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Aqui é sofrido sim

Lucas de Moraes

Era o dia 24 de julho de 2015. Comemorei meu aniversário no dia 16 desse mesmo mês, mas faltava um presente: um titulo da Libertadores. Mas essa história começou muito antes. O ano de 2012 foi inesquecível. Depois de cair e continuar brigando para não cair nos campeonatos seguintes, o Galo montou um bom time e terminou com o vice-campeonato do Brasileirão. Já foi um êxtase, pois era a primeira vez que eu iria acompanhar meu amado time na maior competição da América do Sul, visto que, infelizmente, só me apaixonei pelo futebol em 2007. E mais ainda por aquele time chamado Atlético Mineiro. Ele voltava pro lugar do qual nunca deveria ter saído: a primeira divisão.

Naquela minha primeira Libertadores, existia um entusiasmo imenso. Não queria perder um jogo sequer. Vi o time jogar muito bem e se classificar facilmente num grupo com o São Paulo, Arsenal de Sarandí e The Strongest. Mesmo assim, fiquei um pouco decepcionado com a derrota para o time paulista no último jogo da primeira fase. Já não dava pra terminar a competição invicto.  Um momento para lembrar foi o gol que começou com a esperteza de Marcos Rocha na batida de lateral  ao lançar para o R10, que bebeu um pouco da agua de Ceni e ficou por lá desmarcado. Quando recebeu a bola, correu para linha de fundo e jogou para o Jô fazer o gol.

Antes de começar o mata-mata, achava que seria fácil, pois o time se saiu muito bem no grupo. Classificou-se na primeira colocação geral com aproveitamento de 83%. E o pior segundo colocado geral foi o tricolor paulista. Foi o confronto mais tranquilo dessa fase final, já que o Galo conseguiu vencer dentro da casa do adversário. Não desmereço o tricampeão mundial, mas aquele ano era do galo mesmo. Foi um show do Ronaldinho Gaúcho com participação especial de Jô. Nesse confronto das oitavas, o que me marcou nesse jogo de volta foi o drible espetacular do craque do alvinegro mineiro em cima do Douglas, que acabou trombando com seu companheiro Wellington.

Chegamos às quartas. Eu não conhecia o Tijuana e esperava que fosse fácil passar por eles. Lá no México, a maior dificuldade do time foi jogar em um campo sintético. Jogo muito difícil com o Luan (sim, ele mesmo, o menino maluquinho, um dos personagens principais da Copa do Brasil de 2014) empatando o jogo no finzinho. Dois a dois no placar e o jogo seria desempatado no Independência, mais conhecido como Horto. Animado com o jogo, falei com meu pai para irmos de carro para Belo Horizonte, pois eu precisava presenciar esse jogo na arquibancada. Era um sonho meu. Eu tinha ido ao velho Indepa quando era pequeno e nem lembrava como era. Guardo o ingresso desse jogo como se fosse uma barra de ouro. Os valores se equivalem, apesar da barra de ouro ter imenso valor material e esse ingresso, gigantesco valor sentimental pelo menos para mim. Victor salvou o time no pênalti batido por Riascos aos 47 minutos do segundo tempo.

Acho necessário fazer uma breve pausa para contar um causo que eu acho, no mínimo, interessante. Quando o lançamento de Arce foi feito e Marquez resvalou de cabeça, eu já senti um desconforto. Leonardo Silva estava muito atrasado no lance e a bola chegaria na área para Aguilar finalizar. Cenário perfeito para um gol que derrubaria o alvinegro mineiro naquela competição em que o time estava jogando muito bem. Sorte (achava que era azar, mas depois que acabou o jogo, percebi que estava enganado) que o zagueiro do Atlético Mineiro com a camisa número três derrubou o zagueiro do Tijuana. Todos olharam para o árbitro que apenas apitou marcando a penalidade. Na hora, eu fiquei em silêncio. O desespero da torcida foi geral. E eu pensei: “por que eu vim para BH ver esse jogo? Logo quando venho ver, meu time perde e é eliminado”. Enquanto eu xingava o mundo inteiro, um baiano que estava com uma camisa rosa e estava sentado atrás de mim e de minha família (meu pai e minha irmã) calmamente falou que o melhor jogador do time deles bateria no meio do gol e nosso goleiro pegaria. Eu pensei que não era possível. A penalidade é um modo muito fácil de fazer gol e o goleiro tem muita desvantagem nessas horas. Riascos correu para bater e o final todo mundo já sabe.

Agora era a semifinal contra o Newells Old Boys. Fora de casa mais uma vez, o alvinegro mineiro sofreu e acabou perdendo de 2 a 0. Era muito difícil reverter, mas eu não queria acreditar que o sofrimento que tinha passado nas quartas não serviria para nada. O jogo de volta foi muito sofrido, mas conseguimos fazer os dois gols. Lembro que foi difícil acompanhar o jogo, pois tive um aniversário e naquele estabelecimento tinha uma pequena televisão. Consegui que colocassem no jogo, pois, além de mim, havia mais três atleticanos. Vimos as cobranças de pênaltis sofrendo com as zoações de amigos que torciam para outros times. Os erros de Richarlyson e Jô fizeram parecer que o time cairia ali. Mas o time argentino também errou para nossa alegria. O último a bater foi aquele que fica muito nervoso quando está numa batida seja ela de falta, escanteio ou pênalti: Ronaldinho Gaúcho. Ele eu sabia que não erraria. A bola entrou e foi a vez do último jogador do time adversário: Maxi Rodríguez, melhor jogador daquele time. Victor apareceu mais uma vez e lá estava eu abraçando três atleticanos comemorando muito a vaga na final.

