A derrocada de Marcelo Oliveira

Bicampeão brasileiro, campeão da Copa do Brasil, penta finalista do torneio. O currículo de Marcelo Oliveira nos últimos 6 anos são de dar inveja em qualquer treinador do Brasil. Mas, ao contrário do que seus resultados práticos mostram, a carreira do mineiro de Pedro Leopoldo parece estar em queda livre.

O sucesso de Marcelo começou com um bi vice-campeonato da Copa do Brasil, em 2011 e 2012, pelo ótimo time do Coritiba. Com ele no comando, o Coxa emplacou 24 vitórias consecutivas e bateu o recorde nacional no quesito.

O plantel contava com Éverton Ribeiro, Robinho e Rafinha, que brilhariam com a camisa do Cruzeiro,  Gil, falecido no acidente com o avião da Chapecoense, Tcheco, além de Lincoln, Júnior Urso e Leandro Donizete, destaques do Galo na história recente.

O futebol ofensivo e criativo de Marcelo Oliveira o credenciaram a alçar vôos maiores. Em 2013, ele assinaria com o Cruzeiro, maior rival do Atlético-MG, clube em que foi ídolo como jogador. Chegou com desconfiança, mas logo calou a boca da torcida celeste. O brilho de Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart proporcionaram um histórico bicampeonato brasileiro 2013-14, um campeonato mineiro e um vice da Copa do Brasil, que, em caso de título, garantiria a segunda tríplice coroa para a Raposa.

Em 2015, a primeira etapa do declínio de Marcelo. A diretoria celeste se desfez dos principais destaques das campanhas vitoriosas anteriores e o treinador se viu obrigado a improvisar com peças menos valiosas durante a Libertadores. A equipe chegou às quartas de final. Na primeira partida, vitória do Cruzeiro sobre o River, em pleno Monumental de Núñez. Entretanto, a derrota por 3 a 0 no Mineirão o fizeram ser demitido.

Deixando de lado toda a injustiça que envolve a demissão de Marcelo, a partir daí sua carreira viveu alguns altos e muitos baixos. O treinador foi contratado ao poderoso e rico Palmeiras e, após três vice-campeonatos, conquistou a Copa do Brasil. Mas, o futebol apresentado pela equipe era muito aquém daquele apresentado no Cruzeiro e o investimento feito era muito alto.

Após eliminação ainda na primeira fase da Libertadores 2016, Marcelo foi demitido. Para seu lugar, veio Cuca que, com o mesmo plantel, sagrou-se campeão brasileiro. Estava ali explícita a fragilidade do mineiro.

Ainda em 2016, prestigiado pelos títulos recentes, foi contratado pelo clube em que é ídolo, o Galo. Na equipe, Marcelo exerceu sua principal característica: um forte ataque. Entretanto, com claros descuidos defensivos, o Atlético oscilou no campeonato e terminou na quarta posição. A equipe teve o segundo melhor ataque, com 61 gols marcados e a incrível  quinta pior defesa, com 53 gols sofridos.

O técnico chegou, inclusive, a disputar outra final de Copa do Brasil. Mas, a derrota na primeira partida, em casa, para o Grêmio, culminou na sua demissão antes mesmo da partida de volta. Ali, as credenciais de técnico bicampeão brasileiro se transformaram em técnico ofensivo, mas irresponsável defensivamente.

Chegamos a 2017, com Marcelo Oliveira desempregado até meados de julho.  Assumiu o Coxa em condição confortável, 13º colocado, 4 pontos acima da zona de rebaixamento. O clube estava com 19 pontos e 42,2% de aproveitamento.

Sob seu comando, o Coritiba despencou. Novamente com defesa inconstante, mas com ataque pouco criativo, o Coxa foi perdendo posições rodada a rodada até, enfim, ser rebaixado do Campeonato Brasileiro. Com Marcelo Oliveira, o Coxa disputou 23 partidas, perdeu 11, empatou 6 e venceu apenas 5 partidas. Um aproveitamento de 30,43%.

Antes vitorioso, Marcelo Oliveira agora não parece ser mais técnico de primeiro escalão no cenário nacional. Seu futebol ofensivo, porém pouco criativo, foi presa fácil diante do não-futebol praticado em 2017, com defesas sólidas e ataques tímidos. Quando o treinador teve de se reinventar, não conseguiu.

Agora, resta a Série B para que ele consiga se reerguer. É possível, o Coritiba tem time para se sagrar campeão e o treinador já mostrou qualidades para ser campeão. Resta saber se ele conseguirá propor alternativas ao seu futebol.

