em São Paulo, em 1932. De extrema-direita, Marin sempre aplaudiu de pé a ditadura militar no Brasil.

Começou sua carreira política em 1963, quando se elegeu vereador da cidade de São Paulo. Com o estouro da ditadura, Marin se filiou ao ARENA, que sustentava politicamente o governo militar.

Em 1975, Marin garantiu seu espaço na ditadura com o caso do canal 2, a TV Cultura. Na época, o então diretor da emissora, Vladiir Herzog, era tachado de comunista por apresentar denúncias sobre a pobreza e o abuso de poder por parte dos militares.

Herzog foi preso e, um ano depois, foi anunciado morto com causa mortis suicídio.
Em áudio disponível aqui, Marin aparece congratulando a política do Estado e do Governo por reprimir o comunismo representado pelo canal 2. Enaltece o então governador Fleury e congratula a pujança dos militares.

Em 1978, Marin foi eleito vice-governador do Estado de São Paulo, pela chapa de Paulo Maluf, assumindo o governo quando Maluf se ausenta para disputar o cargo de deputado estadual. Durante seu mandato, sofre com as duras críticas sobre o excesso de violência da polícia.

Em 2012, o então vice-presidente da CBF rouba uma medalha na premiação dos campeões da Copa São Paulo de Futebol. Nestas imagens, é possível observar Marin embolsando o prêmio para os jogadores.

Ainda naquele ano, longe da política há anos, José Maria Marin assume o cargo de presidente da CBF, após inúmero escândalos envolvendo o ex-presidente, Ricardo Teixeira. Marin corrobora a imagem de corrupta da entidade máxima do futebol brasileiro e mantém em vigor os contratos assinados por Ricardo Teixeira que venderam a seleção brasileira,Como o Subindo a Linha já abordou.

Em 2014, Marin abre todos os treinos da seleção durante a Copa do Mundo. O oba-oba toma conta do time. O técnico contratado por ele, o decadente Felipão, que o Subindo a Linha também comentou, não consegue fechar os treinos. Os adversários sabiam tudo sobre o Brasil. E, na semifinal, o Brasil tomou 7 a 1. Marin não se importou com o futebol. Deixou as promessas de lado e vendeu os jogos da seleção. Não queria fechar o treino, queria patrocínios e dinheiro. E o Brasil passou a maior vergonha de sua história.

27 de maio de 2015, José Maria Marin, com 83 anos, é preso, acusado de extorsão, fraude eletrônica, conspiração para lavar dinheiro entre outros crimes.

Enojados

Vinicius Prado Januzzi

Há pouco menos de uma semana, Jamil Chade, correspondente do Estadão assinou uma reportagem impactante. O título antecipa um pouco daquilo que já sabíamos ou, pelo menos, desconfiávamos: Documentos mostram como a CBF ‘vendeu’ a Seleção Brasileira.

Fruto de uma investigação jornalística minuciosa, o principal mote da matéria é a relação entre a Confederação Brasileira de Futebol e a International Sport Events (ISE), uma empresa de fachada com sede nas ilhas Cayman. Como se pode imaginar, o buraco onde se encontra o futebol brasileiro é muito profundo.

Não que isso seja exclusivo de nosso futebol. A Fifa já é figurinha carimbada nos noticiários políticos e pelas constantes denúncias de corrupção envolvendo seus diretores e seus principais aliados. A Conmebol, para ficar um pouco mais perto, não é flor que se cheire. A UEFA, vez ou outra, surge como personagem central de enredos dos mais macabros possíveis.

Os documentos aos quais o Estadão teve acesso mostram os termos basilares pelos quais se conduz hoje em dia nosso futebol. Não interessa aproximar torcedores e torcedoras da seleção, oferecer ingressos mais acessíveis, promover categorias de base e criar uma estrutura sólida ao futebol feminino no país. O que a CBF quer, e aí seus dirigentes, as federações, a elite decisória do futebol profissional no país, enfim, é dinheiro. Muito dinheiro. E com o mínimo esforço. Façamos um exercício imaginativo. Dos últimos 30 amistosos da seleção brasileira, quantos foram disputados no Brasil? Quantos na Inglaterra? Quantos nos Estados Unidos? E esse não é um ponto irrelevante. Jogar nos campos nacionais é fundamental para estimular a identidade entre torcida e time. Alguém aí fica ansioso para ver um jogo da seleção?

Agora me pergunto: se soubéssemos todas as falcatruas nas quais a CBF está envolvida, deveríamos ficar enojados? A princípio, sim. Indo mais a fundo, no entanto, temos que nos dar conta de que com a CBF não é possível o futebol que desejamos: mais popular, mais justo, mais pedagógico e mais vencedor. Não há solução a curto e médio prazo que envolva a Confederação que rege nosso futebol. Infelizmente.

José Maria Marin não vai de uma hora para outra virar um defensor de estádios mais cheios e mais baratos. Tampouco Del Nero. De Miami, Ricardo Teixeira está pouco se lixando. Entre os dirigentes dos clubes e, sobretudo, entre aqueles que têm mais entrada nos círculos sombrios da CBF, não há muita esperança. Ou será que Andrés Sanchéz, Carlos Miguel Aidar e Eurico Miranda vão se unir em prol de um futebol dos sonhos? Se há uma boa notícia, é que não vão; antes as máfias em disputa entre si do que unidas em torno de seus objetivos comuns.