Agora era a final. Primeiro jogo e, novamente, derrota de 2 a 0. Não me preocupei tanto, pois já percebi que era um placar reversível. Além do mais, eu já tinha percebido que tava escrito que aquele título era nosso. O dia do jogo de volta parecia interminável. O tempo não passava e a hora do jogo não chegava. Quando chegou, foi uma descarga de emoções. O momento mais marcante do jogo foi quando El Tanque passou por Victor e preparou-se para bater. Quando ajeitou o corpo, escorregou. Não era algo que eu pudesse compreender. Era o atacante e o gol e ele não conseguiu chutar para botar a bola na rede. Acho que concordo com Alexandre Kalil. Devia ser o pai dele, Elias Kalil, puxando o pé do jogador para que a taça ficasse no Mineirão mesmo. Depois da cabeçada de Leo Silva para fazer o segundo gol, do sufoco nos pênaltis e do Victor nos salvando mais uma vez, veio a tão esperada conquista.

Meu pai fica indignado quando pensa que demorou 62 anos para ver seu time conquistar um campeonato tão importante assim, pois, seu filho, com apenas 18 anos, ganhou de presente de aniversário a Copa Libertadores da América de 2013.

Obs.: o baiano que foi citado no meu texto nem era torcedor do Atlético Mineiro mesmo. Naquele dia, contou que estava na capital de Minas Gerais apenas há umas três semanas e torcia para o Bahia. Mas ele decidiu apoiar um time daquela cidade e escolheu o meu time de coração.

Um Corinthians com cara de Corinthians

Pedro Abelin

Meu pai, corinthiano roxo, costuma dizer que sente falta “daquele Corinthians”. Todos que têm pais que gostam de futebol já ouviram algo parecido. “Na minha época, o futebol era muito mais bonito”; “Sou do tempo em que a seleção brasileira tinha craques de verdade; “Nixon? Não joga 10% do Zico”. Embora essas frases estejam recheadas de muito saudosismo, e diversas vezes sejam pautadas por comparações anacrônicas, elas têm seu fundo de verdade. No caso do meu pai, sou obrigado a dizer que seu sentimento tem bastante fundamento.

“Aquele Corinthians” que meu pai tanto fala, não tem período muito bem definido. Mas segundo meu velho, era o time que jogava pra frente, pressionava o adversário do início ao fim, em algumas de forma até imprudente. “Tomava 2, mas fazia 5”, diz ele. Por essa descrição, acredito que ele possa estar se referindo ao esquadrão bi campeão brasileiro de Marcelinho Carioca e cia, ou mesmo ao histórico time da Democracia Corinthiana, equipes famosas por sua vocação ofensiva e futebol bonito. O fato é que independente da qualidade e ofensividade de suas equipes, muitos torcedores corinthianos sentem falta de um Corinthians mais passional.

A importantíssima vitória sobre o Atlético Mineiro na rodada passada colocou de vez o Corinthians na briga pelo título brasileiro. A equipe mineira, contudo, jogou melhor do que o Corinthians. Teve diversas chances de gol, e obrigou os comandados de Tite a passar praticamente toda a segunda etapa no seu campo de defesa. Entretanto, se engana quem acredita que o Corinthians não mereceu a vitória, afinal de contas, o time corinthiano superou uma equipe melhor, e contou com mais uma apresentação perfeita de seu sistema defensivo – já são 5 jogos em que a defesa corinthiana não é vazada. E por incrível que pareça, essa apresentação deu indícios fortes de que Tite está remontando uma equipe competitiva. Estão lá os ingredientes que o corinthiano se acostumou a ver nos últimos anos: vitória magra, defesa sólida e equipe cerebral. Tudo que meu pai critica, mas é inegável que foi com essa fórmula que o Corinthians conseguiu muito sucesso nos últimos anos, mais especificamente no Brasileirão de 2011. Por mais que a vontade de voltar a ver um Corinthians forte e ofensivo seja sempre uma ideia atrativa no imaginário corinthiano, é necessário admitir que o DNA – extremamente vencedor – do Corinthians nos últimos anos é de um time eficiente, cerebral, e que não apresenta o menor constrangimento em se defender excessivamente para conseguir o resultado.

