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Tradição Sulamericana

Cruzeiro, Universidad de Chile, Racing e, possivelmente, Vasco. O grupo da morte é composto apenas por campeões continentais. Cruzeiro e Vasco disputaram final de campeonato brasileiro. Cruzeiro e Racing disputaram duas finais de Supercopa. La U e Vasco a semi da Sul-americana. O grupo dá a tônica da nova Libertadores.

Durante os últimos dois anos, a Libertadores da América vem tentando mudar sua cara. Apesar do amadorismo característico dos dirigentes da Conmebol, que resistem no poder após escândalos de corrupção, incontáveis casos de racismo nas partidas e violência exacerbada, parece que a Libertadores tomou um caminho acertado.

À primeira vista, desgostei e critiquei o novo formato: competição ao longo de todo o ano, com, pelo menos, sete vagas a times brasileiros (este número podendo crescer a nove), mesmo número de vagas a equipes argentinas.

Agora, com tantas equipes tradicionais, me vejo obrigado a concordar com a Conmebol. Palmeiras e Boca, Flamengo e River,, Santos e Estudiantes, Corinthians, Independiente e Atlético Nacional e Colo-Colo. Todos confrontos de campeões da Libertadores e tudo isso na primeira fase.

Se compararmos com o grupo do atual campeão, Grêmio, podemos ver que este sim é um grupo que ilustra a antiga Libertadores: um time venezuelano, um uruguaio, um paraguaio e um brasileiro. Entretanto, não por coincidência, foi este o considerado mais fácil grupo para os brasileiros.

A Libertadores ganha muito com confrontos entre grandes equipes. O inchaço de pequenos clubes venezuelanos, mexicanos, bolivianos e peruanos acabou por quase garantir os times brasileiros na segunda fase. Exceções feitas às campanhas do Flamengo e um ou outro desvio, como do Internacional, campeão em 2010, em 2011.

A intenção da Conmebol em deixar o calendário cheio durante todo o ano era se assemelhar com a Champions League. Entretanto, com a adesão de mais clubes argentinos e brasileiros, posso dizer que a primeira fase sul-americana é mais atrativa que a europeia.

Enquanto na Champions, há confrontos como Qarabag e Chelsea, Maribor e Spartak de Moscou, Real Madrid e Legia Varsóvia, na Libertadores, os clássicos dão a tônica. Esperemos que continue assim.

Que comece a Libertadores 2018!

Nova velha diretoria

Seis anos depois de sua saída da presidência do Cruzeiro, Zezé Perrella está de volta. Agora, como chefe máximo do Conselho Deliberativo do Clube. O Senador condenado por improbidade administrativa e acusado de diversas fraudes e crimes novamente dita as regras no futebol da equipe mineira.

A fotografia de posse é sintomática: Perrella ao centro enquanto o novo Presidente do Clube, Wagner Pires de Sá, se posta ao seu lado. As atenções são para ele. Zezé além de condenação por improbidade administrativa em 2013, responde por ter recebido R$1,3 milhões da Assembleia de Minas. Também em 2013, um helicóptero do filho de Zezé, Gustavo, foi encontrado com 445 kg de cocaína.

Ainda assim, o sobrenome Perrella dita as regras no Clube. As forças de oposição se desgastam por si só, com acusações e brigas entre o ex-Presidente, Gilvan de Pinho Tavares e o novo, Wagner de Sá. O que chama atenção é o fato de Wagner ter sido indicado por Gilvan e ter composto a chapa de situação. Ainda assim, grande parte da diretoria anterior não concordou com os rumos da nova diretoria, principalmente após indicação do Vice-Presidente de futebol, Itair Machado.

Itair, inclusive, também possui ficha corrida extensa. Fundador e ex-presidente do Ipatinga, ele responde por mais de 40 processos registrados na Justiça, dentre eles, tentativa de suborno para que atletas do Villa Nova entregassem uma partida ao clube do Vale do Aço, em 2008. Após vitória nas eleições, o ex-Vice-Presidente de Futebol, Bruno Vicintin, acusou Itair de tê-lo ameaçado de morte, registrando Boletim de Ocorrência.