José Eduardo

Grita, Torcedor: AQUI É GALO!

Muito se fala sobre times “incaíveis” e sobre salões repletos de taças e prêmios. Sobre isso eu tenho duas coisas a dizer, antes mesmo de falar o meu time.

Primeiro, todo time cai. É só ele ter o azar de arrumar uma diretoria incompetente ou uma torcida vacilante ou um plantel ineficaz. Ou até todas essas opções juntas de mais outras várias. Certo, ainda bem que existem times que não deram esse azar, não foram enfraquecidos como agremiação ou como empresa que são. Ótimo.

Agora, outra coisa. Quando você fica escrachando ou escancarando a coleção de premiações e vitórias do seu time e comparando com o seu rival é uma coisa. Faz parte da competição, do esporte, do amor à camisa e aquele rancorzinho que se nutre contra o rival, os rivais ou adversários em campo. Maravilhoso, parabéns.

Outra é vilipendiar o adversário, ficar puxando o saco de time de outros estados, de outros países, fazer pouco caso do próprio time enquanto faz ainda pior com o resto dos times de seu país.

Tem time que é amplamente odiado por esse ou aquele motivo. O Galo é odiado por se exaltar e ficar se achando. Vivem falando que detestam o meu time por isso. Que não é nada à altura do Cruzeiro e ainda sim se acha no direito de ser seu rival. Aí eu te pergunto: “E daí?” Aqui é Galo, oras. Somos galudos mesmo. Se você fosse o time do Toninho Cerezo, Dadá Maravilha, Reinaldo e tivesse feito o que o Galo fez como pioneiro em tantas coisas você seria maluco assim também. E se você não é, problema seu!

“Ahh mas o Galo não tem nem a metade das taças do Cruzeiro e mimimimi” Cara, se eu gostasse de taça eu torceria para o São Paulo ou para o Santos. Palmeiras também. Não para o Cruzeiro que é, por acaso, meio que um clone do Palmeiras e que, infelizmente muitas vezes, come sardinha e arrota caviar. Tá ok, torcidas criam vícios e manias por conta da história de seus times e contextos de cada época.

Concluindo. Você pode achar ou deixar de achar o que quiser, nada te impede e ninguém tá aqui pra te obrigar a nada. Só estou dizendo que pode falar asneiras à vontade como “Ronaldinho revelou o Galo” que eu vou, no máximo, achar incrível. Ou vou achar incrível sua ignorância futebolística ou seu senso de humor apurado. Calibrado num tipo de sarcasmo e cinismo que com certeza deve, de alguma forma, dar novos ares pro nosso futebol… ou não.

Enfim, o Galo Carijó, sim aquele que vencia tudo e todos e que serviu de base pro mascote do Atlético-MG e pra sua identidade. Aquele Galo ainda existe, em algum lugar, por debaixo desse amontoado de frustrações, incompetências e lampejos nefastos do destino. Coisas que fizeram tantas vezes o meu time ser chamado de Cavalo Paraguaio. Fazer o quê?

Ele ainda está lá, assim como o Trio Maldito ficou marcado na história do Galo. Que é só um pedacinho de uma história e de um dos vários times desse país. Estão lá, você não pode fingir que não estão. E se insistir em fingir por esse ou aquele motivo, ah, aí sim vou achar ótimo quando você levar uma esporada.

*Texto escrito pelo colaborador Fernando Cristino, atleticano fanático.

Por que torci para o Grêmio?

Desde minha primeira memória sobre o Grêmio, confesso que nunca fui simpático ao clube. Como cruzeirense morando em Brasília, foram várias vezes que pessoas confundiram os clubes azuis. Além disso, durante a década de 90, os clubes se encontraram em épocas importantes, como a final da Copa do Brasil 93 e a semifinal da Libertadores 97.

Mas o desgosto pelo tricolor gaúcho, de fato, veio na semifinal da Libertadores 2009, quando Maxi López, atacante gremista, foi acusado de racismo pelo volante Elicarlos, do Cruzeiro. Para piorar a situação, parte da torcida gaúcha comprou a briga e xingou nosso jogador na partida em Porto Alegre, tal qual fez com Aranha, do Santos, na Copa do Brasil 2014.

Apesar de todos estes motivos para desgostar do Grêmio, ontem me vi torcendo fortemente para o tricolor. Os motivos são vários. A começar pelo que representa um jogo de um clube gaúcho ser transmitido em TV aberta para todo o Brasil.