Depois de passar um ano sem treinar nenhuma equipe, Tite estudou e se renovou. No seu retorno ao Parque São Jorge, o treinador gaúcho tentou colocar em prática uma nova mentalidade de esquema de jogo, mais ofensiva e vistosa, e que deu certo por um breve período. No entanto, parece que um saudoso conservadorismo devolve o Corinthians para o caminho mais familiar. Dessa forma, não deveremos voltar a ver tão cedo “aquele Corinthians” passional que tanto fez meu pai feliz, mas é fato que estamos presenciando a reconstrução de uma equipe competitiva, segura e com a cara do Corinthians dos últimos anos. E essa cara, gostemos ou não, coloca o Corinthians na briga pelo título brasileiro.

A luta é mesmo pelo título?

18062015

Lucas de Moraes Oliveira

O Atlético de Levir Culpi vai em busca do primeiro campeonato nacional desde 71 no Campeonato Brasileiro de 2015. Em comparação à melhor campanha do alvinegro mineiro no Brasileirão de pontos corridos (terminou em segundo lugar em 2012), é possível perceber que o Galo tem um elenco melhor esse ano, apesar de não ter um quarteto ofensivo tão qualificado.

Em 2012, Ronaldinho Gaúcho, Bernard, Diego Tardelli e Jô eram os responsáveis pela criação e conclusão de jogadas. Já esse ano, Levir ainda não definiu um ataque titular, tendo em vista que ele tem trocado Thiago Ribeiro, Maicosuel, Carlos e Giovanni Augusto constantemente. Os únicos que permanecem garantidos são Dátolo (jogando como um segundo volante, mas, claramente, tendo uma função muito mais ofensiva do que defensiva), Luan (fora da equipe por enquanto por causa de um estiramento muscular na coxa) e Lucas Pratto. Só não dá pra entender o porquê de Dátolo continuar intocável se não vem atuando em bom nível.

Após sete rodadas, o Galo mostrou que terá que resolver alguns problemas se quiser tentar o bicampeonato. O time tem sofrido muitos gols, o que talvez seja efeito do esquema tático com um volante. Outro problema é a falta de regularidade dos seus meia-atacantes. Thiago Ribeiro, Carlos, Maicosuel e Giovanni Augusto têm falhado em alguns jogos. Patric tem deixado muito a desejar na lateral direita com seus cruzamentos ruins e suas falhas na defesa.

O que seria o ponte forte da equipe, o estádio Independência, não serviu de nada nos últimos dois jogos (uma derrota para o Cruzeiro e um empate contra o Santos). O clássico mineiro foi decidido por dois erros. Patric perdeu a bola para Gabriel Xavier e o resultado foi a virada da Raposa. Alguns minutos após a virada, Giovanni Augusto vacilou e Marquinhos fez um golaço. Contra o Peixe, mais duas falhas. No gol de Ricardo Oliveira, Leonardo Silva ficou sozinho com o atacante e vacilou. No gol de Gabriel, Giovanni Augusto e Patric (sim, mais uma vez) não se entenderam e deixaram Victor Ferraz sozinho para cruzar para a finalização de Gabigol.

Agora vem um clássico pela frente no Maracanã contra o Flamengo. Um grande desafio para o Galo tentar se reerguer no Campeonato Brasileiro. Esperamos que o Levir perceba que o Dátolo não está em uma boa fase e opte por um outro armador ou por Guilherme, que estava numa ótima fase antes de se machucar duas vezes esse ano.

Guia do Brasileirão Subindo a Linha – Parte 4

José Eduardo

Corinthians
Tite
(Tite vai ter trabalho difícil para remontar o time)

Ponto forte: Defesa
Ponto fraco: Ataque
Fique de olho: Malcom
Time base: Cássio, Fagner, Gil, Felipe (Edu Dracena), Fábio Santos, Ralf (Bruno Henrique), Elias, Renato Augusto, Jadson, Mendoza (Malcom), Vagner Love (Romero)

O sonho do corintiano durou pouco. Melhor time do Brasil no início, o Timão sofreu baixas irreparáveis e sofre para manter os craques que faltam.

A justificativa é simples: acabou o dinheiro. A conta dos gastos exorbitantes que o time fez para construir e manter o estádio e para fazer um time competitivo chegou. O dinheiro investido em Pato, Guerrero, Tite e outros faz falta agora.

Os heróis do glorioso ano de 2012 já foram embora, juntos, para o Flamengo. Ralf e Elias também podem sair.

Mas o Corinthians continua com três trunfos. O primeiro, o fator casa. O corintiano soube transformar Itaquera em sua casa. Tirar pontos do Timão lá será quase impossível.

O segundo trunfo é a zaga. Mantida a base desde 2011, mesmo com a troca de Alessandro e Paulo André por Fagner e Felipe, respectivamente, o time continuou com a mesma solidez e o mesmo espírito de jogo. E a dupla de volantes Ralf e Elias se conhecem muito bem e ainda apoiam o ataque. Fazer gols no Corinthians será quase impossível.

Por fim, no banco de reservas está Tite. Talvez o maior conhecedor dos meandros do clube, Tite teve um ano sabático, aprendeu, estudou, e vem ainda melhor para voltar a dar glórias ao Timão.