Itair, não por coincidência, é muito próximo de Perrella. Durante a década passada, o Ipatinga se tornou uma verdadeira filial do Cruzeiro, com diversos jogadores emprestados pelo clube celeste, resultando em um campeonato mineiro ao Tigre e acesso à Série A de 2008.

Apesar de a chapa vencedora ter sido adversária da de Perrella na presidência do clube, na prática, Zezé saiu vencedor. O Conselho é seu. A presidência também. Os holofotes, principalmente. Derrota do Clube.

José Eduardo

A derrocada de Marcelo Oliveira

Bicampeão brasileiro, campeão da Copa do Brasil, penta finalista do torneio. O currículo de Marcelo Oliveira nos últimos 6 anos são de dar inveja em qualquer treinador do Brasil. Mas, ao contrário do que seus resultados práticos mostram, a carreira do mineiro de Pedro Leopoldo parece estar em queda livre.

O sucesso de Marcelo começou com um bi vice-campeonato da Copa do Brasil, em 2011 e 2012, pelo ótimo time do Coritiba. Com ele no comando, o Coxa emplacou 24 vitórias consecutivas e bateu o recorde nacional no quesito.

O plantel contava com Éverton Ribeiro, Robinho e Rafinha, que brilhariam com a camisa do Cruzeiro,  Gil, falecido no acidente com o avião da Chapecoense, Tcheco, além de Lincoln, Júnior Urso e Leandro Donizete, destaques do Galo na história recente.

O futebol ofensivo e criativo de Marcelo Oliveira o credenciaram a alçar vôos maiores. Em 2013, ele assinaria com o Cruzeiro, maior rival do Atlético-MG, clube em que foi ídolo como jogador. Chegou com desconfiança, mas logo calou a boca da torcida celeste. O brilho de Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart proporcionaram um histórico bicampeonato brasileiro 2013-14, um campeonato mineiro e um vice da Copa do Brasil, que, em caso de título, garantiria a segunda tríplice coroa para a Raposa.

Em 2015, a primeira etapa do declínio de Marcelo. A diretoria celeste se desfez dos principais destaques das campanhas vitoriosas anteriores e o treinador se viu obrigado a improvisar com peças menos valiosas durante a Libertadores. A equipe chegou às quartas de final. Na primeira partida, vitória do Cruzeiro sobre o River, em pleno Monumental de Núñez. Entretanto, a derrota por 3 a 0 no Mineirão o fizeram ser demitido.

Deixando de lado toda a injustiça que envolve a demissão de Marcelo, a partir daí sua carreira viveu alguns altos e muitos baixos. O treinador foi contratado ao poderoso e rico Palmeiras e, após três vice-campeonatos, conquistou a Copa do Brasil. Mas, o futebol apresentado pela equipe era muito aquém daquele apresentado no Cruzeiro e o investimento feito era muito alto.

Após eliminação ainda na primeira fase da Libertadores 2016, Marcelo foi demitido. Para seu lugar, veio Cuca que, com o mesmo plantel, sagrou-se campeão brasileiro. Estava ali explícita a fragilidade do mineiro.

Ainda em 2016, prestigiado pelos títulos recentes, foi contratado pelo clube em que é ídolo, o Galo. Na equipe, Marcelo exerceu sua principal característica: um forte ataque. Entretanto, com claros descuidos defensivos, o Atlético oscilou no campeonato e terminou na quarta posição. A equipe teve o segundo melhor ataque, com 61 gols marcados e a incrível  quinta pior defesa, com 53 gols sofridos.

O técnico chegou, inclusive, a disputar outra final de Copa do Brasil. Mas, a derrota na primeira partida, em casa, para o Grêmio, culminou na sua demissão antes mesmo da partida de volta. Ali, as credenciais de técnico bicampeão brasileiro se transformaram em técnico ofensivo, mas irresponsável defensivamente.