Em tempos de dualidade Flamengo e Corinthians na televisão, com Palmeiras e um ou outro carioca de coadjuvante, uma final entre um time do sul do país e um argentino ser transmitida no Amapá ou Roraima representam a importância do futebol brasileiro em seu conjunto e não por time A ou B.

O Grêmio representa a força dos excluídos. Uma vez que os jogos do Grêmio não são transmitidos nacionalmente, a difusão de informação à população impossibilita o aumento de torcedores. Desta forma, apenas em momentos de glórias, como a Libertadores, a marca Grêmio consegue chegar ao conhecimento de todo o país.

Concomitantemente a isso, existe o desequilíbrio de distribuição de renda de direitos de transmissão entre os clubes. Enquanto Flamengo e Corinthians recebem 170 milhões de reais da detentora dos direitos, Rede Globo, o Grêmio abocanha “apenas” 60 milhões¹. Quase um terço do que recebem os dois clubes de maior torcida.

É importante perceber que o desequilíbrio de renda não acompanha méritos dentro de campo. O Cruzeiro, por exemplo, bicampeão brasileiro e campeão da Copa do Brasil nos últimos 5 anos recebe os mesmos 60 milhões do Grêmio, enquanto o Flamengo ganhou apenas uma Copa do Brasil no período e chegou a um terceiro lugar no Brasileirão.

Ao analisar o que tais receitas podem representar, os clubes que possuem maior torcida e maior receita tendem a ganhar cada vez maior receita e privilégios e, desta forma, monopolizar os títulos a longo prazo.

A forma de se combater isso é justamente com vitórias dos “coadjuvantes”, em que a TV aberta se vê obrigada a transmitir seus jogos. E é por isso que, ontem, eu fui gremista. Pelo nosso futebol. Para difundir o Grêmio pelo Brasil, assim como foi com o Atlético-MG, em 2013 e 14, como foi com o Cruzeiro em 13, 14 e 17, como foi com o Sport em 2008 e o Inter, em 2006 e 2010. O futebol deve ser de todos.

Por fim, lembro do meu primo Alexandre. Se eu sou fanático pelo Cruzeiro, a influência é parte dele. A forma como ele torce me motiva a gostar ainda mais do meu próprio clube. Ele vibra, chora, grita, viaja para ver o clube. Já fui, inclusive, a Goiânia torcer para o Grêmio contra o Atlético-GO com ele.

Parabéns, tricolores! Foram anos de sofrimento para, enfim, gritar tri. O penta na Copa do Brasil, nós não deixamos barato. Espero conquistar o tri também!

Por José Eduardo

¹http://blogs.diariodepernambuco.com.br/esportes/2016/12/11/a-distribuicao-dos-milhoes-das-cotas-de-televisao-nas-series-a-e-b-de-2017/

Ao leitor: Sejamos bem-vindos de volta

Após quase dois anos de hiato, é com imenso prazer que podemos dizer: “estamos de volta”.

O Subindo a Linha começou como um projeto de amigos de faculdade de Jornalismo e Educação Física para falar sobre futebol e questões sociais. Em 2015, ano em que estivemos ativos, produzimos, discutimos, agregamos amigos de Ciência Política, Audiovisual e fomos construindo a identidade que temos hoje.

O tempo em que demos pausa na produção se deve, principalmente, à concentração na vida acadêmica. TCC’s, ocupações, candidatura a mestrado, estudos para concurso e matérias desgastantes, que fizeram com que deixássemos este projeto em segundo plano. Não poderia deixar de mandar o meu agradecimento à professora Márcia, minha mais amada mentora, doutora e encorajadora.

Hoje, quase todos nós estamos formados e prontos para a retomada do projeto, com muito mais fome do que antes. O conhecimento adquirido só nos deu mais coragem para lutar por justiça no futebol – e fora dele. Nesse hiato ocorreu um golpe e uma mudança no cenário político nacional. Delações, escândalos e falcatruas que nos fazem temer o futuro.

Não podemos ficar parado. Que seja no formato de blog esportivo, mas que trate das questões sociais que o Ilegítimo teima em ignorar ou reduzir. Sigamos juntos.

 

José Eduardo
Subindo a Linha

Por mais Pelés e menos Edsons Arantes

Zito domina a bola. Passa para Pepe. Ele dribla dois, manda para Pelé, que corta a marcação e faz mais um para o Santos. Enquanto isso, Valdemar Carabina, Zequinha e Chinesinho articulam para tentar virar a partida para o Palmeiras. Santos 2. Palmeiras 0.

