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Deixa o menino jogar

Lucas de Moraes

Neymar começou a Copa América como possível herói do Brasil. Os jogos da primeira fase mostraram como o jogador do Barcelona seria determinante para as exibições da seleção canarinho. Contra o Peru, um gol e uma assistência no final do jogo para confirmar a vitória. Na derrota pra Colômbia, ele não conseguiu ir bem no jogo e ainda perdeu a cabeça ao chutar a bola depois do apito final. O destino da bola foi Armero, que caiu como se tivesse tomado um tiro de pistola. Na confusão, o craque brasileiro tentou dar uma cabeçada em Murillo e foi empurrado por Bacca na sequencia. Resultado da confusão: expulsão mesmo com o término do jogo e suspensão de quatro jogos, sendo que, como o Brasil não chegou à final, terá que cumpri-los nas eliminatórias. Contra a Venezuela, o Brasil jogou o necessário pra ganhar da Venezuela e garantiu o primeiro lugar do grupo C.

Após a derrota pra Colômbia, Asprilla, ídolo colombiano, escreveu no Twitter que o jogador brasileiro é uma farsa no futebol e que ele deveria ir para Hollywood. Pronto, Neymar deixou de ser o jogador de futebol que é pra ser um mau caráter, egoísta, mesquinho e cabeça quente. Começaram a questionar a preparação do jogador, tendo em vista certo descontrole emocional apresentado no jogo.

Agora, o jovem jogador de 23 anos, campeão espanhol, da Champions League e da Copa da Espanha com o Barcelona, virou um pereba, um vilão brasileiro. Não sabe se controlar e deve ser punido por isso. Quem sabe não ser convocado pela seleção ou um banco lá. Talvez ele aprenda com isso. Ah, vamos pedir pra Fifa bani-lo dos jogos da sua seleção logo. Nossa, e ele ainda está envolvido com um escândalo na sua transferência pro time espanhol. Ah, é o Neymídia mesmo.

No começo do paragrafo anterior, escrevi um detalhe importante : Neymar tem 23 anos. Sim, isso mesmo. Ele ainda não é um jogador já consagrado, com muitas atuações pela seleção brasileira. Ele ainda tem muito tempo pra ficar marcado de vez na História do futebol mundial. Seu potencial é imenso. Com 23 anos, ele já é o quinto maior artilheiro da sua seleção. Ele tem muito pra aprender no mundo do futebol. Portanto, vamos deixar o menino jogar.

Peça Chave

André Porto

Minha mãe tem a incrível capacidade de sempre achar tudo que estou procurando por horas. A chave de casa, a chave do carro, o carro, os óculos. Sem ela, pode saber: caos. Passo horas insistindo em algo que eu já sei que não tenho a menor habilidade. Achar essas coisas que sempre desaparecem não é pra mim (controles remotos tem vida própria). Com sorte e a duras penas, às vezes, até consigo.

Mas nada como saber que ela tá por perto. Não sei se é a energia sherlockiana que contagia, ou se é um esforço inconsciente e redobrado que faço pra mostrar que também sei fazer isso. Ou até mesmo uma certa tranquilidade, de saber que se eu já tiver revirado a casa toda, tenho a quem recorrer antes que tudo vá ao chão.
Paolo Guerrero chegou assim ao Flamengo.

Com a serenidade de quem sabe o que faz, e que faz como poucos. Trata a bola com carinho diferente, com intimidade de bodas de diamante. Joga fácil, deixa difícil pra quem tenta, sem sucesso, roubar a bola que ele protege como ouro. Por enquanto, parece não precisar de bondes sem freio, selfies desenfreadas ou algo do tipo para se destacar. Ostenta técnica do começo ao fim do jogo. Joga pro time.