Chegamos a 2017, com Marcelo Oliveira desempregado até meados de julho.  Assumiu o Coxa em condição confortável, 13º colocado, 4 pontos acima da zona de rebaixamento. O clube estava com 19 pontos e 42,2% de aproveitamento.

Sob seu comando, o Coritiba despencou. Novamente com defesa inconstante, mas com ataque pouco criativo, o Coxa foi perdendo posições rodada a rodada até, enfim, ser rebaixado do Campeonato Brasileiro. Com Marcelo Oliveira, o Coxa disputou 23 partidas, perdeu 11, empatou 6 e venceu apenas 5 partidas. Um aproveitamento de 30,43%.

Antes vitorioso, Marcelo Oliveira agora não parece ser mais técnico de primeiro escalão no cenário nacional. Seu futebol ofensivo, porém pouco criativo, foi presa fácil diante do não-futebol praticado em 2017, com defesas sólidas e ataques tímidos. Quando o treinador teve de se reinventar, não conseguiu.

Agora, resta a Série B para que ele consiga se reerguer. É possível, o Coritiba tem time para se sagrar campeão e o treinador já mostrou qualidades para ser campeão. Resta saber se ele conseguirá propor alternativas ao seu futebol.

José Eduardo

Mano é o cara!

Rafael Mota-Brasília-20 de setembro de 2015

Desde que foi anunciado como técnico da equipe do Cruzeiro no dia 1o de Setembro , Mano comandou a equipe em 5 partidas , com 2 vitórias , 2 empates e 1 derrota . O começo é bom mas podia ser melhor em termos de resultados . O que tranquiliza a torcida é o melhor desempenho do time, que melhorou muito desde a chegada do treinador. Além de melhorar o time, Mano ainda conseguiu recuperar jogadores esquecidos por seu antecessor, Vanderlei Luxemburgo, e que estão se mostrando essenciais para o time, como Willian e Alisson.

De cara o treinador já mostrou que o time não é tão ruim quanto parecia e que conseguirá livrar o time do rebaixamento. Vale lembrar que essa mesma equipe do Cruzeiro conseguiu chegar as quartas de final da Libertadores e foi eliminada pelo futuro campeão River Plate.

Mano se notabilizou em sua carreira por pegar times em situações adversas e leva-los bem longe. A primeira arrancada do treinador foi com o Grêmio. Mano assumiu a equipe na série B em 2005 vencendo a competição e a batalha dos aflitos no último jogo. No ano seguinte, levou o Grêmio à Libertadores, chegando em 3o lugar do Campeonato Brasileiro, e, de brinde, ainda venceu o Campeonato Gaúcho. Foi bicampeão gaúcho e levou o tricolor gaúcho a final da Libertadores , perdendo a decisão para o Boca Juniors no ano de 2007.

A outra grande arrancada de Mano começou ainda em 2007, quando o treinador deixou o Grêmio para assumir o então rebaixado Corinthians. Nos mesmos moldes de seu trabalho anterior, o treinador levou a equipe ao título da série B e ao vice campeonato da Copa do Brasil em 2008. Com o reforço de Ronaldo Fenômeno, conseguiu os títulos da Copa do Brasil e do paulistão em 2009. Na Libertadores de 2010 a fez uma boa primeira fase com a equipe paulista mas foi eliminada pelo Flamengo nas oitavas de final. No meio do ano de 2010, com a demissão de Dunga do comando da Seleção Brasileira, Mano foi contratado como novo treinador da seleção, deixando o Corinthians com a base que viria ser diversas vezes campeã.

Mano ainda não fez um bom trabalho desde sua saída da seleção. Na equipe nacional o treinador foi injustamente demitido em seu melhor momento, quando finalmente tinha achado a equipe ideal. Depois assumiu o Flamengo e pediu demissão por acreditar que não conseguia passar sua filosofia de jogo para seus comandados, meses depois o time carioca venceria a Copa do Brasil com o interino Jayme de Almeida. Para tentar se reerguer voltou ao Corinthians. Levou a equipe paulista ao quarto lugar do brasileirão e à Libertadores, mesmo assim não teve seu contrato renovado.