O ponto fraco é o ataque. O desmanche que tirou Sheik e Guerrero deixou Mendoza, Malcom, Vagner Love e Romero. À exceção dos dois primeiros, o ataque é mediano para ruim. Vagner Love não é mais o mesmo, lento e impreciso. E Romero é ainda mais impreciso.

Se mantiver Malcom, joia da base, o Corinthians pode fazer seus golzinhos. Mas deve desfalcar o Timão por mais algumas semanas, porque está no mundial sub-20. Mendoza é rápido e tático. Um bom ponta.

Se não vender ninguém, poucos gols, vitórias por 1 a 0 e jogos sonolentos serão, novamente, a tônica do Corinthians. Se vender, poucos gols e derrotas.

Aproveitando a fragilidade dos outros clubes, por enquanto, ficaria em um quinto lugar, torcendo para o Internacional vencer a Libertadores para abrir uma vaga na competição sulamericana.

Palpite: BRIGA PELA LIBERTADORES

Palmeiras

(A torcida abraçou o time)

Ponto forte: Dinheiro
Ponto fraco: Retrospecto
Fique de olho: Dudu
Time base: Fernando Prass, Lucas, Victor Ramos (Jackson), Vitor Hugo (Tobio), Egídio (Zé Roberto), Gabriel (Amaral), Arouca (Robinho), Zé Roberto (Cleiton Xavier), Dudu (Valdívia), Rafael Marques (Leandro Pereira), Kelvin (Alecsandro)

Incrível o que a diretoria alviverde fez neste início de ano. Foram nada mais, nada menos que 22 jogadores contratados. Dois times completos.

Reflexo disso é a dúvida de qual será o time titular do Palmeiras com a chegada de Marcelo Oliveira, que vem substituir o recém-demitido, Oswaldo de Oliveira

No início do ano, as expectativas não poderiam ser melhores. Ótimos jogadores, contratações atravessando os rivais, como o caso de Dudu, dirigente e técnico bicampeões brasileiros.

Mas o que se viu em campo com Oswaldo foi o oposto. O time não entrosou e a torcida, nervosa, espera pelos resultados. A defesa ainda comete erros bobos. O ataque não produz. O meio-campo não fornece jogadas para os homens de frente.

Com a chegada de Marcelo, o time volta a figurar entre os favoritos. A sintonia com Alexandre Mattos já deu resultado. O desafio do treinador é mostrar para a torcida palmeirense que é possível ser campeão. O palestrino mais otimista está cansado de fazer boas campanhas e morrer na praia. Ou pior, lutar contra o rebaixamento.

A torcida já abraçou o clube. A média de público é a mais alta do futebol brasileiro. E ela merece ambições maiores, assim como Marcelo Oliveira. Chutado após subir o Cruzeiro de patamar no futebol sulamericano, o competente treinador tem a faca e o queijo para continuar sua carreira de sucesso. Basta mostrar para os jogadores, como disse Zé Roberto, que o Palmeiras é grande.

Palpite: VAGA NA LIBEERTADORES

São Paulo
M1to
(O Mito quer se despedir com mais uma taça)

Ponto forte: Elenco
Ponto fraco: Diretoria
Fique de olho: Rogério Ceni
Time base: Rogério Ceni, Bruno, Rafael Tolói, Dória, Reinaldo (Carlinhos), Hudson (Wesley), Denílson, Michel Bastos, Souza, Ganso, Luís Fabiano (Pato)

Time de vídeo game. O São Paulo é, no papel, o melhor time do campeonato brasileiro. Tem jogadores de copa do mundo: Rogério Ceni, Michel Bastos, Luís Fabiano; tem jogadores de seleção Olímpica: Rafael Tolói e Dória; tem jogadores apontados como gênios mas que não vingaram: Ganso e Pato. Mas não tem tranquilidade.

Desde o tricampeonato brasileiro 2006-08, o São Paulo não sabe o que é jogar tranquilo. A pressão veio das arquibancadas, da diretoria e dos próprios jogadores. O clube alcançou um patamar jamais igualado no futebol nacional. E é assim que o tricolor chega para mais uma tentativa de ser o melhor time brasileiro.

O presidente Carlos Miguel Aidar já havia dado o recado para o ex-técnico, e ídolo, Muricy Ramalho: “Nós vamos ser campeões com ele. Está devendo essa para gente. Nós montamos o time que ele quis. Ainda quer um “jogadorzinho”, mas com o que tem agora ele precisa ganhar. Quem vai cobrar publicamente dele sou eu. Não é mais ele que cobra da diretoria”.

Mas não é só com 11 jogadores que se faz um time. É com o apoio da torcida, confiança dos jogadores, alegria. E isso está difícil de se ver no São Paulo.

A fórmula é simples: se o time conseguir confiança, pode ser campeão. Se a diretoria continuar interferindo no moral dos jogadores, problemas à vista. Basta o melhor time no papel se transformar no melhor em campo.

Para isso, o papel da torcida é fundamental. Mas a diretoria também não enxerga isso. Preços exorbitantes afastam o torcedor, que comparecem em baixo número no Morumbi.

Rogério Ceni já disse que só joga até o final do ano. O maior jogador da história tricolor merece se aposentar com um título. Cabe à diretoria entender o que precisa ser feito.

