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Por um futebol mais justo?

Por Arthur de Souza

A mais nova pauta no futebol tem dado muito o que falar. O Brasil, representado pela sua entidade máxima, CBF, fez um pedido oficial a Internacional Board para fazer uso do vídeo durante as partidas. No primeiro momento, o pedido foi negado, mas depois que alguns países também fizeram pedidos oficiais, casos de EUA e Holanda, e outros demonstraram interesse, a entidade decidiu levar a frente a discussão e afirmou que, até o início de 2016, haverá uma definição sobre possíveis testes.

A grande polêmica que gira em torno de todo esse possível avanço, é que o futebol perderia a ‘graça’ e rodas de comentaristas do cotidiano, que ficam nos bares após cada rodada discutindo os lances que prejudicaram ou ajudaram o seu time, seriam cada dia mais extintas. Mas será que realmente essa tem que ser a grande preocupação de quem cuida da arbitragem?

Muitos foram os escândalos que rondaram os principais campeonatos disputados no Brasil. Como não lembrar a famosa máfia do apito, um dos, senão o maior acontecimento envolvendo arbitragem no país, – ajudando diretamente o Corinthians a ser campeão brasileiro -, que completou dez anos recentemente. Outros inúmeros exemplos podem ser citados, que prejudicaram diretamente grandes times do futebol brasileiro.

Claro que não se pode crucificar quem está ali para pôr ordem e colaborar para que as partidas ocorram com o mínimo de erros, afinal, são apenas seres humanos que estão sempre passíveis a erros.

Nova eterna promessa

Por Lucas de Moraes

Certo dia, fui procurar notícias em um portal. Fui dar uma olhada na parte de esportes. Até aí, tudo normal. Falavam sobre os confrontos no campeonato nacional, disputas nos campeonatos europeus, um pouco de UFC, entre outros assuntos. Até aí, tudo normal. Até que vejo uma notícia falando de um drible de um goleiro alemão. A manchete? ““Novo Neuer” dá caneta humilhante”. Paro e penso que já vi várias notícias falando de algum novo Cristiano Ronaldo, ou algum novo Messi, ou quem sabe um novo Ronaldinho Gaúcho.

 

A pressão colocada nessas promessas pela mídia e pelo próprio meio futebolístico (clubes, jogadores, torcedores, entre outros) é exagerada. Características boas desses jovens jogadores são exacerbadas para compará-los com grandes nomes da história do futebol mundial. Um exemplo de jovem jogador muito pressionado por seu futebol mostrado que me veio à cabeça agora foi o norueguês Martin Odegaard de 16 anos. Foi contratado pelo Real no começo deste ano e teve pouquíssimo espaço no elenco principal. Sua formação na categoria de base era indispensável, mas, pelo jeito, o menino não jogará mais por times juniores. Mesmo que seu futebol (algo que não acredito) permita participar de equipes da categoria principal, a maturidade decorrente desse processo é fundamental.

 

Quando virmos jogadores juniores e juvenis jogando, esqueçamos os grandes jogadores que vimos jogar. Para o bem do futebol, não os comparemos com jogadores já consagrados, pois não queremos ver mais histórias como a do Jean Chera, Lulinha, Freddy Adu, Defederico, Drenthe, Kerlon, Ben Arfa, Aquilani, Lenny, Keirrison, Tiago Luís, Morais, Renan Oliveira, Ciro e muitos outros que não corresponderam à expectativa criada.

Sentidos do torcer

Por Vinicius Prado Januzzi

Cenário 1: Semana passada (16/09), o Flamengo veio até Brasília enfrentar o Coritiba. 2×0 para os Coxas com pouca ou nenhuma ameaça por parte dos rubro-negros. O cenário anterior à partida era dos melhores. Casa cheia, com quase 70 mil ingressos vendidos antecipadamente, renda garantida, seis vitórias consecutivas. Era um jogo para golear, no mínimo, fora o baile. Eis que, então, diante de uma atuação ruim de boa parte dos jogadores, grande parte da torcida escolheu vaiar. Vaiar.

Cenário 2: Volte pouco mais de um ano atrás. Dia 12 de julho de 2014, partida de estreia do Brasil na Copa do Mundo. Contra a Croácia, vitória apertada, feia, fruto da atuação impecável do árbitro e de golpes de sorte para o nosso lado e de azar para a equipe adversária fraca. Para incentivar a VerdeEAmarelo, o que os torcedores cantavam? Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor. Repetidas e repetidas vezes, até o cérebro se programar em modo automático e o canto soar involuntário. Para complementar o nuclear grito de guerra, olas para empurrar os atletas brasileiros. Claro, vitória garantida, graças à torcida Canarinho. Orgulho dessa pá(t)ria.