Depois da absurda demissão de Marcelo Oliveira e do desastroso retorno de Vanderlei Luxemburgo, a contratação de Mano é um acerto da diretoria cruzeirense. Mano assume uma equipe do jeito que gosta, com meio caminho andado e querendo mostrar serviço. A situação do Cruzeiro é bem melhor do que eram a de Grêmio e Corinthians quando Mano os assumiu. A arrancada não precisará ser tão grande, basta manter o time na série A e se preparar para um 2016 melhor. Isso Mano sabe fazer como ninguém.

 

 

 

 

Sul-Minas-Rio: O fio de esperança para o futebol brasileiro

José Eduardo

Em meio a tantas controvérsias, falcatruas, desonestidades, desvios de verba e conduta e muitas outras falhas na CBF e nas direções de clubes e federações, surge a Sul-Minas-Rio, liga interestadual que almeja um campeonato atraente ao torcedor e retira o poder dos velhos manda-chuvas do futebol.

Apesar da atratividade para o torcedor, o Sul-Minas-Rio vai muito além de um simples torneio. A importância deste é fazer com que os clubes voltem a deter o poder do futebol.

Desde a extinção do Clube dos 13, o futebol se tornou mercadoria das Federações, da CBF e, principalmente, da Globo. Com o alto valor que a rede de televisão paga aos clubes pelos direitos de transmissão de suas partidas, além, inclusive, dos patrocínios em suas camisas, os clubes se tornaram refém dos horários dos jogos e seu calendário de jogos. Exemplo disso é o alto número de jogos nos desinteressantes campeonatos estaduais, desgastando jogadores e impedindo descanso durante o ano, inclusive em datas FIFA, onde as seleções nacionais jogam no mesmo dia que os clubes do Brasileirão.

Portanto, a estratégia é mostrar tanto para a Globo quanto para a CBF que os clubes são maiores que estas instituições. Porque enquanto estão acontecendo os estaduais, a bola também pela Sul-Minas-Rio, o que quer dizer que veremos times reservas, às vezes juniores em campo pelos grandes clubes nos estaduais. Outro ponto é que a transmissão do torneio interestadual será negociado com outras emissoras, retirando o poder definitivamente da Globo.

Mas nem tudo são flores. Há dois riscos para o futebol brasileiro com a criação desta liga. O primeiro seria o preterimento destes clubes em relação aos filiados estritamente aos campeonatos estaduais por parte tanto da CBF quanto por seus tribunais. O que quer dizer que possam acontecer denúncias e resultados, no mínimo, extravagantes no STJD prejudicando tais equipes, como punições desproporcionais a jogadores.

Outro problema é entregar o poder a um grupo tão seleto de clubes, o que nos faz lembrar diretamente do Clube dos 13. O caso mais clássico da interferência do Clube dos 13, entidade que aglomerava os times mais poderosos do Brasil, foi a final da Copa União de 1987, em que em um campeonato confuso, a entidade recomendou que o Flamengo não entrasse em campo para a disputa contra o Sport. Desta forma, os clubes do Clube dos 13 proclamaram o Flamengo campeão brasileiro, enquanto a CBF proclamou o Sport. Entretanto, em 2007, com o pentacampeonato brasileiro pelo São Paulo, a questão voltou à tona quando o tricolor paulista se autoproclamou o primeiro pentacampeão brasileiro, obviamente, com apoio do Sport. A CBF mantém o título para o Sport e, agora, o Flamengo advoga sozinho em causa própria.

É interessante aguardar a Copa Sul-Minas-Rio sair do papel, mas tirar o poder da Globo, detentora de quase todos os torneios mais importantes do Brasil, favorecendo a trasmissão desigual de jogos e dinheiro a certos clubes, e da CBF, com seus tribunais e calendários esdrúxulos já é um avanço.

Mais uma chance, mais uma tragédia

José Eduardo

2004, campeão brasileiro com o Santos. Este foi o último título de expressão de Vanderlei Luxemburgo. E mesmo assim, 11 anos depois, é só um time grande do Brasil demitir seu treinador que o nome do Pofexô é ventilado. Foi assim com Santos (2006, 2009), Palmeiras (2008), Atlético-MG (2010), Flamengo (2010, 2014), Grêmio (2012), Fluminense (2013) e agora, Cruzeiro.