Na minha infância, não tão distante, me lembro de olhar a escalação do Cruzeiro e querer um dia ser igual ao Dida. Mas com a habilidade do Palhinha ou Alex e a raça do Cris. Apelidos comuns, que passam batido hoje, se não percebermos que fazem parte somente da cultura brasileira.

Internacionalmente, o sobrenome é coisa séria. Messi, Rooney, Suárez, Beckham. Todos conhecidos pelo nome de sua família. Há aqueles, inclusive, homônimos e ninguém sabe quem é quem. Só com muito estudo, consegui diferenciar quem eram os equatorianos Caicedo, atacante, do Caicedo, meia, e o Caicedo, zagueiro. Ou os colombianos Valencia. E os franco-africanos Diarra.

Mas no Brasil, a cultura é diferente. Leve, lúdica, despojada e brincalhona. Cada pessoa é una, e carrega consigo sua própria história. Ricardo Izecson Leite é o Kaká, nome carinhoso, de família. Para nós, representa muito mais quem ele é que “Leite”.

E os apelidos são a maior prova dessa nossa familiaridade com o futebol. É ver na tevê um jogo do campeonato turco e dar de cara com Bobô ou Vágner Love e saber que são brasileiros. São como nós, próximos de nós.

Hoje, o futebol é mais próximo do mundo empresarial. Cifras de dinheiro, etiqueta e bons modos nas arquibancadas, agradecimentos aos céus e jogadores ricos e desumanizados. Aquele Santos de Pelé, hoje conta com Lucas Lima, Victor Ferraz, Gustavo Henrique, Jean Mota e Ricardo Oliveira. Nome e sobrenome. Quase executivos.

Os nomes, no final das contas, pouco importam. Se é Dentinho ou Bruno Bonfim ou Dida ou Nelson Silva, tanto faz. Mas o que estes novos nomes compostos, pomposos, internacionais representam é a distância entre o torcedor e o jogador, mero trabalhador cuja profissão é jogar bola. O futebol não é mais do povo.

Por isso, clamo: mais Pelés, menos Edson Arantes.

Série B 2017 registra menor número de gols na história dos pontos corridos

José Eduardo

Em meio a uma série de discussões sobre o nível do futebol brasileiro pós 7 a 1, com grau técnico baixo, desprezo pela posse de bola e abuso no número de cruzamentos, a Série B 2017 registrou mais um número negativo: o menor número de gols desde que o formato de pontos corridos foi implantado, em 2006.

Ao todo, foram 820 gols, muito abaixo da segunda menor marca, 894, registrada no ano passado. E a queda no número de gols vem acontecendo gradualmente com o passar dos anos. De 2006 a 2012, em todos os campeonatos, as redes foram balançadas mais de mil vezes. De 2013 a 2017, esta marca não foi alcançada nenhuma vez.

Há de se levar em contar, ainda, que em todos os anos, de 2013 a 2017, houve a presença de uma das 12 equipes mais poderosas do país, (Palmeiras, Vasco, Botafogo, Vasco e Internacional, respectivamente) e, mesmo com muito mais investimento que os adversários, os clubes não conseguiram transformar renda em soberania e gols.

De todos estes clubes, apenas o Palmeiras, em 2013, atingiu a marca de melhor ataque da competição e sagrou-se campeão, enquanto o Botafogo, em 2015, conquistou o título mas com a segunda melhor marca de gols, atrás do Santa Cruz. Os outros times citados sequer levantaram a taça ou mesmo foram os melhores marcadores.

A quantidade de jogos terminados em 0 x 0 também impressiona. Ao todo, foram 46 partidas sem gols no torneio, o que corresponde a mais de 1,2 partidas sem gols por rodada. Para efeitos de comparação, até o início da 36ª rodada da Série A 2017, foram contabilizados 26 0 x 0, uma média de 0,72 partidas sem gols por rodada.

Como reflexo do baixo número de gols, o América-MG registrou a melhor defesa da história da Série B nos pontos corridos, com 25 gols sofridos, e o Internacional também superou todas as marcas anteriores e agora detém a segunda melhor marca, com 26 tentos sofridos.

Os números também mostram uma grande redução no número de gols feitos pelos melhores tanto pelos melhores ataques, quanto pelos artilheiros do campeonato. Confira o desempenho, ano a ano, dos ataques da série B e as principais equipes artilheiras:

2006 – 1088 gols – Melhor ataque: Paulista, com 72 gols. Campeão, o Atlético-MG ficou em segundo no critério, com 70 gols. Artilheiro: Vanderlei (Gama), 21 gols.

2007 – 1097 gols – Melhor ataque: Vitória, com 68 gols. Artilheiro: Alessandro (Ipatinga), 25 gols.

