O economista, o dançarino e o poeta.

Por Rafael Montenegro

Naquela mesma mesa daquele mesmo bar, vestindo as mesmas cores, sentam-se, duas vezes por semana, o economista, o dançarino e o poeta.

Ao economista fascina o jogo: os números, o planejamento, as táticas, o pragmatismo, o pensamento cartesiano. Ele reconhece o talento do estrategista, as palavras de Sun Tzu, os tabuleiros de xadrez.

Saltam aos olhos do dançarino o trabalho corporal: o balé, o baile, a ginga, a capoeira, o contrair e relaxar dos músculos. Ele executa e vê executar o fluir, o soar, a leveza, a finta.

O poeta suspira frente à arte: as cores, os sons, a genialidade, o que foge da rotina. Ele regozija-se no místico, no metafísico, no sobrenatural, no ecumênico, no transcedental, no inexplicável.

E é por isso que os três se sentam juntos àquela mesa de bar. Aproveitam um raro denominador comum, um momento compartilhado. Cada um no seu nicho; os três igualmente imersos no futebol.

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