Palpite: BRIGA PELO TÍTULO

Atlético-MG
galo
(O Caldeirão do Horto vai embalar o Galo)

Ponto forte: Raça
Ponto fraco: Retrospecto
Fique de olho: Luan
Time base: Victor, Marcos Rocha (Patric), Leonardo Silva, Jemerson, Douglas Santos, Rafael Carioca, Giovanni Augusto (Guilherme), Dátolo, Luan, Lucas Pratto, Carlos(Thiago Ribeiro)

O Galo encantou o Brasil com decisões impressionantes, viradas espetaculares e títulos brilhantes. O futebol era ora vistoso ora dúbio. Mas em competições mata-mata, não tinha jeito, era Galo na cabeça.

Nos pontos corridos, entretanto, a raça não era suficiente. Pontos perdidos, erros bobos e irregularidade ameaçavam a supremacia do time alvinegro. E o Galo, que não é campeão brasileiro desde 1971, chega nesta edição do Brasileirão desconfiado.

A torcida já está impaciente após derrota para o Cruzeiro e empate com o Santos, em casa. A ideia de mais uma vez ter um timaço e passar em branco no campeonato assombra os atleticanos.

O time é excelente, novamente. Rápido e criativo, o time conta com Luan e Dátolo na criação e saída de jogo, uma zaga quase impecável e um lateral direito que já foi convocado para a seleção. Com uma lesão, Marcos Rocha não pode jogar e é seu substituto que sofre com a pressão da torcida.

Se o Galo se mantiver raçudo, consegue ir muito longe. E o trabalho de Levir Culpi dá esperanças ao torcedor.

Para facilitar seu trabalho rumo ao título, o atleticano pode estar torcendo para o Internacional vencer a Libertadores e deixar o caminho livre para o bicampeonato alvinegro.

Palpite: BRIGA PELO TÍTULO

Internacional
Valdivia
(Com o xodó Valdívia, este é o ano do Inter)

Ponto forte: Elenco
Ponto fraco: Libertadores
Fique de olho: D’alessandro
Time base: Alisson, William, Juan, Ernando, Geferson, Rodrigo Dourado, Aránguiz, D’alessandro, Eduardo Sasha, Nilmar(Valdívia), Lisandro López

O que é este Internacional? Semifinalista da Libertadores, pentacampeão gaúcho, o Colorado vem, mais uma vez, cotado como favorito ao título. Mas desta vez é diferente.

O Colorado realmente é o melhor elenco do país. Diferentemente do São Paulo, que tem o melhor time no papel, o Inter tem um excelente time no papel, e um melhor ainda em campo. E um banco de reservas invejável.

Imagine você em que colocação estaria este time no brasileiro: Muriel, Claudio Winck, Réver, Paulão, Alan Ruschel, Nicolás Freitas, Nilton, Wellington, Alex, Anderson, Valdívia. No banco, ainda, Dida, Alan Costa, Léo, Martin Luque, Jorge Henrique e Rafael Moura. Eu diria que no g4 ele estaria. E este é o time reserva.

Realmente, o elenco colorado é um esquadrão. A força na Libertadores, graças a esse calendário esdrúxulo, é o ponto negativo do Inter no Brasileirão. O time está nas semifinais e terá difícil batalha contra o Tigres do México, podendo chegar à final contra o River Plate. O desgaste e um possível relaxamento após um título provável Colorado podem inviabilizar a conquista nacional. Mas com um elenco tão forte, o time ainda pode sonhar alto. Ser campeão estadual, nacional e continental no mesmo ano. Quem sabe até ser campeão mundial.

A expectativa é alta e a torcida sabe disso. Colocou mais de 40 mil torcedores em pleno domingo às 11h da manhã. É o ano colorado.

O time ainda pode contar com uma torcida extra para a conquista da Libertadores. Isto porque, com o triunfo, abriria, assim, uma vaga para a competição do ano seguinte para o quinto colocado do Campeonato Brasileiro. E o Inter poderia acabar esquecendo da disputa do nacional.

O palpite não poderia ser diferente:

Palpite: FAVORITO AO TÍTULO

A hora e a vez do Galo

Pedro Abelin

O Clube Atlético Mineiro voltou a ser temido nas últimas duas temporadas. Depois de longos anos de muito sofrimento da massa atleticana, o Galo teve em 2013 um ano de virada na sua trajetória recente ao vencer pela primeira vez a Copa Libertadores da América. O título veio de maneira épica, a reboque de viradas espetaculares e muito drama. Que atleticano não lembra da  monumental defesa de pênalti de Victor contra o Tijuana ou do Gol de Leonardo Silva nos instantes finais da decisão do torneio? Essa jornada fez o torcedor atleticano gozar de uma euforia não sentida há muito tempo.