Ontem, até mesmo sem precisar abusar muito do seu espírito de guerra, Paolo estreou com gol, assistência e culpa total numa vitória que nem mesmo o mais neurótico dos flamenguistas conseguiu prever na hora da novela. Contagiou o resto do time, que teve uma atuação acima da baixíssima média dos jogos anteriores. Menos erros, menos chutões, um pouco mais de inspiração. Certamente, Guerrero teve grande influência nisso tudo. Ajudou a quebrar um tabu de 13 anos, e mostrou que tem tudo pra ter sido um tiro certeiro.

Uma esperança para os flamenguistas que já enxergavam esse campeonato de cabeça baixa. Parece que não estamos tão perdidos.

A pior torcida do Brasil

José Eduardo

Não. Este post não é para falar sobre as torcidas dos famosos “Grêmio Itinerantes”, como diz Mauro Cézar Pereira. A pior torcida do Brasil é de um time médio-grande, finalista de Copa Sulamericana, o tradicional Goiás Esporte Clube.

A princípio, o leitor pode se perguntar: porque o Goiás e não o Duque de Caxias, por exemplo? O Duque teve uma média de 262 torcedores na série B 2009 (salvo o mando de campo vendido ao Vasco), com o auge de 5 torcedores contra a Ponte Preta. E respondo que a questão é mais profunda.

A começar pela grandeza dos Clubes. O Goiás figura quase todos os anos na primeira divisão. Bicampeão da série B, o Esmeraldino é considerado o maior time do Centro-Oeste. E sua torcida pequena no estádio diverge da grandeza da nação esmeraldina, estimada em mais de 400 mil torcedores, capaz de lotar o Serra Dourada mais de 8 vezes.

Mas, para entender o que acontece com o Goiás, temos que analisar o futebol de Goiânia. A cidade possui 3 grandes Clubes (Goiás, Vila Nova e Atlético). A maior torcida e os maiores títulos estão com o Verdão. O Vila vem em uma decrescente. No último ano foi rebaixado para a série C do Brasileiro e para a segundona estadual. O Atlético, conhecido, por gozação, por ter uma pequena e idosa torcida, está na série B do Brasileiro e não conseguiu, sequer, a classificação para o mata-mata no estadual 2015. Enquanto o Goiás papa os títulos regionais e se mantém na elite nacional.

Outro passo para analisarmos o papel do torcedor esmeraldino é observar a média de público. O Vila, na terceira divisão, tem média de 6.525 torcedores. O Atlético de 1.381 no Serra Dourada (salvo o jogo com o Botafogo em Brasília) e o Goiás, a duras penas, consegue ter a pior média da série A, com 2.458 torcedores.

A princípio, portanto, a torcida do Atlético é pior que a do Goiás. Mas os números não podem ser analisados friamente. O Goiás tem a maior torcida de Goiânia. De acordo com o Instituto Fortiori, aproximadamente 27,3% dos goianienses torcem para o Goiás, enquanto apenas 4% são atleticanos. E o Dragão ainda está na série B.

Mas mesmo que a torcida do Goiás fosse minúscula no estádio, mas apoiasse, não estaria aqui discutindo. O problema é que a torcida não apoia. Terminando o campeonato brasileiro 2013 em 6º lugar, a torcida ia ao estádio cobrar vitórias. A irritação dos jogadores foi tanta que o ídolo Walter perdeu a cabeça após uma vitória.

Ainda assim, não seria motivo para ser a pior torcida de todas. Torcida chata e plateia, existe aos montes. Como a dos grandes times europeus. Torcida inexistente então, é a regra no interior do país.

O diferencial negativo para a torcida esmeraldina é a violência. Dia de jogo, em Goiânia, é guerra. Vila Nova x Goiás, melhor ficar bem longe do estádio.

Todo jogo do Goiás são ocorrências e mais ocorrências. Aqui vai meu relato, que saí de Brasília para ver meu time jogar contra o esmeraldino.

“Saí de casa por volta de 16 horas. A partida era às 20h30. Cheguei a Goiânia 19:45 e fui direto para o estádio. Estava acompanhado do meu irmão. Paramos na frente do portão de acesso à torcida visitante. Saí com duas camisas e uma bandeira para rumar cerca de 500 metros. Um percurso curtíssimo.