Está na hora de romper com o status quo capitaneado pela CBF. Não quero dizer com isso que o Brasil tem de rever o modo como organizava o futebol no passado. Não é porque a seleção de 82 e a 70 jogaram maravilhosamente que, por consequência, tínhamos uma boa estrutura futebolística. É preciso olhar para o futuro. Um norte que não tenha a CBF e as Federações como eixos de apoio. Como fazer? É isso que é mais do que urgente discutir.

Há um alento: ontem, passei em frente à quadra próxima de casa. Pelada clássica, camisa versus sem camisa. Um magrelinho, depois de driblar dois, chutou de canhota para o gol. Fez. Com o tampão do dedão arrancado pelo chute não tão bem dado, comemorou com alegria. E eu também.

A impunidade da Conmebol: desta vez, tem que ser diferente

José Eduardo

Buenos Aires (ARG), 14/05/2015

Boca Juniors e River Plate protagonizavam o maior clássico das Américas (para mim, do mundo). Até que, na volta para o segundo tempo, hinchas do Boca atearam gás de pimenta dentro do túnel dos vestiários dos Millonarios. Alguns jogadores foram, inclusive, levados a hospitais com queimaduras pelo corpo. Além disso, um drone, pilotado por torcedores de dentro do estádio, sobrevoou tranquilamente La Bombonera com provocações ao River.

É a chance da Conmebol agir.

O julgamento é simples. O artigo 23 do regulamento diz: “Sem prejuízo a outras sanções que podem ser impostas, qualquer equipe cuja responsabilidade determine o resultado de uma partida, este será considerado perdedor do encontro por 3-0. Se o resultado real fosse menos favorável para o clube ou associação responsável, este resultado se manterá”. Siga o regulamento, Conmebol.

Julgamentos conhecidamente falhos que esta instituição falida costuma fazer. Lembremos os dois mais recentes.

Huancayo (PER), 12/02/2014

O Real Garcilaso, minúscula equipe do Peru, enfrentava o Cruzeiro. Na ocasião, o jogo fluia sem maiores problemas até que o jogador Tinga, negro e de cabelo rastafári, entra em campo. Foram 15 minutos de ininterrupta vergonha. O que se viu ali foram descendentes indígenas, como é a magnífica e miscigenada sociedade peruana, imitando macacos toda vez que tinha tocava a bola. Racismo em plena América do Sul.

A Conmebol julgou o caso. Pasme: a decisão foi de que os insultos não eram direcionados ao jogador. Por isso, não se caracterizou racismo. Obviamente, imitar macacos é um cântico comum no Peru, segundo a Conmebol (ironicamente, sempre comandada pela elite paraguaia da família do senhor Nicolás Leoz. Branco, rico).

Oruro (BOL), 20/02/2013

O San Jose recebeu o Corinthians. A partida foi marcada por uma das maiores vergonhas do futebol contemporâneo. Torcedores (bandidos) do Timão lançaram um sinalizador em direção à torcida local e mataram Kevin Espada, torcedor de 14 anos. Primeiramente, dona Conmebol, como conseguiram os torcedores entrar com sinalizadores? Segundo, M-O-R-T-E. MORTE NO ESTÁDIO. E então, vamos à decisão da Vergonha*. Ela decidiu que o Corinthians fosse punido com um mando de campo. Até aí, realmente tudo bem, porque a diretoria do Timão fez de tudo para buscar os responsáveis pelo assassinato, bem como outros “torcedores” que deveriam ser banidos de estádios de futebol.

Prosseguindo o julgamento: Primeiramente, nenhuma senteça para o San Jose, que não fez a segurança do estádio. Deixou a torcida visitante entrar com sinalizadores, proibido no regulamento. Depois: NENHUMA SENTENÇA AOS ASSASSINOS. Eles foram presos pela polícia boliviana. Mas, agora soltos e deportados ao Brasil, continuam fazendo seus crimes pelos estádios da América do Sul. A Deprimente* poderia exigir que o Corinthians certificasse que estes delinquentes nunca mais fosse a jogos do time, ou que ela mesma o fizesse, exigir das autoridades brasileiras uma ação, poderia punir o Corinthians desportivamente, mas ela preferiu tirar um mando de campo. Suficiente.

Portanto, dona Gagá*, cumpra o regulamento escrito por ti, melhore este campeonato. Elimine o Boca Juniors. Elimine os assassinos, os bandidos.

O espírito de raça da Libertadores se limita à paixão dos jogadores e das torcidas. Não tem nada a ver com violência.

*Por exaustiva repetição do nome da Instituição Falida, o nojo me tomou conta e introduzi adjetivos/sinônimos no lugar do verdadeiro nome da Conmebost#*

Brasília contrata ex-dirigente do Palmeiras

José Eduardo

O ex-diretor executivo do Palmeiras, José Carlos Brunoro, é o novo gerente do Brasília Futebol Clube. Ele foi contratado para atrair jogadores para a disputa da Copa Sulamericana, no segundo semestre deste ano.

Brunoro tem em seu currículo o grande esquadrão do Palmeiras da década de 1990, quando era patrocinado pela Parmalat e ganhou vários títulos, incluindo dois Brasileiros e uma Libertadores.

O Brasília foi comprado, no início do ano, por Luiz Felipe Belmonte, advogado e empresário do ramo da construção civil, que enxerga o potencial do Colorado como clube-empresa, assim como o Audax, clube paulista que subiu de divisão quando gerido por Brunoro.