Em 2014, o roteiro não poderia ser diferente. O Atlético conquistou a também inédita Copa do Brasil, e o título foi marcado por diversos momentos emblemáticos, como as duas inacreditáveis viradas contra Corinthians e Flamengo, honrando mais do que nunca a alcunha atleticana de “Galo forte e vingador”. Mas acima de tudo, a conquista foi confirmada em duas incontestáveis vitórias na final contra o arquirrival Cruzeiro, e consagrou uma campanha de superação e reviravoltas, que estabeleceu de vez o Galo como protagonista do futebol nacional.

A ressurreição atleticana pode ser creditada a diversos elementos. Entre os principais, está o fator econômico: as últimas gestões do clube se pautaram pelo gasto excessivo na compra de jogadores. Muitas contratações não deram certo, mas é inegável que o Atlético passou a ser um clube mais gastador, que possibilitou a construção de elencos mais caros e qualificados – essa gestão pouco austera, contudo, deverá trazer problemas graves para o clube nos próximos anos, pois a equipe de Belo Horizonte tem hoje uma das maiores dívidas financeiras entre os clubes brasileiros. Mas o maior trunfo recente do Atlético é o Estádio Independência e a relação com sua torcida. O time criou  uma sinergia com seus torcedores que transformou o estádio no verdadeiro caldeirão, que propicia um ambiente extremamente hostil para os times visitantes e faz com que o Galo seja um dos mandantes mais temidos do Brasil. ( “caiu no Horto, tá morto!”)

Apesar do sucesso recente e dos títulos conquistados, ainda falta ao Galo voltar a vencer o Campeonato Brasileiro, troféu que o clube não leva desde 1971. Mas o torcedor atleticano têm vários motivos para acreditar que esse ano o jejum pode terminar. O Galo manteve a base vencedora do último ano e agora conta com o ótimo atacante argentino Lucas Pratto, melhor contratação do futebol brasileiro na temporada e que faz os atleticanos não sentirem falta de Tardelli. Além disso, o técnico Levir Culpi surpreendeu positivamente no seu retorno ao futebol brasileiro, ao apresentar uma equipe que pratica um futebol de alta velocidade e intensidade, que pressiona a saída de bola adversária, lembrando em alguns momentos o time treinado por Cuca. Porém, o maior indício da reinvenção de Levir é aquele que pode ser considerada uma das grandes contribuições do Galo ao futebol brasileiro: o fim das concentrações. Atitude altamente corajosa, progressista e que humaniza o vestiário, o fim da concentração deu certo no Galo e pode servir de exemplo para aqueles que acreditam que o ambiente do futebol deva ser dominado pelo autoritarismo, e que jogadores não podem usar boné e chinelo (alô Dunga!).

Além disso, vale lembrar que os outros favoritos ao título estão em momentos de indefinição. O Corinthians, outrora melhor equipe do Brasil, vive iminência de um desmanche. O Internacional, equipe de maior sucesso nesse primeiro semestre, está na semi-final da Libertadores e deverá ter dificuldades para conciliar o Brasileiro com a competição sul-americana. A maioria das outras equipes com potencial de disputar o título brasileiro passa por situação de reformulação, como São Paulo e Cruzeiro. Sendo assim, o Atlético goza do privilégio de ter uma equipe mais construída e entrosada do que as outras no futebol nacional, fator que pode ser decisivo para as pretensões do time na temporada. Em um período de incertezas no futebol brasileiro, o torcedor atleticano pode ter a certeza de que o Galo tem condições de alcançar o tão sonhado bi campeonato nacional. E com o caldeirão do Horto, esse sonho pode ficar mais próximo.

O que esperar de São Paulo, Corinthians e Galo focados no Campeonato Brasileiro?

José Eduardo

Sempre que começa o Brasileiro, ficamos descrentes sobre o futuro. Afinal, o calendário bizarro motiva os clubes que disputam a Libertadores a poupar os titulares no campeonato nacional.

Exemplo disso foi a rodada passada. O Galo foi à Allianz Parque (sim, Allianz Parque, porque respeitamos os naming rights que foram comprados pela seguradora. Não temos problema em fazer propaganda gratuita, uma vez que este é o nome, de direito, do estádio) e enfrentou o Palmeiras com um time misto. Empatou naquela que foi a melhor partida da rodada. 2 a 2. Mas aquele não é o time que vai disputar o brasileiro. Então, esquece o que aconteceu em São Paulo, não serve de parâmetro.

Em Cuiabá, o pior jogo da rodada (lado a lado com Vasco e Goiás) foi protagonizado por Cruzeiro B x Corinthians B. Dois times mais do que reservas fizeram uma partida com nível técnico deplorável e um alto índice de sonolência entre os torcedores.

O São Paulo enfrentou o Flamengo com um time quase titular. Jogo morno mas o Tricolor foi superior. A cabeça estava na Libertadores e o Flamengo não foi um adversário complicado.

Agora começa o Brasileiro de verdade para os três favoritos ao título. Já largam com boa vantagem. São Paulo e Corinthians com 3 pontos e o Galo com um excelente empate na Allianz Parque, onde será difícil pontuar como visitante. Além disso, os outros dois postulantes ao título continuam na Libertadores e perderam na primeira rodada. Cruzeiro e Inter provavelmente perderão mais alguns pontos até voltarem a atenção totalmente ao campeonato nacional.