Neste meio tempo, aproximadamente 15 jovens, não mais que 16 anos, me abordaram. Gritaram de longe e saíram correndo atrás de mim. Me agrediram, me bateram, me furtaram as roupas, me jogaram no chão e arrancaram minha camisa a força. Rasgaram aquela camiseta de 1982 que temia em ficar em meu corpo. Ela não queria sair. Até que foi, fio-a-fio, tomada de mim.

A polícia não estava a 200 metros de mim. Falei para eles o ocorrido (que provavelmente eles viram) e ouvi a resposta: “Aqui em Goiânia é assim mesmo, quem manda são eles”

E quem manda são eles mesmo. Nenhum dos agressores eram de torcida organizada, não vestiam camisas nem adornos. Tampouco eu. Mas os vi, dentro do estádio, entregando as camisas para os marmanjos da Força Jovem do Goiás para que eles queimassem, na minha frente, as camisas.

Ao entrar no estádio, encontrei uma família inteira também sem camisa, entre elas um idoso. Todos furtados.”

A torcida do Goiás é ódio. Melhor seria uma pequena torcida, inexistente, que uma hostil facção criminosa.

Por isso, a torcida do Goiás é a pior. Ela consegue tirar os predicados mais nojentos das torcidas e aglutinar. A violência, a pouca existência e a falta de apoio.

Veja alguns vídeos da imbecilidade desta torcida:

Walter, a alegria do povo

Rafael Montenegro

Texto potencialmente herege logo no primeiro parágrafo.

Lembro de alguém – mas não lembro quem – diferenciar o Pelé do Garrincha: o Pelé enchia os estádios e fazia o povo aplaudir; o Garrincha enchia os estádios e fazia a multidão dar gargalhadas. Segundo Armando Nogueira, “Pelé era um atleta e Garrincha era um artista”. Mais que isso, Garrincha era a Alegria do Povo.

Isso mesmo. Vou usar a alcunha do maior jogador do Botafogo para caracterizar, guardando as devidas proporções, o maior atacante do Brasil. A verdade é que Walter alegra o torcedor.

Ontem o Atlético-PR vencia o São Paulo quando ele cavou um lindo chapéu pra cima de Centurión. Pelo formato da Arena da Baixada, toda e qualquer câmera de transmissão que registrou o lance registrou também a reação dos torcedores ao fundo: um frenesi misturando espanto, regozijo e gargalhadas.

Contra o mesmo São Paulo, pelo Fluminense, Walter deitou e rolou. Literalmente. Jogou uma barbaridade, fez gol, fez golaço, deu assistência e tirou onda. Caiu no chão, rolou e levou à loucura os torcedores. Mais que o espetáculo digno de aplauso, a genialidade provocadora de risos.

Walter teve a infância traumática que assola tantos jogadores – e jogadores em potencial que nunca recebem a devida oportunidade: realidade de periferia, pessoas próximas no crime, pessoas próximas assassinadas… Mas diferente de jogadores que se viciam em dinheiro, status ou drogas – sendo a mais comum o álcool – o Waltão da massa é viciado em… refrigerante e biscoito recheado!

Estamos falando de um atacante de 100kg campeão da Libertadores e da Liga Europa, com passagens em clubes tradicionais (Internacional, Fluminense, Goiás, Atlético-PR), campeão sul-americano sub-20 e desde 2010 vinculado ao Porto. Estamos falando de um embasbacador de esnobes e de um regozijador de gordinhos mundo afora.

Estamos falando de um cara que vai dar a entrevista e fala que “tá foda jogar nesse time do Fluminense. Tem Wagner, tem Sóbis, tem Conca. Ainda vai voltar o Diguinho! Caaaarai, ainda tem o Diguin”.

Estamos falando, acima de tudo, de um cara que joga MUITA bola. Pivô exemplar, passes e finalizações de exímia categoria e excelente noção tática.

