A pior torcida do Brasil

José Eduardo

Não. Este post não é para falar sobre as torcidas dos famosos “Grêmio Itinerantes”, como diz Mauro Cézar Pereira. A pior torcida do Brasil é de um time médio-grande, finalista de Copa Sulamericana, o tradicional Goiás Esporte Clube.

A princípio, o leitor pode se perguntar: porque o Goiás e não o Duque de Caxias, por exemplo? O Duque teve uma média de 262 torcedores na série B 2009 (salvo o mando de campo vendido ao Vasco), com o auge de 5 torcedores contra a Ponte Preta. E respondo que a questão é mais profunda.

A começar pela grandeza dos Clubes. O Goiás figura quase todos os anos na primeira divisão. Bicampeão da série B, o Esmeraldino é considerado o maior time do Centro-Oeste. E sua torcida pequena no estádio diverge da grandeza da nação esmeraldina, estimada em mais de 400 mil torcedores, capaz de lotar o Serra Dourada mais de 8 vezes.

Mas, para entender o que acontece com o Goiás, temos que analisar o futebol de Goiânia. A cidade possui 3 grandes Clubes (Goiás, Vila Nova e Atlético). A maior torcida e os maiores títulos estão com o Verdão. O Vila vem em uma decrescente. No último ano foi rebaixado para a série C do Brasileiro e para a segundona estadual. O Atlético, conhecido, por gozação, por ter uma pequena e idosa torcida, está na série B do Brasileiro e não conseguiu, sequer, a classificação para o mata-mata no estadual 2015. Enquanto o Goiás papa os títulos regionais e se mantém na elite nacional.

Outro passo para analisarmos o papel do torcedor esmeraldino é observar a média de público. O Vila, na terceira divisão, tem média de 6.525 torcedores. O Atlético de 1.381 no Serra Dourada (salvo o jogo com o Botafogo em Brasília) e o Goiás, a duras penas, consegue ter a pior média da série A, com 2.458 torcedores.

A princípio, portanto, a torcida do Atlético é pior que a do Goiás. Mas os números não podem ser analisados friamente. O Goiás tem a maior torcida de Goiânia. De acordo com o Instituto Fortiori, aproximadamente 27,3% dos goianienses torcem para o Goiás, enquanto apenas 4% são atleticanos. E o Dragão ainda está na série B.

Mas mesmo que a torcida do Goiás fosse minúscula no estádio, mas apoiasse, não estaria aqui discutindo. O problema é que a torcida não apoia. Terminando o campeonato brasileiro 2013 em 6º lugar, a torcida ia ao estádio cobrar vitórias. A irritação dos jogadores foi tanta que o ídolo Walter perdeu a cabeça após uma vitória.

Ainda assim, não seria motivo para ser a pior torcida de todas. Torcida chata e plateia, existe aos montes. Como a dos grandes times europeus. Torcida inexistente então, é a regra no interior do país.

O diferencial negativo para a torcida esmeraldina é a violência. Dia de jogo, em Goiânia, é guerra. Vila Nova x Goiás, melhor ficar bem longe do estádio.

Todo jogo do Goiás são ocorrências e mais ocorrências. Aqui vai meu relato, que saí de Brasília para ver meu time jogar contra o esmeraldino.

“Saí de casa por volta de 16 horas. A partida era às 20h30. Cheguei a Goiânia 19:45 e fui direto para o estádio. Estava acompanhado do meu irmão. Paramos na frente do portão de acesso à torcida visitante. Saí com duas camisas e uma bandeira para rumar cerca de 500 metros. Um percurso curtíssimo.

Neste meio tempo, aproximadamente 15 jovens, não mais que 16 anos, me abordaram. Gritaram de longe e saíram correndo atrás de mim. Me agrediram, me bateram, me furtaram as roupas, me jogaram no chão e arrancaram minha camisa a força. Rasgaram aquela camiseta de 1982 que temia em ficar em meu corpo. Ela não queria sair. Até que foi, fio-a-fio, tomada de mim.

A polícia não estava a 200 metros de mim. Falei para eles o ocorrido (que provavelmente eles viram) e ouvi a resposta: “Aqui em Goiânia é assim mesmo, quem manda são eles”

E quem manda são eles mesmo. Nenhum dos agressores eram de torcida organizada, não vestiam camisas nem adornos. Tampouco eu. Mas os vi, dentro do estádio, entregando as camisas para os marmanjos da Força Jovem do Goiás para que eles queimassem, na minha frente, as camisas.

Ao entrar no estádio, encontrei uma família inteira também sem camisa, entre elas um idoso. Todos furtados.”

A torcida do Goiás é ódio. Melhor seria uma pequena torcida, inexistente, que uma hostil facção criminosa.

Por isso, a torcida do Goiás é a pior. Ela consegue tirar os predicados mais nojentos das torcidas e aglutinar. A violência, a pouca existência e a falta de apoio.

Veja alguns vídeos da imbecilidade desta torcida:

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