Globo prova que a CBF lhe pertence

José Eduardo

Campeonato Brasileiro, Seleção, contratos. A Globo divulga o que é de seu interesse mas esconde as falcatruas que faz com sua maior aliada (ou fantoche) no futebol, a CBF. Mas neste fim-de-semana, resolveu deixar bem claro o seu poder. E sua falta de respeito com o torcedor.

No último mês, o jornalista Jamil Chade, do Estado de São Paulo, publicou uma série de contratos que provavam a venda dos jogos da seleção brasileira para um grupo de investidores. Comentado aqui, no Subindo a Linha, ficou evidente o descaso da CBF com o desenvolvimento do futebol no país. A Globo se manteve calada. Não noticiou absolutamente nada sobre o assunto.

Ainda no mês passado, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin – assim como vários dirigentes da FIFA – foi preso acusado de extorsão, fraude eletrônica, conspiração para lavar dinheiro entre outros crimes. A CBF, então ataca. Se faz de sonsa, julga Marin e se esquiva de críticas e culpa. A maior aliada da Entidade agora se vira contra seus dirigentes. Sua imagem parece intacta.

Neste fim-de-semana, a Globo admitiu, o que ficou provado com os casos anteriores: a falta de interesse no desenvolvimento do futebol local. Não publicamente, mas por meio de artimanhas que fazem desmerecer o Campeonato Brasileiro e manipulando o horário do jogo da seleção.

O cenário pode ser descrito em três atos.

O primeiro: jogo da seleção. O Brasil iria jogar contra o México, em um amistoso em São Paulo. Detentora dos direitos de imagem, a Globo agendou a partida para as 17 horas, e não às 16, como costuma fazer a emissora. Isso porque, no mesmo dia, estaria acontecendo o Grande Prêmio do Canadá de Fórmula 1, com início às 15 horas e final previsto para 16h40. A emissora definiu o horário da partida da Seleção.

O segundo: final da Champions League. Quando as partidas do campeonato brasileiro não são transmitidas no domingo por conta do jogo da Seleção, tradicionalmente, a Globo reagenda os confrontos para sábado, às 16h. Entretanto, a final da Champions League entre Barcelona e Juventus também teria transmissão Global, às 15h45.
Desta vez, portanto, a emissora parecia viver um dilema: transmitir a Champions League ou o Campeonato Brasileiro. A emissora preteriu o Campeonato Brasileiro à Champions League

O terceiro: Nada de dilema. Outra vez, a Globo utilizou o seu poder para interferir no horário dos jogos do campeonato. E, desta vez, tomou a decisão mais injusta com o torcedor. As partidas poderiam ser reagendadas para sábado após a partida da Champions League, poderia começar entre 18 e 21 horas. Poderia ser no domingo, após o jogo da seleção. Mas a emissora não queria perder a audiência de suas novelas e telejornais. Ela optou por agendar as partidas para 22 horas do sábado. Em um final de semana, em que o serviço público é mais precário, em um horário em que as temperaturas são mais baixas, em um dia de descanso ou mesmo de festa. O torcedor de Curitiba, por exemplo, teve que enfrentar todos estes desafios para assistir a Atlético Paranaense e Vasco, um jogo sem maiores pretensões. O desrespeito com o torcedor não poderia interferir na novela.

Para completar, o horário absurdo de partidas às 11h de domingo foi mantido neste fim de semana, provando, de todas as formas, que a Globo quer fazer dinheiro. E quer fazer em cima do esforço, da loucura do torcedor.

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