O que eu enumerei nos quatro parágrafos são pra dizer: quem gosta de pessoas e de futebol, provavelmente gosta do Walter. O cabra gera empatia

Eu reclamei bastante da convocação de Felipão pra Copa: Lucas no lugar de Bernard, Philippe Coutinho no lugar de William e Miranda no lugar de Henrique, no mínimo. Mas o meu maior sonho era que o Walter tivesse sido convocado no lugar do Jô. Não que ele fosse ser a solução de todos os problemas, mas ali é muita categoria, meu amigo. Com ele em campo, David Luiz não precisa chorar que “só queria dar alegria ao povo”.

O papelão de Leo Moura e o sentimento do torcedor

Pedro Abelin

“Oooooo… Léo Moura eterno!” Este foi o grito que Leo Moura ouviu da torcida em sua despedida do Flamengo. Em um amistoso contra o Nacional do Uruguai que contou com a presença de mais de 30 mil torcedores, Leo Moura deu adeus ao clube que torcia desde criança. Uma justa e rara homenagem para um jogador que vestiu a camisa rubro-negra por quase dez anos.

“Não me vejo vestindo outra camisa”, disse Leo Moura em sua despedida do Flamengo.

Leonardo Moura marcou história no Flamengo. O jogador, que encerrou sua passagem como capitão do Flamengo, entrou em campo 519 vezes pelo clube carioca e teve sua passagem marcada por diversos títulos, como o Campeonato Carioca, Copa do Brasil e o inesquecível Brasileirão de 2009. Dessa forma, Leo Moura adquiriu o status de ídolo inquestionável da torcida flamenguista. Como já foi abordado em outro texto por aqui, o futebol brasileiro, na sua carência de ídolos, obriga suas torcidas a desenvolverem relações imediatistas de idolatria com os jogadores. Muitos atletas se consideram ídolos com apenas dois anos de passagem no clube. Não é o caso de Leo Moura. A relação do jogador com a torcida flamenguista foi louvável e fora do comum, e me arrisco a dizer que todos os torcedores gostariam de ter um ídolo como a torcida do Flamengo tem Leo Moura (ou teve).

O futebol vive de ídolos. O futebol é extremamente passional. Nós, amantes do esporte bretão, somos capazes de odiar e amar um mesmo jogador em um curto espaço de tempo. E é por isso que o futebol é tão fantástico, pois ele torna possível e real o caminho da redenção. A jornada de jogadores que passam de vilões a heróis são intrínsecas ao futebol e contribuem para tornar o esporte mais emblemático. Entretanto, o futebol também permite que o caminho inverso seja feito. O ídolo que se torna vilão.

Após cerca de três meses fora do Flamengo, Leonardo Moura foi anunciado pelo Vasco da Gama, o maior rival do seu ex-clube. Depois da péssima repercussão entre os torcedores rubro-negros, o lateral desistiu de jogar no clube cruzmaltino. Será que a reação dos torcedores flamenguistas foi inesperada ou desmedida? Leonardo Moura acreditou que os torcedores do clube pelo qual jurou amores iriam aceitar bem que o jogador vestisse a camisa do rival?

Estamos mais do que acostumados a ver jogadores dos nossos times se transferirem para clubes rivais, isso se tornou normal no futebol. No entanto, isso também indica o quanto a revolta dos torcedores flamenguista não é banal, pois o torcedor apenas se incomoda com essa situação quando o jogador que vai para o rival é um ídolo. No caso de Leo Moura, um ídolo fora do comum. O sentimento de muitos flamenguistas é de traição. E olha que o jogador desistiu de ir para o rival, o que gerou uma situação extremamente desconfortável para todas as partes. O resultado disso tudo é que Leo Moura, em apenas dois dias, conseguiu a proeza de ficar em maus lençóis com as torcidas de Flamengo e Vasco.