Com exceção das organizadas e de meia dúzia de gatos pingados que se con(torcem) atualmente pelo time, no Brasil não se incentiva, aplaude-se. Jogos de futebol são como shows, nos quais as plateias sorriem e agradecem os momentos de impacto de seus artistas, fazendo cara feia para as falhas técnicas, para atrasos e para apresentações comuns. O torcedor é, na verdade, um fã. A partida precisa ser fotografa, filmada e registrada. Os jogadores estão ali para autógrafos, para as palmas, para gritos sem nexo e para as vaias.

O bom das vaias é que elas não exigem muito. Você não acompanha o seu time, não sabe muito o que acontece politicamente nos clubes, vê uma ou outra notícia. Sabe bulhufas de nada. Aí o time joga mal, por muitos os motivos possíveis, e então se vaia. Usa-se essa articulação entre cordas vocais e algumas sinapses cerebrais e, voilà, tem-se um bela (e divertida) apresentação sonora.

Não quero aqui defender que o estádio deva ser território exclusivo das torcidas organizadas. Que deva ser palco restrito somente para quem torce. Queiramos ou não, gostemos ou não, no entanto, sem elas, os jogos seriam marchas fúnebres. Diferentemente de outros países, como em alguns europeus e em quase toda a América do Sul, a torcida brasileira é silenciosa e reativa. Reage ao que o time em campo oferece naquele momento, esquecendo-se de todo o resto. Em anos recentes, com a política de inclusão desenfreada de elites econômicas nos estádios e a política conjugada de exclusão de camadas mais populares e mais acostumadas a se esgoelar por suas equipes, o cenário se complicou ainda mais. Eu soou brasileeeiro, com muito orguuulho, com muiiito amor. Mais vergonha alheia, só mesmo uma selfie com o Eduardo Cunha no Mané Garrincha ou na Câmara dos Deputados.

Eis que, então, para melhorar as condições normais de temperatura e pressão, ouvem-se burburinhos aqui e acolá em prol de torcidas únicas nos estádios. O argumento é patético. Brigas entre torcidas raramente acontecem nas arquibancadas e são marcadas previamente; proibir que ambas as agremiações organizadas possam torcer é iniciativa de quem conhece muito pouco o futebol. Ou, pelo contrário, de quem conhece muito e, por isso, quer higienizá-lo e torná-lo acessível e comercializável. Seeeenta!

Na contramão disso, enquanto o futebol ainda sofre com essa elitização sanguinária e enquanto a reação está sendo articulada, peço um pequeno favor. À partida, levem apenas o coração, a camisa de seus clubes e o grito. Esqueçam o wi-fi, os ângulos bons para o insta, a cobertura que impede a chuva de cair na cara. Esqueçam os instantes de silêncio, as palmas, as vaias. Levem somente a alma e a vontade de fazer daquelas duas horas as derradeiras de sua vida. As fotos, todo mundo vê depois, já sem voz, mas com o sorriso no rosto e a alegria de quem se arrepia pelo time.

Mano é o cara!

Rafael Mota-Brasília-20 de setembro de 2015

Desde que foi anunciado como técnico da equipe do Cruzeiro no dia 1o de Setembro , Mano comandou a equipe em 5 partidas , com 2 vitórias , 2 empates e 1 derrota . O começo é bom mas podia ser melhor em termos de resultados . O que tranquiliza a torcida é o melhor desempenho do time, que melhorou muito desde a chegada do treinador. Além de melhorar o time, Mano ainda conseguiu recuperar jogadores esquecidos por seu antecessor, Vanderlei Luxemburgo, e que estão se mostrando essenciais para o time, como Willian e Alisson.

De cara o treinador já mostrou que o time não é tão ruim quanto parecia e que conseguirá livrar o time do rebaixamento. Vale lembrar que essa mesma equipe do Cruzeiro conseguiu chegar as quartas de final da Libertadores e foi eliminada pelo futuro campeão River Plate.

Mano se notabilizou em sua carreira por pegar times em situações adversas e leva-los bem longe. A primeira arrancada do treinador foi com o Grêmio. Mano assumiu a equipe na série B em 2005 vencendo a competição e a batalha dos aflitos no último jogo. No ano seguinte, levou o Grêmio à Libertadores, chegando em 3o lugar do Campeonato Brasileiro, e, de brinde, ainda venceu o Campeonato Gaúcho. Foi bicampeão gaúcho e levou o tricolor gaúcho a final da Libertadores , perdendo a decisão para o Boca Juniors no ano de 2007.