Se fosse para escolher um campeão, eu diria ser o Corinthians. O time fez um início de ano devastador. O esquema proposto por Tite encaixou perfeitamente e Guerrero e Elias são o diferencial do time do Parque São Jorge. A zaga continua sólida como foi nos anos anteriores. O antes contestado Felipe é a grande surpresa este ano. Além disso, venceu o Cruzeiro fora de casa (apesar de o jogo ter sido em Cuiabá, devido a uma suspensão herdada pelo clube celeste ainda no ano passado) e conseguiu 3 pontos, difíceis para as outras equipes.
O segundo seria o Galo. Mantendo a base campeã da Libertadores 2013 e da Copa do Brasil 2014 e, principalmente, o espírito lutador, a equipe de Levir Culpi buscará o título do início ao fim. Pratto supriu a saída de Tardelli com sobras. Foi o cara da semifinal contra o Cruzeiro. Levir, que sempre foi tachado de retranqueiro e medroso, deu a receita do seu novo trabalho: coragem. Colocou o time para frente na segunda etapa contra o Internacional, no Beira-Rio. A dúvida fica na lateral-direita. O time perde muito com a ausência de Marcos Rocha. Patric erra bastante na marcação. Mas a zaga sólida com o jovem Jemerson e Leonardo Silva e o ataque rápido e certeiro de Luan/Pratto dão a dimensão do potencial alvinegro.

O terceiro é o São Paulo. Favorito muito mais pelo que tem o time no papel e pelo preço do elenco que pelo futebol. O time do eterno interino Milton Cruz parece que não encaixa. A inconstância de Ganso, ora gênio, ora sumido, a insegurança da jovem zaga (Dória – 20 anos, Rafael Tolói – 24, Lucão – 19) mexe com o coração da torcida. O meio-de-campo e o ataque metem medo em qualquer um. Volantes técnicos (Souza, Denilson e Hudson), Michel Bastos completando o meio e o ataque de Copa do Mundo (Pato e Luís Fabiano). Na teoria, o São Paulo é o mais forte. Na prática, é inconstante e inseguro. Capaz de tomar gols bobos e fazer jogadas espetaculares. É a incógnita.

Atlético-MG x Internacional – Independência

Alexandre Falcão

Galo e Inter se enfrentaram nesta quarta feira (6.5.15) pelas oitavas da libertadores. O Atlético vinha de uma classificação relativamente complicada, sofrendo três derrotas na fase de grupos conseguindo passar o Colo-Colo apenas no saldo de gols fazendo a pior campanha entre os brasileiros da competição. No campeonato mineiro superou a Caldense em dois jogos, empatando no Mineirão e ganhando fora, e tudo isso tirava a confiança do time, que enxergava na partida contra o Internacional a oportunidade de se mostrar capaz em uma partida complicada frente a sua torcida.

Aliás, não seria nenhuma surpresa se o Atlético conseguisse a vitória na quarta, mas a vitória seria muito mais importante que apenas a vantagem pro segundo jogo, há a expectativa do torcedor de ver aquele Galo forte vingador brigando pra ser um dos melhores da América de novo.
Já o Internacional vinha com mais confiança que o adversário. Sua classificação para as oitavas veio antecipada, em uma rodada na fase de grupos, tendo goleado a Universidad de Chile em Santiago, naquela que foi sua melhor partida até então. No Campeonato Gaúcho, foi penta em cima do Grêmio, tendo Valdívia eleito o craque da competição. No Inter não faltava confiança.
Com duas situações opostas, o que se espera é um grande jogo. Com as duas equipes se impondo em campo, O Galo querendo ganhar a confiança de volta e o Inter querendo justificar sua posição de favorito no duelo.

E que partida. Logo de cara, aos 3 minutos, Marcos Rocha da uma verdadeira meninada em campo e entrega a paçoca pro Licha Lopez dominar a bola de frente pro gol, com Leonardo Silva já pra trás, e com um senso se oportunismo daqueles que desapareceu nos atacantes brasileiros, coloca a bola rasteirinha cruzada, deixando o Vitor praticamente sem reação.

0x1 Inter, bota na conta. O Atlético não ficou sem resposta. Aos 6 minutos Rafael Carioca, o Ousado dos Ousados meteu um petardo no travessão mas não empatou. O Galo tentava de todas as formas infiltrar a zaga do Inter, mas não dava, o esquema que o técnico do Inter, Aguirre, havia montado era justamente pra evitar o trabalho rápido e eficaz do meio campo do Galo , deixando Lucas Pratto sempre entre dois zagueiros, forçando em muitas vezes o argentino a procurar espaço quase na linha de meio campo.

Não tinha jeito, era bola na área ou chute de fora dela. E foi num chute rasteiro de fora da área que o Galo empatou com Douglas Santos. Pratto tentou se infiltrar na defesa, a bola bate no zagueiro do Internacional e sobra, Douglas Santos vem da ponta esquerda pra dominar a bola livre de marcação quase que de frente pra meia lua e pega de primeira, com jeito, aquela bola rasteira que tu já sabes que vai pro fundo da rede quando o cara se arma pra chutar.