11 anos, nenhuma Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil, Mundial. Apenas 5 estaduais e péssimas passagens pelas equipes.

Seguindo o lema “Eu venci, nós empatamos, eles perderam”, Luxemburgo plantou discórdia nos clubes por onde passou e colheu péssimos resultados. Vale lembrar a passagem desastrosa pelo Real Madrid, onde o ponto forte foram suas entrevistas em péssimo – e cômico – portunhol.

Seu trabalho se destaca por uma boa arrancada quando assume os times em que passa, algumas partidas irregulares e a derrocada.

Em seus trabalhos mais recentes, foi demitido do Galo, em 2010, deixando o clube na zona de rebaixamento após goleada sofrida contra o Fluminense por 5 x 1.

No Flamengo, em suas últimas duas passagens, conseguiu um carioca e salvar o time do rebaixamento, mas nenhum campeonato de destaque, mesmo treinando seu clube do coração e em sua zona de conforto.

Em 2013, no Grêmio, o Pofexô se envolveu em confusão contra o Huachipato, do Chile, e foi suspenso por 6 partidas. Foi eliminado, nas oitavas, pelo Santa Fé, da Colômbia, ainda durante sua suspensão e, por isso e por ter perdido o Gaúcho para o maior rival, foi demitido.

Ainda em 2013, Luxemburgo assumiu o atual campeão brasileiro, Fluminense e admitiu que salvar o tricolor do rebaixamento seria uma conquista. Saiu do comando com 7 vitórias em 26 jogos e uma sequência final de 9 jogos sem triunfos.

A situação em 2015 é idêntica. Assumiu o atual (bi)campeão brasileiro, Cruzeiro, e já chegou com moral. 3 vitórias seguidas, inclusive vencendo o Atlético-MG, no Independência, quebrando dois longos tabus, de vitórias (11 jogos) e de vitórias na casa do rival, fato que não aconteceu desde a reinauguração do estádio.

Mas a face de Luxemburgo começou a cair imediatamente. 3 derrotas seguidas. E então, começa a derrocada do ultrapassado treinador.

Sem nenhuma criatividade e renovação, Luxemburgo imediatamente mudou o esquema tático celeste. Tirou o 4-2-3-1 consagrado no bicampeonato e foi à zona de conforto 4-3-1-2, tática que deu a Tríplice Coroa ao Cruzeiro em 2003. A diferença são apenas 11 anos de atraso da tática. E jogadores com características completamente diferentes.

A partir de então, o Cruzeiro assumiu o DNA Luxemburgo: derrotas em jogos facílimos, vitórias em jogos difíceis que ajudam a mascarar o mau trabalho e a enaltecer a figura do técnico, a figura do “EU VENCI”.

Hoje, o bicampeão brasileiro encontra-se na 14º colocação, 3 acima da zona de rebaixamento. O discurso de “tentaremos o tri” já mudou para “o foco é a Copa do Brasil”, como se o Brasileiro fosse luxo.

Luxo mesmo seria poder vencer algum time catarinense. Sob o comando de Luxa, o Cruzeiro perdeu em casa para a Chapecoense, empatou, em casa, com o Avaí e conseguiu ser goleado pelo Joinville.

Fato é, Luxemburgo é um bom motivador. Consegue vitórias em jogos importantes. Mas está ultrapassado. Acumula derrotas em jogos ridiculamente fáceis. Cria rachas nos times por onde passa, tem salário altíssimo e, incrivelmente, possui respeito por todos os dirigentes do Brasil. Por quê? Este texto deixa bem claro que não é pelo retrospecto recente.

*Em negrito, o destaque: REBAIXAMENTO, a tônica dos trabalhos de Luxemburgo

Guia do Brasileirão Subindo a Linha – Parte 3

José Eduardo

Os times de hoje são Fluminense, Flamengo, Cruzeiro, Sport e Grêmio. Os times devem integrar a lista dos coadjuvantes da parte de cima da tabela. Vai ser difícil tirar pontos deles, mas não impossível.