Não proponho aqui uma crucificação de Leo Moura. Creio que sua bonita história no Flamengo não será apagada, mesmo que agora possa ser ofuscada na lembrança de alguns flamenguistas. Também repudio qualquer tipo de manifestação violenta direcionada ao jogador.  Entretanto, creio que os torcedores têm total direito de mostrar sua insatisfação. Da mesma forma, os jogadores precisam considerar e respeitar o sentimento daqueles que os fizeram ídolos. Afinal, como falado inúmeras vezes nesse blog, o futebol vive de ídolos, e assim como os clubes devem ter a sabedoria e sensibilidade de valorizar os seus ídolos, os atletas também necessitam cuidar melhor da relação com os torcedores. Esse caso apenas demonstra o quão mal assessorados são alguns jogadores. Leonardo Moura desistiu da transferência para o Vasco e diversos torcedores não perdoam o ex-flamenguista. Outros não consideram tão grave a quase transferência para o rival. Respeitando as mais variadas posições, que não nos esqueçamos de prezar pelo sentimento e pela identidade que nos torna amantes do futebol: o ser passional.

Jogos às 22h – A morte do trabalhador

José Eduardo

Estádios lotados, 100 mil pessoas e uma nação fanática por futebol. Tudo isso é passado. Hoje, o falido campeonato brasileiro desagrada em muitos aspectos. E o jogo às 22 horas é um agravante fatal à falência.

O imperialismo da Globo já existe há tempos no futebol brasileiro. Como já dito, aqui, a emissora não faz nem questão mais de esconder o fato. O problema é que ela contribui diretamente para o esvaziamento dos estádios com o horário das partidas.

Verdade seja dita, o principal fator para que 30 mil pessoas nos estádios seja um público bom é o alto preço do ingresso. O futebol moderno matou o pobre, excluiu a festa.

Mas este horário não sai impune. E não é só a Globo, apesar de ordenar que os jogos sejam neste horário, que é vilã no caso.

A começar pelo transporte público de algumas cidades. Como um trabalhador consegue sair do serviço e chegar ao estádio em segurança? E essa parte independe do horário. Mas o pior é após o jogo. Ônibus e linhas de metrô, meia-noite, são mitos. Ninguém sabe, ninguém viu.

Depois, mesmo que o trabalhador consiga o transporte, ele não chegará em casa cedo. Mesmo que more perto, os vagões e automóveis estão lotados. O desconforto e o atraso fazem com que o torcedor pense mil vezes antes de ir à arena.

E mesmo aquele que dispuser de um carro particular, cedo não chega em casa. Com a falha no transporte público, os engarrafamentos quilométricos, na ida e na volta, são a norma.

Agora se ponha no lugar de um torcedor. Sair de casa 20h, esperar duas horas abundado no carro, pagar 15 reais de estacionamento, 50, 100 de ingresso, e chegar em casa 1 da manhã. Ter de acordar as 6h30min para levar o filho à escola e ir à labuta diária. Pior, com a incerteza de um jogo bom. Atrativo?!

Pois, visualize a imagem do torcedor que usa o transporte público. Ficar 2 horas amontoado em um ônibus de má qualidade, descer, andar vinte minutos até o estádio, ter de pagar o ingresso caro, ver um jogo de qualidade duvidosa, esperar meia hora, quarenta minutos até o ônibus chegar, andar mais uma, duas horas de transporte público, até o destino final. Então, dormir 2 da manhã e acordar às 6 para mais um dia cansativo. Ufa, uma maratona!

Aí você pensa: ” O que a Globo tem a ver com isso?” Tudo. A Globo usa deste horário para afastar o torcedor do estádio. Com o convite nada agradável de passar pelas situações acima, o torcedor prefere assistir às partidas do conforto de sua casa, que no estádio. E a audiência vai toda para a dona Globo, detentora dos direitos do Campeonato Brasileiro e que monopoliza o Pay-Per-View. Enquanto a audiência da novela continua intacta.

E quanto mais se vê o torcedor acostumado ao horário, mais e mais, ele assina um pay-per-view e vê a partida da sua casa. Uma questão lógica. Se eu morasse na cidade em que meu time joga, fatalmente faltaria a algumas partidas por cansaço.