1×1 Galo, bota na conta. Só tinham rodados 15 minutos de jogo e o Galo foi pra cima, lógico. Depois de tomar um balde de água fria com um gol entregado aos 3 min, o empate tirava o peso e a torcida volta a acreditar no time.

Ao todo, foram 18 finalizações do Atlético contra 5 do Internacional. E a posse de bola era de 63% do Galo. Se futebol fosse estatística, você pensa “Galo amassou o Inter” e a historia não foi bem assim. O Colorado se posicionou muito bem em campo, o Galo trocava passes tentando achar o espaço, mas quase nunca achava, e quando o tinha, era, na maioria das vezes, pelo lado esquerdo do ataque, conseguindo ir até o fim do campo, pra fazer a jogada na linha de fundo. Na retomada de defesa-ataque, buscava contra-ataque rápido, virava a bola, tentando achar a zaga mal posicionada.

Mas deixa eu te contar o segredo do Inter: Juan, Alan Costa e Ernando faziam o trio de zaga. William (lateral de natureza) jogava como um ponta aberto pela esquerda, avançando poucos metros além da linha de meio campo.

Rodrigo Dourado e Aránguiz no meio campo, com o Rodrigo Dourado guardando mais a posição, preenchendo o meio-defesa, dando espaco pro Aranguiz se movimentar lá na frente se infiltrando entre os volantes adversários. Alex como meia armador, Sasha e Lizandro Lopez pra conferir e Jorge Henrique de ala, sendo o oposto do William. Lembra dele? Pois é, o segredo é que quando o Internacional perde a bola, o William volta como lateral, Ernando se posiciona mais pra esquerda da defesa Colorada. No meio campo, Eduardo Sasha volta pra fazer a posicao do William de ponta. O Dourado vira Xerife e sempre guarda a linha da bola, exceto quando ele resolve tirar um cochilo de leves.

Quando ataca o Internacional vem com um 3-1-3-1-2 e quando defende vira um 5-3-2, sendo que nessa formação, o objetivo é a retomada de bola soltando ela rapidamente pros pontas puxarem o contra ataque. Os atacantes rodam na frente procurando furar a defesa, e o meio armador no caso Alex, vem passando o meio campo sempre de frente pra grande área, acompanhando de forma razoável o ponta, ficando atras da linha da bola aproveitando sempre o vazio que deve existir no meio campo do adversário e esperando o passe. UFA!

Agora de volta ao jogo. O Inter ainda tinha uma carta na manga: D’alessandro e Valdivia estavam no banco. Ao passar pro segundo tempo, não demorou pro Aguirre colocá-los em campo. E, sem resposta de Levir Culpi,o Inter chegou ao segundo gol. Aliás, os dois entraram aos 14 minutos e em dois minutos participaram da jogada que levou ao 2×1. Bola parada, jogada aparentemente ensaiada,(correm os rumores de que foi tão ensaiada que até o Marcos Rocha participou dos ensaios. Seu papel era garantir que nao ia ter impedimento na jogada, desistir de ir na bola e contemplar o Alan Costa escorando a bola pra dentro da area pro Mago fazer magica e deixar o dele no jogo).

Valdivia, 1×2 Inter, bota na conta. Marcos Rocha confirma a legitimidade do gol, “Foi legal!”

Aí, meu amigo, só deu Galo. Mas daquele jeito. Bola parada pra dentro da área. Arma a jogada pela esquerda da defesa do Internacional, um-dois e bola pra área de novo. Limpou a jogada pelo meio campo e bola pra área. Lateral? Bola pra área. Não me leve a mal, não é como se o Atlético não tivesse bons jogadores que consigam fazer boas jogadas. O Galo tem um bom time. É que simplesmente era assim que o Internacional fazia o Atlético jogar! Não é fácil encarar esse time no Horto, você tem que fazer o Atlético jogar como você quer que ele jogue, e só se faz isso se tem um bom time em um bom momento, justamente o que o Internacional tem nesse momento.

O empenho do dois era gigantesco, mas o Atlético queria mais. Precisava do empate, e o Colorado se salvou muitas vezes graças à revelação Alisson.

Depois de um tempo, toda aquela mágica tática do Internacional foi indo com o cansaço, a partir de um certo momento o importante é garantir o resultado, então bola pro mato que o jogo é de campeonato. O Inter já praticamente nem tinha disposição pra contra-atacar. Leonardo Silva se ligou jogou uns 10 minutos como atacante. ESTava sempre na área. E foi ele mesmo que marcou o gol de empate aos 49. Vejam e revejam esse lance. Deus queria que esse gol saísse mas depois mudou de ideia. Decidiu que não ia ser gol, só que aí falou

“Quer saber? 2×2 Galo, bota na conta”. E foi assim que terminou a partida. Bom resultado pro Internacional que decide em casa tendo marcado 2 gols fora.

O cara do jogo? Leonardo Silva que não furou no primeiro chute, tentou dominar com ousadia e confundiu o Rodrigo Dourado, que dormiu ali mesmo.