Fluminense
Fred
(O ídolo Fred terá de comandar a meninada do Flu rumo ao topo)

Ponto forte: Fred
Ponto fraco: Dinheiro, ou falta dele
Fique de olho: Gerson
Time base: Diego Cavallieri, Renato, Gum, Antônio Carlos, Giovanni, Edson, Jean, Wagner, Gerson, Vinicius, Fred

Outro clube que viveu um início de temporada terrível por motivos financeiros foi o Fluminense. O tricolor encerrou uma parceria de 15 anos com a patrocinadora Unimed, principal aliada do clube para trazer jogadores.

Sem a Unimed, o Nense teve de vender grande parte do seu Time de Guerreiros. Conca, Sóbis, Chiquinho, Bruno, Valencia, Cícero e Walter deixaram o clube que encontrou dificuldades para contratar jogadores bons e baratos.

Uma dessas boas contratações foi Vinicius. O jogador ex-Náutico se encaixou bem no meio-de-campo. Unindo os ídolos restantes, como Cavallieri, Gum e Fred, com jogadores da base, o Flu, que poderia ser apontado como possível rebaixado no início do ano, busca a parte de cima da tabela.

O jovem Gerson é a promessa do clube. O jogador já está sendo procurado por Juventus e Barcelona e, se ficar pode ajudar bastante o time das Laranjeiras.

Palpite: MEIO DA TABELA

Grêmio
Roger
(Roger tenta repetir o sucesso que teve como jogador, agora no banco)

Ponto forte: Roger Machado
Ponto fraco: Banco de Reservas
Fique de olho: Luan
Time base: Marcelo Grohe, Rhodolfo, Pedro Geromel, Marcelo Oliveira, Walace (Fellipe Bastos), Maicon, Luan (Douglas), Giuliano, Pedro Rocha, Yuri Mamute

O tricolor gaúcho perdeu as principais peças para a temporada. Com a política de reduzir a folha de pagamento, o Grêmio negociou Barcos, Marcelo Moreno, Kléber (que estava afastado), Matias Rodríguez, Riveros, Werley, Bressan, Zé Roberto, Pará e Dudu.

A missão do ex-técnico Luiz Felipe Scolari era quase impossível. E o comandante do 7 a 1 fez jus ao passado recente. Abandonou o time e foi ao vestiário com a bola ainda rolando, contra o Veranópolis, pelo campeonato gaúcho, perdeu a decisão para o Inter e foi demitido.

Mas a chegada de Roger, campeão da Libertadores 1995 com o clube, deu ânimo o Imortal.
Considerando as limitações do time, Roger conseguiu incentivar os jogadores da base que, com velocidade, fazem do ataque sempre morno do Grêmio uma boa opção.

A zaga se manteve como no ano anterior. Sólida e difícil de ser penetrada.

O jovem Luan é quem controla as saídas de bola e criação do Grêmio, com ajuda do ex-colorado Giuliano. O experiente Douglas, com Roger, acabou sacado dos 11 titulares mas ainda é uma boa opção.

Mas a falta de cancha e rodagem dos jogadores pode pesar em jogos fora da Arena (confesso que havia escrito Olímpico e corrigi. Saudades!)

Palpite: MEIO DA TABELA

Sport
Leão
(O rugido do leão cada vez mais alto)

Ponto forte: Eduardo Baptista
Ponto fraco: Banco de Reservas
Fique de olho: Diego Souza
Time base: Magrão (Danilo Fernandes), Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Durval, Renê, Rithely, Wendel, Diego Souza, Élber(Neto Moura), Maikon Leite, Mike

Único representante do Nordeste na Série A, o Sport tem que estar confiante. A diretoria agiu com profissionalismo invejável e entra na competição empolgando o Brasil.

O primeiro acerto foi a manutenção do técnico Eduardo Baptista. O comandante entra na sua segunda temporada à frente do Leão com o sentimento de que se pode fazer história.