A outra grande arrancada de Mano começou ainda em 2007, quando o treinador deixou o Grêmio para assumir o então rebaixado Corinthians. Nos mesmos moldes de seu trabalho anterior, o treinador levou a equipe ao título da série B e ao vice campeonato da Copa do Brasil em 2008. Com o reforço de Ronaldo Fenômeno, conseguiu os títulos da Copa do Brasil e do paulistão em 2009. Na Libertadores de 2010 a fez uma boa primeira fase com a equipe paulista mas foi eliminada pelo Flamengo nas oitavas de final. No meio do ano de 2010, com a demissão de Dunga do comando da Seleção Brasileira, Mano foi contratado como novo treinador da seleção, deixando o Corinthians com a base que viria ser diversas vezes campeã.

Mano ainda não fez um bom trabalho desde sua saída da seleção. Na equipe nacional o treinador foi injustamente demitido em seu melhor momento, quando finalmente tinha achado a equipe ideal. Depois assumiu o Flamengo e pediu demissão por acreditar que não conseguia passar sua filosofia de jogo para seus comandados, meses depois o time carioca venceria a Copa do Brasil com o interino Jayme de Almeida. Para tentar se reerguer voltou ao Corinthians. Levou a equipe paulista ao quarto lugar do brasileirão e à Libertadores, mesmo assim não teve seu contrato renovado.

Depois da absurda demissão de Marcelo Oliveira e do desastroso retorno de Vanderlei Luxemburgo, a contratação de Mano é um acerto da diretoria cruzeirense. Mano assume uma equipe do jeito que gosta, com meio caminho andado e querendo mostrar serviço. A situação do Cruzeiro é bem melhor do que eram a de Grêmio e Corinthians quando Mano os assumiu. A arrancada não precisará ser tão grande, basta manter o time na série A e se preparar para um 2016 melhor. Isso Mano sabe fazer como ninguém.

 

 

 

 

Jogos às 11h: + Renda – Rendimento

Por Arthur de Souza

Neste domingo, acontecerá o primeiro clássico regional no novo horário de jogos do Brasileirão. O jogo em questão é Corinthians x Santos, mas as discussões não estão apenas no que pode mais um grande jogo, mas também nas condições climáticas no decorrer da partida. Estima-se que a temperatura, no momento do apito inicial (11h), estará acima dos 30 graus e que a umidade do ar estaria em 31%, abaixo daquilo que é considerado ideal.

Este então, não seria o primeiro jogo em que as condições não estariam aceitáveis. Vale lembrar que na partida Palmeiras x Flamengo, realizada no Allianz Parque e também jogada às 11h, o lateral direito e capitão do verdão Lucas, passou mal e teve que ser substituído no intervalo. Além dele, outros dois atletas da mesma equipe também não se sentiram bem durante o confronto, porém conseguiram se manter em campo.

Existem alguns argumentos que podem ser usados a favor dos jogos matinais, como maior público nos estádios e consequentemente o aumento de renda para os clubes, seja com ingressos seja com pay-per-view, além da volta para casa dos torcedores em um horário considerado tranquilo. Por outro lado, a logística dos nutricionistas e fisiologistas que cuidam dos atletas precisa mudar de maneira brusca, para adequá-los a essa matinê.

A verdade é que não podemos considerar apenas o lado financeiro dos clubes ou o da torcida, que apoia em sua grande maioria o horário. É preciso enxergar que dentro do campo, estão aqueles que dão o espetáculo para todos que assistem e se algo não for feito rapidamente, pode acontecer algo mais grave, além de um simples “passar mal”.

Sul-Minas-Rio: O fio de esperança para o futebol brasileiro

José Eduardo

Em meio a tantas controvérsias, falcatruas, desonestidades, desvios de verba e conduta e muitas outras falhas na CBF e nas direções de clubes e federações, surge a Sul-Minas-Rio, liga interestadual que almeja um campeonato atraente ao torcedor e retira o poder dos velhos manda-chuvas do futebol.

Apesar da atratividade para o torcedor, o Sul-Minas-Rio vai muito além de um simples torneio. A importância deste é fazer com que os clubes voltem a deter o poder do futebol.

Desde a extinção do Clube dos 13, o futebol se tornou mercadoria das Federações, da CBF e, principalmente, da Globo. Com o alto valor que a rede de televisão paga aos clubes pelos direitos de transmissão de suas partidas, além, inclusive, dos patrocínios em suas camisas, os clubes se tornaram refém dos horários dos jogos e seu calendário de jogos. Exemplo disso é o alto número de jogos nos desinteressantes campeonatos estaduais, desgastando jogadores e impedindo descanso durante o ano, inclusive em datas FIFA, onde as seleções nacionais jogam no mesmo dia que os clubes do Brasileirão.

