A nova face do (anti)jornalismo esportivo – ESPN Brasil V

Finalizamos as reportagens sobre a ESPN abordando o trabalho de excelentes jornalistas limitados à nova linha editorial da emissora e explorando a diferença de cobertura entre o futebol masculino e outros esportes.

Veja também as outras partes da análise I, II, III, IV e V

O diferencial ESPN: a qualidade de seus jornalistas

Por mais que a linha editorial do canal tenha mudado drasticamente, dando ênfase à programação ao vivo e ao lado humorístico, deixando de lado a seriedade e investigação, ainda é notória a qualidade de seus profissionais.

Algo que não mudou, felizmente, foi a participação dos correspondentes, João Castelo Branco e Natalie Gedra. Praticamente sozinhos, os profissionais conseguem entrevistas exclusivas, entradas ao vivo, matérias espetaculares sobre o futebol europeu, mais precisamente o inglês.

Por meio de sua conta no Twitter, João mostra os bastidores de seu trabalho e como faz, só, a filmagem, reportagem e edição de suas matérias que vão ao ar aqui no Brasil. É um prazer vê-lo trabalhar e um ânimo a nós jornalistas.

Outros profissionais se destacam pelo seu conhecimento em diferentes esportes. É o caso de Gustavo Hofman e André Kfouri. Os dois, além de saberem tudo e mais um pouco de futebol, ainda são peritos no basquete.

Há também aqueles que possuem conhecimento em diferentes áreas do próprio futebol. Dentre eles destacam-se Antero Greco, sobre o italiano, Leonardo Bertozzi, sobre Itália e Minas Gerais, Juliana Cabral sobre o esporte feminino além de Hofman sobre o russo, entre outros.

O trabalho de Sálvio Spinola e Zé Elias, ex-árbitro e jogador, respectivamente, também merecem destaque por sua fluidez e objetividade enquanto comentaristas. Possuem boa oratória, vivência no esporte e, de fato, contribuem para as análises, sem corporativismo e amadorismo.

As equipes de transmissão e telejornalismo também são impecáveis. Paulo Andrade, Mauro Cezar Pereira, Paulo Soares e Antero Greco, Gerd Wenzel, Rogério Vaughan, entre outros excelentes profissionais que sabem dosar emoção, informação e humor no trabalho.

A emissora peca, porém, em dar pouco espaço para que os profissionais exerçam sua plena capacidade. Gabi Moreira e Débora Gares, excelentes repórteres, cobrem mais o dia-a-dia dos clubes cariocas que denúncias. Gabi foi responsável por uma excelente reportagem acerca dos drones no futebol.

Cabe à emissora dar mais enfoque nas matérias investigativas da dupla, principalmente no Rio de Janeiro, sede da CBF e COB. Potencial há, resta saber manipular a linha editorial e a grade horária.

Outros esportes

Quando se trata de outros esportes, a ESPN é referência. Principalmente sobre esportes americanos. Basebol, basquete, surfe, tênis, futebol americano e rúgbi são esportes cobertos com maestria pelo canal.

Como os seis esportes citados demandam muito tempo de jogo e muito tempo de intervalo ou paradas de jogo, é importante que a equipe esteja apta a dar informações e entreter o público ao longo das partidas.

Com bom humor, informações de bastidores e análises técnicas precisas, as equipes destes esportes conseguem administrar a transmissão das partidas e os programas que tratem do assunto.

É desta forma que se mantém a qualidade dos programas ESPN League e Pelas Quadras e as participações dos comentaristas no SportsCenter. E é neste formato que a equipe de futebol do canal deve se espelhar.

Sem tanto espaço na programação como o futebol, os outros espaços possuem cobertura suficiente para trazer informações e entretenimento na medida certa, sem espaço para repetições de temas e excesso de comparações esdrúxulas e humor desnecessário.

Enquanto há esportes que mereciam mais tempo de programação, incluindo o futebol feminino, o futebol masculino se espalha durante o dia, repetindo assuntos e obrigando a emissora a diminuir drasticamente a qualidade dos programas.

A solução parece simples e lógica: abordar mais esportes e mais aspectos do futebol -masculino e feminino -, aprofundar nas denúncias que tanto consagraram o canal e explorar ao máximo o potencial de seus excelentes profissionais. Tanto eles como nós merecemos.

José Eduardo

3 Respostas para “A nova face do (anti)jornalismo esportivo – ESPN Brasil V”

  1. Alexandre Soares diz :

    Me parecem estar indo contra, exatamente no momento mais propício, a correnteza a que sempre remaram a favor. Uma pena.

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