O Leão iniciou a temporada avassalando o Campeonato Pernambucano. O terceiro lugar após a final com o Salgueiro esconde a campanha do time na primeira fase (ou segundo turno, onde os times que disputam a Copa do Nordeste entram). Foram 10 jogos, com 8 vitórias, duas delas contra o Náutico e uma goleada pra cima do Santa Cruz.

Na Copa do Nordeste, o time chegou às semifinais, sendo eliminado pelo Bahia na Fonte Nova.

Mas no Campeonato Brasileiro, o time entra na 7ª rodada invicto e com um grande futebol. Diego Souza chama a responsabilidade e a experiência de Durval e Wendel segura a defesa.
A nota triste é a negociação do jovem Joelinton para o Hoffenheim, da Alemanha. Por isso, o Leão não chegará ao g4 mas fará uma excelente campanha, representando muito bem o Nordeste

Palpite: VAI DAR TRABALHO

Flamengo
Shiek
(Sheik volta para tentar, novamente, fazer história)

Ponto forte: Guerrero
Ponto fraco: Defesa
Fique de olho: Alan Patrick
Time base: Paulo Victor, Pará (Luiz Antônio), Wallace, Samir, Armero, Jonas, Márcio Araújo, Canteros, Alan Patrick (Gabriel), Emerson (Eduardo da Silva), Guerrero (Marcelo Cirino)

As contratações neste meio de ano elevaram o Flamengo de um possível rebaixado para um time que busca o topo.

O Fla iniciou a temporada criticado por ter contratado apenas Jonas e Marcelo Cirino para reforçar o time que passou dificuldades na temporada passada.

No Carioca, não convenceu. Chegou às semifinais mas foi eliminado pelo Vasco. Mas a diretoria, que vem fazendo um bom trabalho de re-estruturação financeira, resolveu abrir os cofres e contratar os herói da Libertadores do Corinthians – Sheik – e do mundial do Timão – Guerrero. Além deles, Alan Patrick promete dar um jeito no meio campo flamenguista que sofre dificuldades para criar jogadas.

O problema é que o trio deve demorar a estrear. Até lá, a maior torcida do mundo deve ficar preocupada com os gols bobos que o time vem sofrendo e com a falta de tentos marcados.

Se o time der liga, empolga. Se não, problemas à vista. Mas a lógica é o time demorar para entrosar mas ganhar respeito e pontos ao longo do campeonato.

Palpite: VAI DAR TRABALHO

Cruzeiro
Fábio
(O bicampeão brasileiro é passado)

Ponto forte: Retrospecto
Ponto fraco: Diretoria Amadora
Fique de olho: De Arrascaeta
Time base: Fábio, Mayke, Manoel (Dedé), Bruno Rodrigo, Mena (Fabrício), Henrique, Willians, Arrascaeta(Alisson), Marquinhos, Willian, Leandro Damião

O atual bicampeão brasileiro entra com o moral baixo no Brasileirão. Após ver a diretoria vender 5 titulares do bicampeonato e mais os principais reservas, e dispensar o técnico Marcelo Oliveira, o Cruzeiro busca fazer um papel digno na edição deste ano.

O destaque vai para o jovem de Arrascaeta, que, com apenas 20 anos, é o destaque das contratações, ao lado de Leandro Damião.

Outro ponto positivo foi o fim do tabu de 11 jogos sem vencer o rival, que foi findado na última rodada, em pleno Horto.

A vida do Cruzeiro será complicada neste campeonato, já que de Arrascaeta desfalca o Cruzeiro para vestir outro manto celeste, o do Uruguai pela Copa América.

Sem o craque, o recém-chegado Vanderlei Luxemburgo terá de quebrar a cabeça para montar o time.

O treinador campeão da tríplice coroa em 2003 com o clube já conseguiu 2 vitórias nas duas primeiras rodadas. Mas o trabalho será de recuperação, na tabela e do ego do time, acostumado com o topo.

Palpite: BRIGA PELA LIBERTADORES