2008 – 1069 gols – Melhor ataque: Corinthians, 79 gols. Artilheiro: Túlio Maravilha (Vila Nova), 24 gols.

2009 – 1056 gols – Melhor ataque: Atlético-GO, 73 gols. Campeão, o Vasco, ficou apenas em quarto no critério, com 58 gols. Artilheiros: Élton (Vasco), Marcelo Nicácio (Fortaleza) e Rafael Coelho (Figueirense), 17 gols.

2010 – 1047 gols – Melhor ataque: Coritiba, 69 gols. Artilheiro: Alessandro (Ipatinga), 21 gols.

2011 – 1012 gols – Melhor ataque: Portuguesa, com 82 gols. Artilheiro: Kieza (Náutico), 21 gols

2012 – 1055 gols – Melhor ataque: Criciúma, com 78 gols, 3 a mais que o campeão Goiás. Artilheiro: Zé Carlos (Criciúma), 27 gols.

2013 – 998 gols – Melhor ataque: Palmeiras, com 71 gols. Artilheiro: Bruno Rangel (Chapecoense), 31 gols.

2014 – 924 gols – Melhor ataque: Ponte Preta, com 61 gols. O Vasco terminou o campeonato em terceiro e apenas com o nono melhor ataque, com 50 gols. Artilheiro: Magno Alves (Ceará), 18 gols.

2015 – 925 gols – Melhor ataque: Santa Cruz, com 63 gols. Campeão, o Botafogo ficou em segundo no critério, com 3 gols a menos que o Tricolor do Arruda. Artilheiro: Zé Carlos (CRB), 19 gols.

2016 – 894 gols – Melhor ataque: Atlético-GO, com 60 gols. O Vasco terminou o campeonato em terceiro e com apenas o quarto melhor ataque, com 54 gols. Artilheiro: Bill (Ceará), 15 gols.

2017 – 820 gols – Melhor ataque: Londrina, com 56 gols. O Internacional terminou o campeonato em segundo e com o segundo melhor ataque, com 54 gols. Artilheiros: Bérgson (Paysandu) e Mazinho (Oeste), 16 gols.

A culpa é nossa

Por Lucas de Moraes

Em uma das coletivas de imprensa dessa semana, Dunga e Daniel Alves enumeraram alguns causadores do mau futebol apresentado pela seleção brasileira: pressão exagerada por parte da torcida, que está descontente com a atual situação de seu país (segundo o jogador e o técnico), resquícios do famigerado “7 a 1” e falta de identificação da torcida com alguns jogadores que construíram sua carreira fora do Brasil. Os dois só esqueceram os principais culpados pelos fracassos da seleção ocorridos nesses últimos anos: o técnico, a CBF e os jogadores.

Lembremos que, quando a seleção de 1982, conhecida como melhor Seleção Brasileira de todos os tempos, enfeitiçou todos com seu futebol encantador e com seu futebol arte, a ditadura militar ainda estava vigente no país e nem por isso sofreu com enorme pressão. Além do mais, não tinha como ficar insatisfeito com aquele time que estava jogando incrivelmente bem. Portanto, Daniel Alves, é melhor pensar em melhorar o futebol apresentado do que ficar citando os obstáculos existentes. Só pra lembrar, Daniel Alves é o único jogador do atual elenco que estava na ÚNICA derrota para a Venezuela na história da Seleção. Ah, e Dunga era o treinador.

“Essa conta não é nossa, mas estamos aqui e temos de pagá-la e tentar encontrar uma forma de solucionar isso.” Dunga na coletiva do dia 12 de Outubro.

Dunga, a culpa é de vocês também. Mesmo você não tendo participado da Copa do Mundo de 2014, passou por aqui antes e não ajudou muito. Alguns jogadores do seu atual elenco participaram daquele triste episódio, como, por exemplo, o Daniel Alves. Mas tudo bem, querem arrumar outros culpados, certo? A culpa é da imprensa que apenas visa resultados e esquece que é preciso sempre melhorar. A culpa é da CBF que acha que trazer um treinador que já obteve sucesso antigamente, seja como treinador ou jogador, vai dar certo. A culpa é dos brasileiros, que valorizaram os “bons” números da primeira experiência de Dunga como técnico. A culpa é dos times brasileiros, que não têm planejamento algum durante uma temporada e demitem e contratam treinadores quando estão afim. Todos temos culpa no fiasco da Amarelinha. Lembrem da culpa de todos mesmo, só não esqueçam de apontar o dedo para os principais culpados: vocês.