Portanto, a estratégia é mostrar tanto para a Globo quanto para a CBF que os clubes são maiores que estas instituições. Porque enquanto estão acontecendo os estaduais, a bola também pela Sul-Minas-Rio, o que quer dizer que veremos times reservas, às vezes juniores em campo pelos grandes clubes nos estaduais. Outro ponto é que a transmissão do torneio interestadual será negociado com outras emissoras, retirando o poder definitivamente da Globo.

Mas nem tudo são flores. Há dois riscos para o futebol brasileiro com a criação desta liga. O primeiro seria o preterimento destes clubes em relação aos filiados estritamente aos campeonatos estaduais por parte tanto da CBF quanto por seus tribunais. O que quer dizer que possam acontecer denúncias e resultados, no mínimo, extravagantes no STJD prejudicando tais equipes, como punições desproporcionais a jogadores.

Outro problema é entregar o poder a um grupo tão seleto de clubes, o que nos faz lembrar diretamente do Clube dos 13. O caso mais clássico da interferência do Clube dos 13, entidade que aglomerava os times mais poderosos do Brasil, foi a final da Copa União de 1987, em que em um campeonato confuso, a entidade recomendou que o Flamengo não entrasse em campo para a disputa contra o Sport. Desta forma, os clubes do Clube dos 13 proclamaram o Flamengo campeão brasileiro, enquanto a CBF proclamou o Sport. Entretanto, em 2007, com o pentacampeonato brasileiro pelo São Paulo, a questão voltou à tona quando o tricolor paulista se autoproclamou o primeiro pentacampeão brasileiro, obviamente, com apoio do Sport. A CBF mantém o título para o Sport e, agora, o Flamengo advoga sozinho em causa própria.

É interessante aguardar a Copa Sul-Minas-Rio sair do papel, mas tirar o poder da Globo, detentora de quase todos os torneios mais importantes do Brasil, favorecendo a trasmissão desigual de jogos e dinheiro a certos clubes, e da CBF, com seus tribunais e calendários esdrúxulos já é um avanço.

Futebol brasileiro: onde tudo pode

Por Lucas de Moraes

No dia 03 de Maio de 2015, o árbitro Guilherme Ceretta expulsou os jogadores Dudu e Geuvânio na final do campeonato Paulista. Os dois jogadores se agarraram antes da cobrança de uma falta e Ceretta interpretou como agressão e mostrou o cartão vermelho para os dois atletas. O juiz se equivocou um pouco, pois não houve agressão. Apesar disso, o que aconteceu depois da expulsão, foi inaceitável. Dudu, que é conhecido por perder facilmente a cabeça, partiu pra cima dele e o agrediu fisicamente. Além disso, xingou muito o “homem da lei”. O jogador do Palmeiras saiu chorando de campo.

 

O jogador palmeirense foi julgado no dia 18 de Maio pelo TJD e recebeu como punição uma suspensão de 180 dias sem disputar partidas de futebol. Após recursos, Dudu conseguiu diminuir sua pena de 180 dias para seis partidas. Sim, SEIS partidas. Ceretta se pronunciou sobre o caso por meio de um comunicado. Nele, o juiz paulista fala sobre o jeitinho brasileiro e afirma que essa redução de pena é um reflexo do trágico 7 a 1. Concordamos contigo.


Após a arbitragem desastrosa de Marcelo de Lima Henrique no jogo válido pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2015 entre Atlético Mineiro e Atlético Paranense, Alexandre Kalil, ex-presidente do Galo, atacou a arbitragem pelo Twitter. Chamou Marcelo de vagabundo e ladrão. Apesar de todos os erros que aconteceram na partida, Kalil passou dos limites e desrespeitou o árbitro. O juiz carioca vai processar o ex-dirigente atleticano.


Emerson Sheik, personagem folclórico do futebol brasileiro, recebeu a suspensão de um jogo após ofensas a Wilton Pereira Sampaio no intervalo da partida válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil contra o Vasco. Apenas UM jogo. Vale lembrar que Emerson é reincidente, levando em conta seus diversos exageros em declarações. O Flamengo, equipe pelo qual Sheik joga, conseguiu um efeito suspensivo liberando o jogador para o jogo de hoje a noite contra o Cruzeiro.


Desta maneira, mesmo com tantas polêmicas e equívocos, é necessário respeitar um pouco mais a arbitragem brasileira, para que ela possa tentar melhorar seu desempenho. Lembremos também que falta de respeito e qualquer tipo de agressão não são justificados por erros de algum juiz. Os árbitros brasileiros precisam melhorar muito, assim como outro setor ligado ao futebol: os tribunais. Infelizmente, como sabemos, o futebol também tem muitos problemas assim como o país em que vivemos.

 

Obs.: Não defendo a arbitragem (seus erros têm decidido resultados de algumas partidas). Apenas peço que respeitem os seres humanos que apitam os jogos.